SONIA GONÇALVES POETISA CRÍTICA LITERÁRIA E ESCRITORA CRITICA O AFORISMO 580 /**ASES VELAM O PÔQUER**/
Boa
noite Manu...
Realmente,
eu não me sinto à vontade para fazer esse tipo de escrita,
Você
sabe, não me vejo assim como crítica literária de jeito maneira.
Por
vários motivos, sendo o mais importante, não sei tecer nenhum texto sob
encomenda mesmo sendo para o querido que és.
Até
me arrisco a dar umas palpitadas aqui e acolá, mas...
Não
me sinto apta de maneira alguma para figurar aqui nessa lista, mas já que
estou, darei meu parecer sobre, inda que seja super difícil para mim.Avaliar um
texto dessa magnitude requer, um trabalho minuncioso, coisa que não me sinto
apta mesmo Manu.
Falar
sobre os sentimentos do poeta não é algo fácil , tentar interpretar um texto
mais ainda, eu jamais conseguiria fazê-lo, ainda mais sendo o poeta Manoel
Ferreira, poeta captador dos universos da poesia, do cotidiano em múltiplas
facetas. No que concerne ao texto primoroso, inspirado no desejo da jogada
consumada num arrebatamento dos elementos todos citados por este, fértil
imaginação eu lhe digo, no sentido mais literato da palavra, nada sei eu sobre
o pôquer , mas sei sobre o gerundismo e freudismo do autor.
Seu
contextual é sempre relevante, no quesito poético, eleva-nos às miríades de
frotas estelares, o autor detém consigo o poder de filosofar num linguajar
maciçamente poetizado e refinada a mente ir buscar num simples jogo de pôquer a
inspiração mais rica, usar os naipes dentro de um contexto maravilhoso,
destacando-se como sempre numa jogada de mestre, atirando seus quatro ases
pelas dialéticas das sobreas palavras, um texto poético ricamente decorado com
seu palavreado é bom que se diga.Não posso dizer muito mais, a não ser que tens
Luz, para a dissertação, para brincar com as palavras numa ciranda
mirabolante...Seu texto falando de uma forma geral é totalmente um gerador de
poesias, pois milhares se encontram perdida, camuflada nas entrelinhas.
Eu
poderia ficar aqui falando analiticamente, sobre cada parágrafo, sobre cada um
dos itens das rotativas contingências.Só me resta mesmo aplaudir e agradecer
por ter sido citada , parabenizo claro a Graça pela arte ilustrativa.Bjos
Sonia
Gonçalves
Compreendo
perfeitamente o que diz sobre não se sentir crítica literária, não pensa ser
capaz de análise e interpretação críticas de uma obra. Ana Júlia Machado,
quando fazia os posts de seus comentários de minha "cositas",
considerando-a e reconhecendo-a poetisa, escritora, eram estas suas palavras:
"Não sou poetisa, não sou escritora." Continuei insistindo até que
ela se conscientizou de sê-lo, e como podemos conferir excelente poetisa e
escritora, e tornou-se também crítica literária. Graça Fontis dizia que não
voltaria a pintar mais. Insisti. Voltou a pintar, tornou-se ilustradora oficial
de minha obra, e hoje é reconhecida e renomada como pintora, escultora, poetisa
e escritora. Aconteceu o mesmo com o escritor memorialista curvelano Antônio
Nilzo Duarte, sete livros publicados. Não se considerava escritor memorialista,
mas depois de vários artigos sobre a sua obra em tablóides curvelanos,
Apresentação, Prefácio de três livros dele, hoje ele se reconhece escritor
memorialista. Hoje, Sonia Gonçalves, você pode ainda não ser consciente destes
dons e talentos, mas amanhã terá consciência.
Você
é crítica literária ao seu modo, com sua linguagem, seu estilo, sua visão do
universo literário, poético. Já criticou inúmeras "cositas" minhas, e
tais críticas estão em uma pasta no meu windows, críticas de grande valor para
mim. Ainda vou ouvir de você: "Sou crítica literária sim...".
"...o
autor detém consigo o poder de filosofar num linguajar maciçamente poetizado e
refinada a mente ir buscar num simples jogo de pôquer a inspiração mais rica,
usar os naipes dentro de um contexto maravilhoso, destacando-se como sempre
numa jogada de mestre, atirando seus quatro ases pelas dialéticas das sobreas
palavras, um texto poético ricamente decorado com seu palavreado é bom que se
diga.", excerto que retiro de sua crítica para dizer-lhe isto "Só
esta passagem já identifica com categoria ser você crítica literária".
Graça Fontis acaba de dizer-me isto: "Só isto é uma crítica
literária."
Aguarde
o meu mini-ensaio comparativo das quatro críticas.
Gracias
muchas, Soninha Son, pela crítica, amizade e reconhecimento.
Manoel
Ferreira Neto
#AFORISMO
580/ASES VELAM O PÔQUER#
GRAÇA
FONTIS - PINTURA: #O JOGO#/ARTE ILUSTRATIVA
Manoel
Ferreira Neto - AFORISMO
Lágrimas
velam as estrelas sejam cadentes, sejam cintilantes - "Águia, conduza-me
por uni-versos e horizontes...", "condor guiai-me por in-finitos e
in-fin-itivos dos verbos, a estilística meta é a luz do gerúndio per-fazendo
outras dimensões e ângulos da tangência do espírito e da alma -, sentimentos
indizíveis, in-explicáveis, emoções in-auditas, in-inteligíveis. A outra
dimensão da alma, concebida e gerada à mercê do tempo de ventos, dada a luz por
inter-médio dos mistérios e enigmas da solidão do silêncio no instante de
lazer.
Tempo
de travessias.
O
que é isto - ec-sistir? É engalfinhar-se na teia de aranhas das decisões e
consequências que o homem "des-enleia
com a exultação e a erudição do habitar." Nesta inspiração que
compõe esta baila, floresço, apesar da quimera que é o seu eidos, floresço,
teço alamedas e becos para as verdades nostálgicas e dúvidas ancestrais. Avisto
no Éden as exíguas constelações do medo e da fuga... - o que é isto a aura
surdir com sua aparência magnificente nas sombras das idéias e dos sonhos?
Tempo
de metáforas versejando a noite ao longo de sua passagem ao alvorecer, versos e
estrofes inscrevendo nos ideais o som do "Ser" que se ritma e melodia
de querências e volos do eterno, lágrimas descendo faces, velando estrelas que
cintilam os silêncios do vir-a-ser. Tempo de metafísicas das turvas
elucubrações desorientadas havendo inúmeras passagens em que se re-vela um
segredo secreto, vontade cansada e incerta de pregar um verdadeiro retrocesso, de pregar a con-versão,
a negação das facticidades e ipseidades e dizer com todas as letras na ponta da
língua em riste: "Procurem a salvação noutra parte."
Lágrimas
de alegria?
Emergir de um desvario,
florar de um devaneio na floração
de um desejo,
não da demanda de um revérbero
em algum reflexo
na imagem dos sibilos do tempo nos
ventos.
Lágrimas de
felicidade?
Con-templar ao longínquo, ao distante,
a
fragrância do in-cógnito,
Lágrimas por o celeste estar
re-vestido
de tanta beleza,
beleza pura,
beleza inocente,
beleza
ingênua.
Noite - noite sim!
Instante-limite da alma
que
sente o
sentimento do vazio,
nasce um sonho
de
verbo
que
regencia a liberdade.
As perguntas,
para as quais não há
res-postas,
são
apenas chamas de achas
das
utopias, vontades
do Ser,
endossam os limites das
possibilidades humanas,
traçam as fronteiras
da ec-sistência.
Mas
não é momento mais lindo, mais mágico? Princípio do alvorecer, genesis do
amanhecer, quando a vida sente no espírito o boreal de sua glória, voar, voar
por todos os horizontes, realizando sua essência, o "Ser" em todas as
suas dimensões contingentes e trans-cendentais. Na penumbra, na poeira e na
fumaça, parecem muito mais re-vestidas de perspectivas a serem in-vestigadas e
avaliadas.
Lágrimas
velam as estrelas. Estrelas são veladas por lágrimas.
Elucubração...
Fantasia...
Imaginação fértil... Nada de falta de inspiração, nada de palavras
haverem-se re-colhido para renascerem outras. Esvaeceram-se. Secaram-se.
O
meu sacrifício é re-duzir-me à existência pessoal. Fiz do meu prazer e da minha
dor o meu destino disfarçado ou o disfarce foi o destino da dor. E ter apenas a
própria existência é, para quem já presenciou e viveu as lágrimas, velar as
estrelas. Mister tenha a modéstia de existir. Quiçá o que sou faculta a garra
de coalhar-me num AÍ, caracteriza uma INTELECÇÃO.
Nada
há que se possa considerar nestas linhas preenchidas, contudo ficará
registrado, testemunho de quê? De nada, em verdade. Não vou jogar fora algo que
me custou angústia sem limites para ser produzido, ao longo dos ventos o
vômito, ao longo do tempos, a náusea, não vou desprezar o quão refleti e pensei
sobre estas lágrimas que velam as estrelas. Há coisas que nascem póstumas,
tenham ou não valores que endossem, a posteridade que cuide de jogá-las fora ou
re-colhê-las.
O ás do pôquer,
Que esplendorosa e esplendente
jogada: quatro ases,
naipes diferentes,
o desejo da jogada consumada,
é a perspectiva
da outra
jogada,
é o sortilégio
de cortar o baralho,
a etern-idade não é a poesia
da luz,
a etern-itude não é a
poiética da sombra,
a etern-escência não é a
poemática
da contra-luz, da
luz,
da contra-sombra,
dos raios de sol,
é intenção do
jogo a glória
da harmonia
entre a
dialéctica das sombras
que
ventos perpassaram,
e o diá-logo
mon-ológico
dos
abismos do ser
desejos da palavra
que superou e suprassumiu o silêncio,
o que ela exorta com a
sua magia,
o que ela expele na
fumaça do cigarro, efêmero,
o que ela exulta com a
estética da expressão do estilo,
o que ela concede
des-abrochar de prazer e náusea,
alfim as sensações de beleza, de
belo,
carecem da exultação
das sensações do Ser,
carece do exalar o ser
das con-tingências.
Deixando
de lado palavras secas, falta de inspiração, ausências de molhados sonhos de
desejos totens e totens de vontades, as palavras se re-colheram para
re-nascerem outras, sendo hoje tão alheio, tão disperso, tão inexistente no
tempo e existente neste ínfimo e esvaecente sentir seus tempos, nada me diz
quaisquer respeito, tão indiferente, se o abismo se trans-cender, tornando-se
paisagem no In-finito, estou-me nas tintas, pouquíssimo se me dá. Já-já o
anoitecer, virá o sono, estarei dormindo.
Aquela
velha e eterna coisa: "Amanhã será outro dia..." Murmúrio eleva-se,
mas desta vez dá margem a sentir que traz em seu bojo segredos e mistérios.
Folhas
secas caídas, húmus para outras, serão concebidas no tempo - flores, exalarão
perfumes deliciosos, embelezarão a natureza, êxtases dos olhares.
Folhas
secas no chão hoje.
(**RIO
DE JANEIRO**, 08 DE FEVEREIRO DE 2018)
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