#AFORISMO 575/NOSTÁLGICOS UNIVERSAIS# - GRAÇA FONTIS: TÍTULO E PINTURA/ARTE ILUSTRATIVA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
Nostalgias pers de retros, éritos,
pectivando idílios futurais, idílios de prazeres pretéritos, idílios de êxtases
e gozos, idílios de eternas dimensões do pleno e sublime, inolvidáveis,
pres-"entes" em todos os instantes, pres-ent-ificando de porvires as
con-ting-ências de sofrimentos e dores, desvarios, o vazio esplendido a todos
os uni-versos.
Não é chegado o momento de acenar a
mão, gesto de solene adeus, aos retros, éritos, eríasis, érisis, írisis, des-velando outras semânticas e
linguísticas da ec-sistência que segue seus caminhos à luz do Nada, tendo ele o
talento e o poder de tudo deixar para trás, tornar tudo passado incólume e
insofismável? Re-fazendo-se, diante das dialéticas, frente às contradições. Não
é tempo de criar outros vernáculos fundamentados no presente, projectando-se ao
futuro? Sempre érisis, éritos, eríasis, retrós, írisis legam aquelas sensações
mais que esquisitas de que se pisa em solo árido, são eles grãos de areia do
deserto, jamais se libertará deles, até nos confins do mundo a presença deles,
infinitamente a ilusão de que o passado é a pedra de toque do Infinito. Aliás,
a sabedoria popular reza que são museus e patrimônios históricos que amam o
passado de paixão e sustentam a vida com eles.
Virar o presente às avessas,
re-versas, in-versas, sentir-lhe nos re-cônditos da inspiração,
mergulhar em sua
sensibilidade,
nele outras
categorias estão inscritas,
outras palavras com sentidos inda mais
profundos se re-velam, in-ovam-se os conceitos, re-novam-se as
definições, de letras apagadas e ciências ocultas que são os vernáculos do
passado viveram os séculos e milênios, outros tempos, outro pincenez por onde
ler a vida com mais trans-parência, visão-[de]-mundo sob outras miríades de
luz.
Esplendendo-se as palavras
Às metáforas dos
sentidos e sensações
Das con-tingências
do não-ser,
Abre-se de verbos as
regências do sensível
À luz fosforescente e diáfana
As sin-estesias do
poema ec-sistencial
Ser e não-ser,
Liberdade...
O ser-livre
Estar em questão....
As numinâncias do sol de ontem
esvaeceram-se.
Os raios que, ilusão de óptica,
fizeram o asfalto
tremer,
apagaram-se.
Raios e numinâncias de hoje são
outros,
não há nem
similaridade mais.
Abaixo o passado!... Abaixo as
linguagens e estilo do passado que pretendem ser sementes, o des-velar dos
mistérios e enigmas do vir-a-ser!... Hurray ao Nada, eidos do presente, senda e
vereda para o In-finito. O que seriam das esperanças, sonhos, utopias, não
fosse o Nada? O efêmero são con-ting-ências, o Nada são luzes da
trans-cend-ência.
O encontro das percepções
escapa a qualquer fantasia,
A conquista das intuições
Foge a qualquer inspiração,
A realização das intenções
Carecem do conhecimento,
Emoção,
Sensação
Da verdade e singularidade
Da liberdade
em questão
Da
consciência volando
As utopias do Ser.
Deveria sentir-me angustiado,
mas a angústia significa
ora uma ideia destilada,
ora desenvolvida...
Emoções vividas,
pensadas,
entendidas,
acontecem e fluem
nos labirintos
da interação.
O coração
sem vínculo algum,
indistintamente,
através de todas as coisas,
abstrai-se...
Ser o viver
do bem-estar,
da paz.
A superfície da beleza
emula o
sentido,
o vivo,
mesmo que haja o engenho e a arte
de encontro,
longínquos sítios da
verdade
distantes lugares do
não-ser,
invisíveis cantos da
ipseidade,
cânticos
da facticidade,
boleros da
“falta do ser”...
Afigura-se-me ser
suficiente
a
afetividade.
Um apelo
levado
pela
memória...
Não
sou
real.
As atitudes realizam a
mim.
(**RIO DE JANEIRO**, 05 DE FEVEREIRO
DE 2018)
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