RES-POSTA AO COMENTÁRIO DA ESCRITORA POETISA E CRÍTICA LITERÁRIA Maria Isabel Cunha AO AFORISMO 661 /**ACIMA DAS DIFERENÇAS COISAS E MUTAÇÕES**
POST-SCRIPTUM:
Questionara Maria Isabel Cunha a respeito do "eu-plástico" a
que me refiro no Aforismo ACIMA DAS DIFERENÇAS COISAS E MUTAÇÕES. As pessoas
tem sempre e eterno o hábito de rotular as coisas, tachá-las, e através deste
rótulo só as vêem a partir do rótulo que impingiram, o que particularmente
conceituo "alienação". É o caso do Eu-Poético: referiram-se-lhe, ele
abarca, atinge todas as artes. Isto é negligenciar as dimensões das outras
Artes, aliás sem conhecimento aprofundado do significado de "eu-poético",
apenas uma noção chinfrim dele. O vernáculo PLÁSTICO para o senso comum tendo o
significado de "Superficial", "Artificial", acompanhado,
não há duvidar, dos preconceitos.
"Cada macaco no seu galho", conforme reza o adágio popular.
Cada artista, na sua dimensão da Arte, possui o seu EU: "EU-POÉTICO",
referente à poesia, "EU-PLÁSTICO", referente à pintura, à escultura,
artesanato, "EU-MUSICAL", referente à música,
"Eu-Filosófico", referente à Filosofia(o EU do filósofo é
filosófico). Carecia desta explicação. Resta da curiosidade e desejo de saber
as pessoas aprofundarem na questão.
Eis o comentário de Maria Isabel Cunha e a devida res-posta.
Maria Isabel Cunha: Antes de comentar, pergunto ao sujeito poético o que
deseja transmitir com o eu-plástico, balada plástica, música -plástica,
filosofia -plástica? O termo tanto pode ser interpretado com o sentido de
artificial, pouca valia, infundamentado, ou no sentido artístico, engenho e daí
a interpretação deste poema seria completamente diferente. Obrigada pela informação,
poeta e amigo Manoel Ferreira Neto. Dia Feliz. Um abraço.
Manoel Ferreira Neto: Não entendo o termo "plástico" como o
senso comum o faz, plástico é o artificial. O "eu-poético" é o dom da
arte do poeta, a sua engenhosidade de criatividade com as palavras, o olhar
sensível com que con-templa o mundo e as coisas; o "eu-plástico" é o
dom da pintura, escultura, a engenhosidade e talento da imagem, símbolo das
cores e dos traços, signo da performance da alma e do espírito; a balada-plástica
é o dom de re-presentar na música os estados da alma, a sensibilidade almática
da dor e do sofrimento, que se comunga com o espírito; a filosofia-plástica são
o dom e o talento das idéias, dos pensamentos, da inter-pretação e análise do
ser, do tempo, do nada, do verbo, das coisas do mundo através das sensibilidade
e inteligência, razão, intelecto, representados nas cores, nos traços, na
imagem. Assim, creio eu, haver respondido ao seu questionamento. Abraços
nossos.
Manoel Ferreira Neto
#AFORISMO 661/ACIMA DAS DIFERENÇAS COISAS E MUTAÇÕES#
GRAÇA FONTIS: PINTURA/ARTE ILUSTRATIVA
Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
A imagem que habita os re-cônditos
De vossa alma plena de verdades,
Apesar das in-verdades que lhes re-vestem,
Concebe-se e gera-se Espírito e Verbo do Ser,
Dá a luz à pintura de vossa eternidade
De sentimentos, de emoções
É-vos "a vida acima das diferenças coisas e mutações".
A poesia que é substância
De vossos sonhos, ideais, utopias,
Eivada de "eu-plástico", seivada de fantasias
Das plen-itudes, das verb-itudes da espiritualidade
Que re-colhe e a-colhe as lâminas afiadas do amor,
Da cáritas, da koinonia,
Re-vela o verso e a estrofe
De vossos desejos, vontades, esperanças
Do entre-laçamento de mãos nas sendas da Terra-Mãe,
Das veredas do Mundo,
Paz, Solidariedade, Compaixão,
Eis a vossa canção-plástica de sibilos, silvos,
"Acima das diferenças coisas e mutações."
A prosa-poética que é eidos
De vossos pensamentos, idéias, liberdade,
De vossa razão de estar-no-mundo,
Ser-no-mundo,
É a clave que inicia a tessitura da peça musical,
São as notas que revelam os vossos interstícios
Sensíveis,
Que manifestam os vossos âmagos
Espírituais,
Que mostram e de-monstram os núcleos
De vossa consciência-estética,
Eis a vossa filosofia-plástica de vossa sabedoria
"Acima das diferenças coisas e mutações."
O amor e entrega que são essências
De vossa alma, dimensões sensíveis e do ser,
De vossa alegria de viver o uno-verso
Da felicidade, da alegria, do prazer, do gozo,
Re-vestidos do sentimento transcendente do Verbo Amar,
Eis a música-plástica da vossa virtude de existir
Plenamente,
Eis a balada-plástica da vossa dignidade de criar
A Verdade,
"Acima das diferenças coisas e mutações."
(**RIO DE JANEIRO**, 23 DE MARÇO DE 2018)
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