#ASES DA CRÍTICA VELAM E DES-VELAM A OBRA POÉTICA-FILOSÓFICA **ASES VELAM O PÔQUER** SOB A LUZ DA CONSCIÊNCIA-ESTÉTICA-ÉTICA# GRAÇA FONTIS: PINTURA/ARTE ILUSTRATIVA Manoel Ferreira Neto: MINI-ENSAIO
A
intenção sine qua non, ao convidar as críticas literárias de minha obra, Graça
Fontis, Ana Júlia Machado, Sonia Gonçalves, Maria Isabel Cunha, para um jogo de
pôquer crítico, era quem mais se aproximava do EIDOS do Aforismo 580 /**ASES
VELAM O PÔQUER**/, sem qualquer objetivo ou projecto de apresentar dentre as
quatro quem mais se aproximou dele, assim superiorizando-a.
Complexo
sim apontar, indicar a crítica que mais aprofunda na sua análise,
interpretação, como diz a poetisa Maria Isabel Cunha "Um dos ases fá-lo
através da dialética, do intelecto, na busca contante do espírito e da alma,
outro faz a pesquisa no silêncio e na dor, outro procura nos seus sentimentos
inauditos, inexplicáveis, outro procura-o em horizontes e universos
longínquos." Todo ponto de vista é visto de um ponto, cada crítica é fundamentada
através de perspectiva, ângulo diferente, isto é, Ana Júlia Machado à luz da
dialéctica, do intelecto à busca do espírito e da alma da obra, Maria Isabel
Cunha à luz da "poesia", silêncio e dor do verso, Graça Fontis à luz
do jogo abissal e enigmático de sedução
entre o Ser conflitante e a explicitação coerente na verbalização do indizível
Eu, Sonia Gonçalves à luz do poder de filosofar num linguajar maciçamente
poetizado e refinada a mente ir buscar num simples jogo de pôquer a inspiração
mais rica, pontos de vista eminentemente diferentes, pontos que se encontram
intrínsecos na obra, habitam-lhe.
Diz-nos
a escritora Maria Isabel Cunha sobre
"folhas mortas", metáfora, signo, símbolo do Passado, o vivido, o
vivenciado, o experienciado, esta sombra que acompanha o homem em toda a sua
trajetória ec-sistencial, mas que são húmus, diretrizes, perspectivas para
sonhos, utopias, desejos, esperanças, é a partir dessa sombra que se projeta o
futuro, que se empreende a longa viagem ec-sistência a dentro à busca do Ser.
No Aforismo ASES VELAM O PÔQUER, destacamos, sublinhamos essa passagem que
fundamenta e performa a análise da escritora
"entre a dialéctica das sombras
que
ventos perpassaram,
e o diá-logo mon-ológico
dos
abismos do ser
desejos da palavra
que superou e suprassumiu o silêncio", o diá-logo do passado com os
abismos do Ser é húmus, semente para a superação do Não-Ser, diá-logo
monológico, reflexão, meditação sobre os Caminhos do Campo, sendas e veredas da
busca do Ser.
Neste
âmbito, a análise da crítica de Sonia Gonçalves entra em cena, fundamentando a
obra em perspectiva: "Seu texto falando de uma forma geral é totalmente um
gerador de poesias, pois milhares se encontram perdidas, camufladas nas
entrelinhas", significando que o diá-logo monológico abre persianas e
venezianas para inúmeras visões do uni-verso poético, prosaico, filosófico,
gerando linguagens e estilos diferentes, sob vários ângulos de visão, à busca
da Consciência-estética-ética, que, não há duvidar, é o meu projecto
artístico-filosófico. Ana Júlia Machado corrobora a crítica de Sonia Gonçalves:
"... autoconsciência e atenção, dispensadas às ciências cognitivas e à
filosofia do intelecto, são postas em diálogo com a contenda sobre a conexão
entre físico e subjetividade e com a fenomenologia husserliana e sartriana,
para a ponderação sobre uma circunstância afetiva da consciência.", a
consciência-estética-ética vem à luz através da autoconsciência e atenção,
conexão entre físico e subjetividade, e com a fenomenologia husserliana e
sartriana a consciência afetiva que sintetiza as dimensões intelectuais,
racionais, a consciência afetiva é a dimensão do Ser, no seu caráter sensível,
trans-cendente, espiritual, na sua trajetória ec-sistencial de Tempo.
"...as
cartas são palavras estilisticamente dimensionalizadas nos tempos, abarcando
infinitivos horizontes onde os sentimentos emergem das profundas e afloram
nesse jogo abissal e enigmático de sedução entre o Ser conflitante e a
explicitação coerente na verbalização do indizível Eu..." como o diz Graça
Fontis. Neste jogo de pôquer, as cartas são palavras estilisticamente
dimensionalizadas no tempo, são verbos filosoficamente tecidos com as linhas do
sentimento, das emoções, das sensações, aflorando o abissal e enigmático de
sedução entre o Ser conflitante e a verbalização do indizível, os verbos
tornando-se a Dialéctica do Tempo e do Ser, cuja intenção, volo, sonho, utopia
é a verbalização do Eu, a poesia, a prosa são a Dialéctica do Eu-Poético e a
Consciência-estética-ética, aí se revelando a sedução do Ser conflitante e o
indizível Eu.
Todas
as críticas se direcionam a uma dimensão da obra, que endosso, corroboro, que é
o SER E O VERBO, este jogo de pôquer eminentemente intrincado, complexo, pois
que o pôquer envela o real, tendo de ser des-velado através das dimensões
intelectivas, racionais, poéticas, filosóficas, id-ent-ificando "a experiência literária como um jeito
de representação/afeto."
Como
a-nunciei, isto é um mini-ensaio comparativo das críticas, tendo as críticas
sido felizes nas suas explanações, explicitações. Analisaram o Aforismo 580,
mas análise que abarca toda a obra. Haveria muito a comparar, aprofundando inda
mais, o mais importante a ser de-monstrado na síntese das críticas é a Dialéctica
do Verbo e do Ser, que todas abordaram com excelência.
Manoel
Ferreira Neto
CRÍTICA
DE Ana Júlia Machado
No
texto tempo de travessias e imaginação fértil…do escritor Manoel Ferreira Neto,
em que o título surge na minha despretensiosa convicção para baralhar ainda
mais o leitor. Mas que não deixa de ser inoportuno, porque quem joga pôquer
oculta o real…não deixa de viver num mundo imaginário…e que vulgarmente fazem
bluff, para enganar o que está no jogo com ele…ganha quem tiver mais
imaginação…cada um procura o seu destino. E, quando fala no que é isto de
existir’? Pois se calhar não deixa de ser uma utopia, visto que vivemos mesmo
uma fantasia transitória…a vida um dia termina não é eterna. Assim como quando
termina com a frase: Folhas secas caídas, húmus para outras (estrume que será
para outros que virão), serão emprenhadas no tempo - flores, exalarão odores
deleitáveis, aformosearão a natureza, arrebatamentos dos observares.
Folhas
estopadas no chão hoje. Assim vê a vida…
Vou
fazer uma análise que não sei se correta, pois tanta coisa se poderia dizer
deste aforismo...focar-me como vejo este aforismo, ou seja, um modo de ler
literatura que se centraliza na faculdade de provocação dos apegos e no
relacionamento que se refere ao físico com exceção das entranhas, do ledor no
mundo dos factos, via idealidade. Como extensão anómala do conhecimento –
coacto ou seja, que foi coagido; que não possui o direito de escolha;
desprovido de tomar suas inerentes decisões. Que no jogo diz-se do poderoso que
já não pode-se mexer na enchente temporal, mas aberta as faculdades
intersiderais –, a imaginação é o império que, descarregado pelo texto
literário, introduz o corpo do leitor ao saber vivo da erudição, que, de outro
modo, se circunscreveria à criação de sentido, com toda a eficácia do texto e
do leitor se transformando em ponderação. Está em entrelinhas que aquilo que da
prática viva resiste à exegese, facilita, de feição veloz, um local da Erudição
que trata das leis gerais que reinam o universo. Ao leitor, o que se entende,
como uma “volta para casa”; e consente a vivência carinhosa de oportunidades
divisíveis por meio da comunicação entre imaginário e ilusório.
Calculo
que quer dar a ideia de presença em uma hipótese da imaginação aplicável à
leitura, em que as concepções de escrúpulo, autoconsciência e atenção,
dispensadas às ciências cognitivas e à filosofia do intelecto, são postas em
diálogo com a contenda sobre a conexão entre físico e subjetividade e com a
fenomenologia husserliana e sartriana, para a ponderação sobre uma
circunstância afetiva da consciência. Atribuo, então, um carácter dúctil à
imaginação, que a aproxima da memória, como dimensões em que se interpenetram a
realidade externa e os afetos. Leva-me a argumentar nesse caso a aptidão de se
pensar a experiência literária como um jeito de representação/afeto.
Ana
Júlia Machado
CRÍTICA
DE Maria Isabel Cunha
Quatro
ases, naipes diferentes, como diferentes as suas conceções do belo, mas todos
ascendem na sua trilha, na descoberta do mesmo , na sua poiética, na sua
dissecação. Os quatro buscam a essência do mesmo. Um dos ases fá-lo através da
dialética, do intelecto, na busca contante do espírito e da alma, outro faz a
pesquisa no silêncio e na dor, outro procura nos seus sentimentos inauditos, inexplicáveis,
outro procura-o em horizontes e universos longínquos. Todos com um traço comum,
a definição do belo. Os quatro singulares na sua demanda. O infinito será ou
não alcançado pelos quatro ases. Os quatro ultrapassam momentos de angústia, de
falha de inspiração ou desânimo próprio do explorador, mas não desistem. Hoje,
são "folhas mortas" mas que poderão servir de húmus a outros ases, a
outras diretrizes, a outras perspetivas e " exalarão perfumes deliciosos,
luzes para embelezarem a natureza e extasiarem os olhares". Grande a
responsabilidade destes ases que cortam os ares como o condor e a águia, mas
que não podem soçobrar, pois perder-se-ão as suas penas no infinito que
pretendem alcançar. Falta aqui mencionar o ás do mestre que sobrevoa e que faz de
ponta de lança ou guia, para que os quatro não se percam na porfia, papel
executado com maestria pelo autor do texto. Excelente. Um louvor muito especial
ao autor da ilustração, em absoluta consonância com o texto como sempre.
Parabéns.
Maria
Isabel Cunha
CRÍTICA
DE Graça Fontis
He
He. .. que missão! ... O convívio sistemático com o escritor leva - me com
prazer à tentativa despretensiosa de um tecimento crítico e analógico, (é o que
me cabe)_ deste intrincado Pôquer em que as cartas são palavras
estilisticamente dimensionalizadas nos tempos, abarcando infinitivos horizontes
onde os sentimentos emergem das profundas e afloram nesse jogo abissal e
enigmático de sedução entre o Ser conflitante e a explicitação coerente na
verbalização do indizível Eu, daí apostando todas as cartas de que a vitória no
último " Round", consumar-se -á num verdadeiro Espetáculo de cartas
marcadas, objetivas aqui a existência velada metaforicamente entre teias e
tramas contingenciais a transcenderem todas as quedas sobressaltado sobre mãos
inquietas numa interação intelectiva à procura de prover existência de vida
neste planeta do silêncio e do invisível sob a luz fosca da lanterna, refletia,
projetando seu foco no amanhã com seus segredos, mistérios e vestígios a serem
considerados, por quando as mãos acostumadas com a aridez desta superfície
analítica e abandonando a lógica insubmissa, apalpa a sombra na modelação do
inusitado e estridente contorno para descobrir raízes advindas da música,
tornando - o livre e com gestos vertiginosos de seus membros... liberto também
um grito de êxtase na conclusão eidetica... tido a mão ousada como cúmplice!
Parabéns... belíssimo jogo, ainda bem que não fiquei de fora!
Graça
Fontis
CRÍTICA
DE Sonia Gonçalves
Boa
noite Manu...
Realmente,
eu não me sinto à vontade para fazer esse tipo de escrita,
Você
sabe, não me vejo assim como crítica literária de jeito maneira.
Por
vários motivos, sendo o mais importante, não sei tecer nenhum texto sob
encomenda mesmo sendo para o querido que és.
Até
me arrisco a dar umas palpitadas aqui e acolá, mas...
Não
me sinto apta de maneira alguma para figurar aqui nessa lista, mas já que
estou, darei meu parecer sobre, inda que seja super difícil para mim.Avaliar um
texto dessa magnitude requer, um trabalho minuncioso, coisa que não me sinto apta
mesmo Manu.
Falar
sobre os sentimentos do poeta não é algo fácil , tentar interpretar um texto
mais ainda, eu jamais conseguiria fazê-lo, ainda mais sendo o poeta Manuel
Ferreira, poeta captador dos universos da poesia, do cotidiano em múltiplas
facetas. No que concerne ao texto primoroso, inspirado no desejo da jogada
consumada num arrebatamento dos elementos todos citados por este, fértil
imaginação eu lhe digo, no sentido mais literato da palavra, nada sei eu sobre
o pôquer , mas sei sobre o gerundismo e freudismo do autor,
Seu
contextual é sempre relevante, no quesito poético, eleva-nos às miríades de
frotas estelares, o autor detém consigo o poder de filosofar num linguajar
maciçamente poetizado e refinada a mente ir buscar num simples jogo de pôquer a
inspiração mais rica, usar os naipes dentro de um contexto maravilhoso,
destacando-se como sempre numa jogada de mestre, atirando seus quatro ases
pelas dialéticas das sobreas palavras, um texto poético ricamente decorado com
seu palavreado é bom que se diga.Não posso dizer muito mais, a não ser que tens
Luz, para a dissertação, para brincar com as palavras numa ciranda
mirabolante...Seu texto falando de uma forma geral é totalmente um gerador de
poesias, pois milhares se encontram perdidas, camufladas nas entrelinhas.Eu
poderia ficar aqui falando analiticamente, sobre cada parágrafo, sobre cada um
dos itens das rotativas contingências.Só me resta mesmo aplaudir e agradecer
por ter sido citada , parabenizo claro a Graça pela arte ilustrativa.Bjos
Sonia
Gonçalves
*
* * * * * *
#AFORISMO
580/ASES VELAM O PÔQUER#
GRAÇA
FONTIS - PINTURA: #O JOGO#/ARTE ILUSTRATIVA
Manoel
Ferreira Neto - AFORISMO
Lágrimas
velam as estrelas sejam cadentes, sejam cintilantes - "Águia, conduza-me
por uni-versos e horizontes...", "condor guiai-me por in-finitos e
in-fin-itivos dos verbos, a estilística meta é a luz do gerúndio per-fazendo
outras dimensões e ângulos da tangência do espírito e da alma -, sentimentos
indizíveis, in-explicáveis, emoções in-auditas, in-inteligíveis. A outra
dimensão da alma, concebida e gerada à mercê do tempo de ventos, dada a luz por
inter-médio dos mistérios e enigmas da solidão do silêncio no instante de
lazer.
Tempo
de travessias.
O
que é isto - ec-sistir? É engalfinhar-se na teia de aranhas das decisões e
consequências que o homem "des-enleia
com a exultação e a erudição do habitar." Nesta inspiração que
compõe esta baila, floresço, apesar da quimera que é o seu eidos, floresço,
teço alamedas e becos para as verdades nostálgicas e dúvidas ancestrais. Avisto
no Éden as exíguas constelações do medo e da fuga... - o que é isto a aura
surdir com sua aparência magnificente nas sombras das idéias e dos sonhos?
Tempo
de metáforas versejando a noite ao longo de sua passagem ao alvorecer, versos e
estrofes inscrevendo nos ideais o som do "Ser" que se ritma e melodia
de querências e volos do eterno, lágrimas descendo faces, velando estrelas que
cintilam os silêncios do vir-a-ser. Tempo de metafísicas das turvas
elucubrações desorientadas havendo inúmeras passagens em que se re-vela um
segredo secreto, vontade cansada e incerta de pregar um verdadeiro retrocesso, de pregar a con-versão,
a negação das facticidades e ipseidades e dizer com todas as letras na ponta da
língua em riste: "Procurem a salvação noutra parte."
Lágrimas
de alegria?
Emergir de um desvario,
florar de um devaneio na floração
de um desejo,
não da demanda de um revérbero
em algum reflexo
na imagem dos sibilos do tempo nos
ventos.
Lágrimas de
felicidade?
Con-templar ao longínquo, ao distante,
a fragrância do in-cógnito,
Lágrimas por o celeste estar
re-vestido
de tanta beleza,
beleza pura,
beleza inocente,
beleza
ingênua.
Noite - noite sim!
Instante-limite da alma
que
sente o
sentimento do vazio,
nasce um sonho
de
verbo
que
regencia a liberdade.
As perguntas,
para as quais não há
res-postas,
são
apenas chamas de achas
das
utopias, vontades
do Ser,
endossam os limites das
possibilidades humanas,
traçam as fronteiras
da ec-sistência.
Mas
não é momento mais lindo, mais mágico? Princípio do alvorecer, genesis do
amanhecer, quando a vida sente no espírito o boreal de sua glória, voar, voar
por todos os horizontes, realizando sua essência, o "Ser" em todas as
suas dimensões contingentes e trans-cendentais. Na penumbra, na poeira e na
fumaça, parecem muito mais re-vestidas de perspectivas a serem in-vestigadas e
avaliadas.
Lágrimas
velam as estrelas. Estrelas são veladas por lágrimas.
Elucubração...
Fantasia...
Imaginação fértil... Nada de falta de inspiração, nada de palavras
haverem-se re-colhido para renascerem outras. Esvaeceram-se. Secaram-se.
O
meu sacrifício é re-duzir-me à existência pessoal. Fiz do meu prazer e da minha
dor o meu destino disfarçado ou o disfarce foi o destino da dor. E ter apenas a
própria existência é, para quem já presenciou e viveu as lágrimas, velar as
estrelas. Mister tenha a modéstia de existir. Quiçá o que sou faculta a garra de
coalhar-me num AÍ, caracteriza uma INTELECÇÃO.
Nada
há que se possa considerar nestas linhas preenchidas, contudo ficará
registrado, testemunho de quê? De nada, em verdade. Não vou jogar fora algo que
me custou angústia sem limites para ser produzido, ao longo dos ventos o
vômito, ao longo do tempos, a náusea, não vou desprezar o quão refleti e pensei
sobre estas lágrimas que velam as estrelas. Há coisas que nascem póstumas,
tenham ou não valores que endossem, a posteridade que cuide de jogá-las fora ou
re-colhê-las.
O ás do pôquer,
Que esplendorosa e esplendente
jogada: quatro ases,
naipes diferentes,
o desejo da jogada consumada,
é a perspectiva
da outra
jogada,
é o sortilégio
de cortar o baralho,
a etern-idade não é a poesia
da luz,
a etern-itude não é a
poiética da sombra,
a etern-escência não é a
poemática
da contra-luz, da
luz,
da contra-sombra,
dos raios de sol,
é intenção do jogo a glória
da
harmonia
entre a
dialéctica das sombras
que
ventos perpassaram,
e o diá-logo
mon-ológico
dos
abismos do ser
desejos da palavra
que superou e suprassumiu o silêncio,
o que ela exorta com a sua magia,
o que ela expele na
fumaça do cigarro, efêmero,
o que ela exulta com a
estética da expressão do estilo,
o que ela concede
des-abrochar de prazer e náusea,
alfim as sensações de
beleza, de belo,
carecem da exultação
das sensações do Ser,
carece do exalar o ser
das con-tingências.
Deixando
de lado palavras secas, falta de inspiração, ausências de molhados sonhos de
desejos totens e totens de vontades, as palavras se re-colheram para
re-nascerem outras, sendo hoje tão alheio, tão disperso, tão inexistente no
tempo e existente neste ínfimo e esvaecente sentir seus tempos, nada me diz
quaisquer respeito, tão indiferente, se o abismo se trans-cender, tornando-se
paisagem no In-finito, estou-me nas tintas, pouquíssimo se me dá. Já-já o
anoitecer, virá o sono, estarei dormindo.
Aquela
velha e eterna coisa: "Amanhã será outro dia..." Murmúrio eleva-se,
mas desta vez dá margem a sentir que traz em seu bojo segredos e mistérios.
Folhas
secas caídas, húmus para outras, serão concebidas no tempo - flores, exalarão
perfumes deliciosos, embelezarão a natureza, êxtases dos olhares.
Folhas
secas no chão hoje.
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