#AFORISMO 960/ LÚDICOS NADAS EMOLDURADOS NA APARÊNCIA ETÉREA** - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
"A falsidade da visão dos sofrimentos e dores que faz o sonho da
libertação é uma incapacidade de realizar adequadamente a escolha da
verdade" (Manoel Ferreira Neto)
Epígrafe:
"Aquando a alma surge como verdadeira sarjeta do próprio
Ser..." (Graça Fontis)
Odes amorosas ou melancólicas, insensíveis ou nostálgicas, indiferentes
ou saudosas, galhofa e primores níveos ou lilaseiros, avermelhados ou rosáceos,
abrilhantem o fatal propósito, cintilem o declarado projeto, o perpétuo fado, o
cobiçado ser independente, o sonhado verbo livre, para o despovoado arrebatar
fundo, no âmago e ser seu, sua pertença, noctívago do entendimento, flectido já
em existência sob a concepção do auge enlouquecido, ciente da plúmbea
expectativa do babel ressuscitado, eis o que me pretere a existência, preterita
as ipseidades do quotidiano, contingências, em todas as suas extensões
susceptíveis, razoáveis e intelectiveis, a sensualidade e os ossos, as
sensual-itudes e as cinzas, até mesmo as vísceras das entranhas.
Ser autónomo é apreciar a essência e entender com agudez e acuidade que
o ser humano é a pessoa mais relevante do cosmos e que faz fragmento
inseparável da existência, e sem ele nunca existirá contentamento, felicidade,
alegria, em realidade o universo, a terra, a vida, sensibilidades e abalos que
desimpeçam as entradas para auferir diferentes luminosidades a conduzirem os
andares em comando ao imenso do bem-querer e da afeição.
Idolatraria, sim, coonestar as flores níveas, uma a uma, com as cores
que deixei, com o pincel que abandonei nalgum cacifo do tempo, solicitar-lhes
júbilo às minhas lágrimas, trilho a esse afecto oculto nos abraços protelados,
nos contemplares afastados.
Con-vexos espelhos, anexos ao imaginário de distâncias
indizíveis,des-conexas imagens, con-templadas em miríades lúdicas de nadas,
vazios, nonadas, com-plexos sentimentos dis-persos, mergulhados em amplexos
des-contínuos, engrenagens de sofrimentos, dores, herméticas angústias e
nostalgias, per-plexos olhos deambulando no in-finito, entre sinuosos espaços e
ofuscantes luzes, in-vexas ilusões do perfeito em concha mais-que-perfeita de
sorrelfas, re-versas pers-pectivas des-conexas, emolduradas na aparência
etérea, efêmera, fugaz, volátil, des-contínuas de superfície lisa, em cujos
atrás con-vexos re-fletem os sinais que compõem os ângulos in-flexos do
subterrâneo do espírito, sarjeta des-lavada da alma.
(#RIODEJANEIRO#, 16 DE JULHO DE 2018)
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