#O QUE É ISTO, COMPANHEIRO - ESCREVER EM INGLÊS!# - GRAÇA FONTIS: FOTO/ARTE ILUSTRATIVA/Manoel Ferreira Neto: TEXTO
Quem não tem condições de ler uma obra de autor inglês, americano no
original, está perdendo a oportunidade de conhecer a poética inglesa,
americana. O Som e a Fúria, William Faulkner, em Inglês, THE SOUND AND THE
FURY, é divino. As traduções por mais fiéis sejam não abarcam o eidos da
poética do original. Mas não se pode exigir tanto dos leitores.
Graça Fontis por exemplo é contra um autor brasileiro escrever em
Inglês. Não naquele sentido do que pensam as pessoas em geral: que o autor quer
aparecer, quer mostrar superioridade. Sim, porque o autor tem de ser fiel e
leal à sua Língua materna. Fernando Pessoa escreveu poemas em Inglês, o
original é divino, fenomenal, enquanto que a tradução deixa a desejar.
O que realmente importa é a inspiração. Se a inspiração nasceu em
Inglês, isto só pode significar que a obra só pode ser escrita em Inglês.
Depois o autor traduz. Por que vou deixar de escrever algumas obras em Inglês,
porque as pessoas podem dizer que estou me achando? Pensem o que pensarem.
Dou-lhes o privilégio da tradução. Quem sabe ler em Inglês, sabe que a
inspiração da obra nasceu em Inglês, lerá a obra e sentirá sensivelmente a
diferença poética, a sonoridade da língua revela a poética. Nos dois aforismos
escritos em Inglês, a minha preocupação foi a sonoridade poética.
Fique a critério do leitor o julgamento, se estou querendo aparecer ou
se estou experimentando a sonoridade poética. Quem sabe Inglês, poderá julgar a
erudição da língua em consonância com a sonoridade poética inglesa. Quem só lê
em Português, julgará a poética do estilo e da linguagem que intentei alcançar.
No mais, agradeço a atenção dispensada. Abraços a todos.
(**RIO DE JANEIRO**, 05 DE MARÇO DE 2018)
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