#AFORISMO 502/PONDERAÇÃO QUANTO À DUBIEDADE DOS SENTIDOS# - GRAÇA FONTIS: FOTO/ Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
#ANO NOVO DE CONQUISTAS A TODOS!!!#
Dois, três dias antes da consumação do Ano Novo, {pres-ent-}icam-se as
"Reflexões" sobre os Desejos, Esperanças, Sonhos a serem patenteados
durante a trajetória do ano.
Este texto, um simples cumprimento aos Amigos do Face, é o meu, o nosso,
de minha Esposa e Companheira das Artes, Graça Fontis, e meu.
ANO NOVO DE MUITAS CONQUISTAS A TODOS!
Temos raiz e temos abertura. Somos como uma árvore, fundados no chão que
nos dá força para enfrentar as tempestades, dilúvios. Mas também temos a copa,
que inter-age com o único, com as energias cósmicas, com os ventos, com as
chuvas, com o sol e as estrelas. Sintetizamos tudo isso, transformamos em mais
vida a nossa abertura. E se não mantemos a abertura - a copa -, o mundo
estiola, as raízes secam e a seiva já não flui. Morremos. A dialética consiste
em manter juntos o enraizamento e a abertura. Imanentes, mas abertos à
transcendência.
... A não ser que re-torne para plantar na terra a semente que gerei...
Meus sonhos... são tão poucos os meus sonhos. Minha alegria... é tão pouca a
minha alegria. Minhas utopias, são tão poucas as minhas utopias.Satisfazem
poucochito. Não sou mais que uma combinação incerta de dúvidas e certezas, de
acasos e encontros, de amor e de ódio, de medo e cor-agem. À busca de um
momento, à busca de uma flor, hei-de fazer-me verbo como se fosse palavra, como
se fosse verbo, como se fosse sujeito, "Eu Livre", dar sentido, ser
esperança de encontro, colher a mensagem que a primavera deixou. Ombros frágeis
são os meus para adormecer no tempo a graça da Criação. Eis o homem!...
... A não ser que busque a semente que pensei plantar e a guardei,
dizendo que não era inda o tempo de os frutos nascerem, era preciso esperar o
tempo, era preciso esperar nos momentos. Quem sabe?!... Uma vez dissolvida as
tensões e livre a alma de suas angústias, depressões, fracassos, remorsos e
culpas, pode-se usar tudo o que existe na literatura, na filosofia, nas artes
in totum, para mantê-la livre, e talvez até uma forma abreviada de psicanálise.
Cada alma desesperada possui um útero de esperança que está pronto a lutar pela
realização dos desejos e sonhos, pela sobrevivência e imortalidade...
“A sina de ser”, o destino de cont-ingenciar o quotidiano,
O elo de todas as coisas, flores são espetáculos da natureza,
Liberdades são cenas eivadas de ternura e carinho,
“instante de sedução”,
Querer brincar com estrelas, correr campos, velejar,
Beber a sede das ruas, queimar a luz do luar,
Esfriar, congelar o fogo eterno do inferno,
Lavrar o corpo no grito.
Signo de metáforas nascidas de vigília e palavras
A pincelarem imagens do imortal e divino
A preencherem os vazios da falta de ser,
“manque-d´être”,
Da ausência de alegria e prazeres,
Pedras sagradas, diamantes profanos
Que rimam palavras sutis, que ritmam dores
São sentimentos de luz inspirados
No brilho das estrelas e da lua mineiras, paulistanas, cariocas.
“FLOR DO VALE” ouço, as águas do mar me confiam uma boa nova,
entreolhamo-nos ambos, nossos corações se unem, nossas almas comungam prosas e
versos, nossos espíritos se aderem nos dedos que deslizam desde a proximidade
do violão ao seu fim, e criam a sensação de plen-itude e eternidade, com
pensamentos idênticos, contentes de termos recebido e cumprimentado com
reverência a mesma resposta à mesma pergunta, que traduzo em termos de minha
sensibilidade como a noite que vem, como a travessia que devemos tornar real e
cristalina, que devemos sentir no interstício da alma que diz “quem sabe e não
diz não é feliz”, que a-nuncia a transparência e claridade de todas as labutas
em in-off, transcendidas em últimos raios numinosos que cobrem o mundo e a
terra da divinidade dos amores, os solos da infern-idade e inspirado neles os
mineiros, paulistanos, cariocas criamos e in-vent-amos outras luzes e sombras
de nosso desejo maior e divino, que é o de liberdade, ainda que tardia, e nem
sabemos em palavras dizer, mas criamos no espírito os sons de luzes.
Só, o nada efemeriza compactos idílios
Compactos idílios de nonadas adjacentes aos vazios do eterno.
... A não ser que nos Vales distantes o vazio nadifique reduzidas
sorrelfas, sorrelfas de travessias de confins às arribas do tempo; antes de
quaisquer antes, o silêncio, perpassando abissais nostalgias do pleno,
enraizando as miríades sons, cicie volúpias de estesias, êxtases do belo, luzes
diáfanas de cintilâncias do eterno, envelem as sombras do crepúsculo
ad-nominado aos ad-juntos da eternidade, riscando de giz o pó níveo das náuseas
contingentes de solidão, inscrevendo na pedra de mármore do tempo de agnísias
as nonadas do silêncio desértico. Nonadas do nonsense. Nonadas do não-ser sendo
a efígie do perene. Nonadas do interdito de esperanças, refestelando no
aconchegante sudário à lareira de efemeridades que epitafiam as palavras de
sentires da evasão, o texto da iluminação seivada de inspirações, a prosa do
iluminismo eivada de des-razões, ana-templando as nostalgias do pensamento...
Cogito ergo non sum! Ad aeternitatis! Penso o pensamento porque o pensamento
pensa, sinto o sentimento porque sentimento sente o paráclito da alma,
sensibilizando a caritas das emoções parafraseadas de núbias percepções do
advir de outras utopias, de outros verbos, prefaciadas de safas sensações do
lúdico, sensual, meu peito desértico, abismático, As lumínesis da
subjetividade, as éresis da espiritualidade.
Nos olhos, olho as cintilâncias do ser...
Nada há em mim de conhecido, de sabido, tudo fulgura em re-velação,
re-novação, em sons de luzes, em luz de sons que cantem a pessoa inteira, O SER
A SER SENTIDO E CON-TEMPLADO NA CONTIN-UIDADE DOS AMORES E DESCONSOLOS DOS
SENTIMENTOS, das emoções o paladar da alegria misturada aos sarcasmos e ironias
da palavra, aos cinismos e galhofas dos sentidos e significados, que re-flui da
presença do meu corpo para a evidência que o ilumina, eu, eu, quê solipsismo é
este, que vaidade é essa, que cogito cartesiano intenciono re-criar à luz da
simples verdade do andar pelas ruas da cidade, a pessoa inteira que me agrupa
em unidade o desamparo das mãos, a indiferença entendida da fertilidade, da
feminilidade que as enchem de “beleza do interior”. Seguro as luzes, os sons,
os ritmos, arranjos, melodia com as mãos em concha, sinto que uma vida
estranha, estrangeira, não re-criada ainda, original como um início, sei que
isto nasce para os sons sem silêncio, onde sou apenas emoções que, através da reminiscência,
possuem uma vaga idéia da esfera do inteligível, em que algumas vezes habito.
(**RIO DE JANEIRO**, 28 DE DEZEMBRO DE 2017)
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