AFORISMO 568/SE... ALMA DA VIDA# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/ARTE ILUSTRATIVAManoel Ferreira Neto: AFORISMO
Se no horizonte
Brilha
o sonho dos desejos,
Êxtase da carne, volúpia do gozo,
No verbo do prazer
O corpo dança o fado do Ser
Amor,
Carinho,
Entrega,
T
e
r
n
u
r
a...
Se no uni-verso
Cintila
a luz das esperanças,
Difundindo
de modo harmonioso
Querência
do absoluto, clímax do divino,
Desejanças
da verdade que res-plandece
da
liberdade que tremeluz
No verbo lúdico dos sentidos,
das
percepções,
das
imaginações,
das
intuições,
Sentimentos do eterno espírito do amor
Esplendem de carícias,
toques
A sensibilidade da
alma -
Carente de finitos e
in-fin-itudes -
Alegria,
Felicidade,
Amor de sonhos do
Verbo...
Se no alvorecer
As
pétalas de rosas des-abrocham
Exalam perfumes di-versos, ad-versos
Seduzem os beija-flores a sugarem-lhes
o néctar
O
porvir da beleza, do belo,
O
criar sendas por onde trilhar
Estendidos
nas sendas silvestres
Do
pleno à luz das utopias eternas
Da verdade absoluta,
O perfume exalado ao
deus-dará
Dos
alhures do tempo apocalíptico
Na
roda-viva do Ser,
No catavento da Con-tingência,
No redemoinho da Metafísica
Transcendente
das Travessias Imortais,
Iluminam
de luzes fosforescentes
Os interstícios do abismo...
Numinam de cores do arco-íris os
auspícios da colina,
Onde os
lobos uivam livres e serenos,
Onde as serpentes
perscrutam as adjacências.
Se... Alma da vida
Ó
alma, alma minha!
Minh´alma,
eu carecia,
Para
atravessar o abismo
cujo
fim não vislumbro,
E para
durante a noite até Deus
eu ascender,
De
construir uma ponte
e em mil arcos a estender,
Se
em mil arcos não a estender,
é que não engenhei
o sonho.
Se à luz das estrelas e luas
Na
noite de buscas de re-nascimento,
Re-fazenda de idílios, sorrelfas,
A alma mergulha profundo nos interstícios
Do além,
(Seria
que a alma fosse assim dotada
para este
mergulho? Nada posso declinar.)
Desejando
a essência do espírito,
A luz, que se
esvaece no crepúsculo,
Estende seus raios,
Ainda que, entre-brilhos, de versos
inconscientes,
entre-meios,
de estrofes imaginárias,
Ao portal da
eternidade,
Soleira da travessia,
Ângulo do zero obtuso,
Prisma do
nada elevado à quinta potência
Por onde con-templar
As
ad-jacências do solene, sublime
Desejo da perpetuidade,
À mercê da posteridade
Que nasce
das cinzas da morte e da vida
Na
perspectiva primeva, secular, milenar
Da gêneses
Do Caos, Cosmos, Chronos...
Se,
tempo
incondicional
do só
fantasias,
O
pleno, absoluto, verdade
Advêm dos
sonhos, esperanças, fé,
As
con-tingências elevadas ao vir-a-ser
Das liturgias e
cânticos do além-eterno,
Das exegeses e
apocalipses do nada-divino
Trans-elevado
ao índice divino da gênese,
Trazem
no bojo e algibeiras
O eidos da essência
- Verbo do Espírito,
Alma da Vida...
(**RIO DE JANEIRO**, 31 DE JANEIRO, 2018)
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