#AFORISMO 571/DANÇA DOS SENTIDOS# - GRAÇA FONTIS: TITULO DO AFORISMO E PINTURA/ARTE ILUSTRATIVA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
Peregrino em direção às ruínas dos
templos.
Sou mestre na arte de falar em
silêncio. Sou a negação perpétua na poiésis de silenciar a minha fala. Toda a
minha vida falei, calando-me, silenciando-me, emudecendo-me, e vivi em mim
mesmo tragédias inteiras sem pronunciar uma palavra, ofensas e humilhações sem
suspirar profundo nos momentos em que monologuei comigo próprio.
Lá, encontro a beleza, o sentido de
mim.
Há consolo
no espírito branco
da eternidade.
A dança de uma evidência a escovar-se
todas as manhãs.
A fisionomia de uma ingenuidade
proclama um silêncio indisciplinado.
E o rosto da inocência perspicaz
lança, na consciência, a sombra.
Translucidez do individuo.
Entreabre-se a singularidade em... -
"silêncio! além dos infinitos e in-fin-itivos!" Do clima frio, às
vezes médio, mostrando a carne do rosto, a fisionomia
é algo de uma ternura séria e amor
sincero. Dizia Clarice Lispector que "O óbvio é a verdade mais difícil de
enxergar".
Reivindico um reduto aconchegante
onde repousar... Uma palavra a ser dita. O sofrimento sempre acompanha uma
inteligência elevada e um coração profundo, um intelecto perquiridor da
liberdade e do sentimento de livre o Ser mergulhar no bosque da querência de
sabedoria. Os homens verdadeiramente grandes experimentam uma grande tristeza,
acometido de uma melancolia súbita.
De algures, caos e cosmos re-vestidos
de pectivas-pers do afluir-a-ser no tempo, vis-a-vis às intempéries da Hstória,
ser e não-ser, silêncios e vozerios, escravidão e liberdade, contradições e
dialécticas, a jornada se faça sempre presente, o genesis se re-faça a cada
re-velação das esperanças e sonhos do eterno uni-versal, conjugado com os
verbos das utopias e ideais do sublime e da verdade.
Caos e cosmos se re-vezando ao longo
das situações e circunstâncias, e as ipseidades da con-ting-ência, abismadas na
memória, espírito do subterrâneo, alma do limbo. Mãos à obra. Re-criar
manque-d´êtres, à luz cintilante dos desejos, re-inventar forclusions à mercê
dos crepúsculos que são vires-a-ser de outro alvorecer, aquando os raios de sol
e de luz primeiros são eidéticas inspirações, "para-si" das
etern-itudes.
A fuga do real,
ainda mais longínqua a fuga das
ipseidades,
mais longe e distante de tudo, o
devaneio das facticidades,
A fuga do "eu mesmo"
não necessariamente do
"eu-poiético e poético,
a fuga da fuga, a escapadela da
escapadela, o exílio
Sem água e palavras,
O cárcere
Sem sentimentos e fantasias
a perda muitíssimo individual de amor
e memória,
o eco
já não cor-res-pondendo, sendo
cor-respondido ao apelo,
e este adentrando-se,
escarafunchando-se
nos desvarios do vento e do verbo,
refestelando-se na viagem psicodélica
do sujeito e do eu,
todos os gestos, toques, atitudes,
ações, afinal,
impossíveis,
se não fúteis, superficiais, inúteis,
a des-necessidade dos cânticos e
cantos...
Não a morte, contudo!
Antes era o caos, depois o cosmos.
Antes eram o caos e o cosmos, depois o nada, assim caminha a humanidade nas
trilhas da con-ting-ência, da Maria-Fumaça nos trilhos das gerais utopias, o
nada de sendo em sendo desbravando a poeira da estrada, senda para o In-finito.
Antes era o verbo do sonho amar, depois a paixão do amor pelo verbo, depois o
amor-verbo do ser.
As infernidades esboroam-se na
eternidade límpida, nítida,
transparente. A eternidade desliga-se
nas linhas da
contingência,
branca, clara,
t
rans
- lúcida
Há coisas que o homem não revelará
nem para seus amigos, mas apenas para si próprio, e ainda somente com a
promessa de manter em segredo.
As atitudes são os meus passos...
(**RIO DE JANEIRO**, 04 DE FEVEREIRO
DE 2018)
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