#AFORISMO 598/SILÊNCIO# - GRAÇA FONTIS: PINTURA(TÍTULO: #FUGAZES ILUSÕES#//ARTE ILUSTRATIVA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
Ilusão. Fantasia. Quimera. Poesia. P.Q.F.I às avessas. A estrada é o meu
lar, na expectativa do encontro da porta de trás da casa esteja aberta, o
travesseiro esperando a minha cabeça, aquele friozinho dele no lado de meu
rosto, descanso para ao amanhecer seguir a trilha.
No alto da montanha, o catavento gira à mercê do vento. Nas estradas, o
vento sopra a poeira, à distância nada a ser visualizado, no passar a ponte
partida as águas não são mais as mesmas, com o sopro suave do vento na
superfície gotículas de água flanam. Depois da tempestade, vem a bonança. O
nada não re-conhece, insiste e persiste veemente ser a luz da travessia do
efêmero ao In-finito através das paisagens lúdicas que o tempo sarapalha no
universo dos sonhos e utopias do que trans-cende o eterno, ascende os
pensamentos, serpenteia no quotidiano das coisas in-auditas as perspectivas da
imagem que se revela alhures, quiçá o telos do sublime, quiçá a ipseidade da
magia do belo, quiçá o solipsismo dos rituais míticos e misticos do pleno, quiçá
a facticidade dos tremores e temores do efêmero, fugazes medos do imortal e da
morte.
Ainda a pura poesia das con-{tingências} do mesmo sob a luz perspectiva
da Katharsis, à cavalita anamnese da amnestia do "Logos", nada de
novo sob a luz do sol, nada de velho à mercê pretérita das dimensões futurais
do verbo subjetivando as imperfeições e forclusions do vazio uni-versal.
Sentimentos que pervagam perspectivas contingentes do nada.
Sendo o sujeito então o detentor de uma verdade evidenciada na mera
intuição, a qual não visa depreender o em si das coisas ou revelar o caráter
enganador e aparente da experiência, mas o de ser sempre consciência de algo;
isto é, de algo que tenha a sua objetividade definida por meio de um ato da
consciência (julgamentos, imagens, relações, atitudes, pensamentos,
sentimentos, memórias, eventos, etc.).
Mordem da noite o assentimento universal. Primeiras palavras. Primeiros
sons. Primevos sentidos e significados. É de lamber com a língua úmida, baba
escorrendo, molhando o queixo cujas mãos minhas ampara. Esculpem em carne e
ossos as linhas da mão. É de sentir na boca o paladar da evidência, o gostinho
delicioso da trans-parência.
Iluminísticas sol-itudes, sol-icitudes de volúpias e êxtases deslizando
serenas à luz cristalina do horizonte circundado de miríades do In-finito, de
lâminas de raios do Sol, o nada passeia na lua minguante resplendido de ínfimos
raios brilhantes, o tempo de-cursa lento e tranquilo nas margens do abismo sob
a suavidade do vento, o ser in-cursa leve e suave nos bosques de grutas em
cujas soleiras ovelhas refestelam-se.
Fome num prato de sopa de legumes. Olhos de todas as línguas. Voz de
orifícios. Palavras sujas de álcool. Gestos conduzidos. Estribada entidade
insulta inocências. Vertem-me lágrimas na face de alegria, quiçá até de júbilo,
alfim pretéritas são situações e circunstâncias.
Tudo que nos é oferecido originariamente na ‘intuição’ (por assim dizer,
em sua efetividade de carne e osso) deve ser simplesmente tomado tal como ele
se dá, mas também apenas nos limites dentro dos quais ele se dá. A consciência
é sempre consciência de alguma coisa e o objeto é sempre objeto para uma
consciência.
O crepúsculo sopra nostalgia. O horizonte tremula de agonia. A natureza
chora, enlanguescida, em suaves dolências de saudade. O silêncio derrama-se
profundo em sinceros lamentos de tristeza, pesquisando através de meus
pensamentos para o momento perfeito #iévskis# sibilos do nada, sussurra através
das árvores de álamo truques e telepatias.
(**RIO DE JANEIRO**, 24 DE FEVEREIRO DE 2018)
Comentários
Postar um comentário