#AFORISMO 475/O ZERO NA ESPECTAÇÃO DA METAFÍSICA POÉTICA# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: Ensaio
Con-templando a "quase" máxima de não haver poeta que não seja
metafísico e não há metafísica sem expectação, seria "... trivial
verbalizar-se/Que zero, na existência, sucederá por casualidade", conforme
a escritora e poetisa Ana Júlia Machado versa no poema sutilmente intitulado
Acaso... ou não, incluso na Antologia de Poemas O EU LIVRE, metafísica reside
não na casualidade, sim no zero, pois que no zero habita o eidos de todos os
números, que em verdade, são apenas nove, in-finitamente são criações de outros,
servindo-se destes nove, o que reside, na metafísica literária, poética do
zero, são a criatividade, a intuição, a percepção, a imaginação, a inspiração,
intenção, as dimensões sensíveis, transcendentes, o som refazendo poeticamente
as aspirações do ritmo, da melodia habitando as metáforas, vislumbrando um
lugar onde o homem integre a realidade e o sonho.
"Uma ave que desabrocha na prímula/Um passarinho que adeja para
outro local, quando finda o Estio/Uma intempérie na era do frio" é
acaso... ou não, que não é uma afirmação, consumação, uma perquirição, mas a
sensibilidade da metafísica do zero poético, o sêmen da intuição, da
inspiração, que são re-vérberos de uma imagem refletida, por "A claridade
desabrocha quando desaparece a escuridão" e os revérberos semelhantes da
imagem da intuição e da inspiração, na "... existência tudo surge por uma
causa, aí estando a metafísica, e no âmago desta luz de não haver poeta que não
seja metafísico, em síntese da intuição, inspiração, as coisas surgem, todas as
dimensões da criatividade, da criação, expressando a importância maior na
expectação inerente no ser humano desde suas origens, tudo são prestígios neste
mergulho na alma, patenteando o místico disto de redigir o que perpassa nos
seus abismos. No poema a metafísica do zero, que a poetisa e escritora concebe
não é o que dizem que "... na existência nada é por casualidade não
aprova", não aprova sim, mas na metafísica do zero, no poema, ele é a
abertura de a-nunciações, quando as intuições e inspirações em síntese são
"Um júbilo quando o instante é de plangência" A expectação precede a
memória, descobrindo no redigir os versos e estrofes, prosa, é uma
"façanhas essenciais da memória deve ser encontrada na expectação, na
direção do futuro", como nos diz Cassirer", e conforme neste ensaio
estou desejando fundamentar, "tudo sucede por um fundamento",
conforme o verso no poema, as visões pers-pectivas de imagens que despertam a
criatividade de sentimentos, idéias, ideais, ainda não verbalizados, a esforço
da poetisa é de não se perder como faz o místico, com a união com algo alheio
ao Acaso... ou não, para que o verbo da metafísica do zero é concebido para que
a Arte da Poesia se mostre à luz da transparência da comunhão dos abismos da
alma e dos desejos estéticos que O Eu Livre res-plandeça na transparência da
metafísica, o verbo do ente e as angústias da alma humana em síntese
id-ent-ifique-se diante de seu destino o "aspecto metafísico da atividade
mística do profeta", pois que "quando os poetas estão no seu ser, são
profestas", assim nada acontecendo por acaso, por causalidade na
metafísica do zero na existência, no poema.
Acaso... ou não, isto de acaso ou não, no astro-rainha é pura irradiação
de luzes estéticas, um "canto" de silêncio das imagens-poéticas, o mesmo
objeto lírico relacionando com a intemporalidade, e onde poesia-logos se
realizam se realizam compensa todas as forclusions, as aspirações do símbolo da
poesia, "As ramas e flores que tombam na mudança/Do Verão para o
Outono...", linguística, semântica, metafisicamente, contemplando-lhes os
verbos, as ramas e flores que tombam são as dimensões da criatividade que
prescindem da natureza, tendo de con-templá-las, no nascerem, no exalarem o
perfume, a antinomia da integração perfeita, o Ser se encontra em estado de
eternidade, e nessa integração perfeita entre a metafísica do zero poético a
epopéia, tirada da epopéia, ao estilo do mundo tirando-se ao mundo, cria com
excelência, engenho e arte a antinomia do uni-versal.
Acaso... ou não, a intenção de um poeta pode se revelar numa dimensão, a
intenção tergiversa-se, pois que cria a sua trajetória, itinerário, destino
livremente, isto habita O EU LIVRE, o zero metafísico da criatividade poética
concebe a luz de no Acaso... ou não, a-nunciando a imagem do rio carreando vida
e morte, dentro do fluxo espaciotemporal da obra.
(**RIO DE JANEIRO**, 15 DE DEZEMBRO DE 2017)
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