#AFORISMO 563/INSPIRAÇÕES EIDÉTICAS# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/ARTE ILUSTRATIVA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
Seren-itude de prazeres
Sonhos comungam verbos
Desejos unem esperanças,
Sentimentos lúdicos do amor,
Emoções lúcidas de carinho,
Sensações exóticas de prazer
Assim,
a etern-idade se real-iza
Em
inspirações estéticas
De temas verbais
Cada
momento da vida,
Considerando
os instantes-limites,
Louvando
os segundos e minutos,
seria triste,
fastidioso,
insípido,
aborrecido,
nauseabundo,
se não houvesse prazer,
se não
fosse animado
pelo tempero da Loucura,
Da Sandice,
Da Maluquice,
Temáticas nominais
Linhas contingentes
Para que a vida dos
homens não fosse
triste e aborrecida
Júpiter deu-lhe mais
paixão que razão.
Entre-linhas
espirituais
Inter-ditos-eidéticos
Poiéticas
almáticas.
Sublim-itude de alegrias
Linces do olhar con-templam
O além
das águas
Navegando
mares no absoluto
Das
sínteses eidéticas do Ser-Vida
Remando
barco à beira do bosque
Das antíteses da náusea, con-tingências.
Versos de palavras
Vociferando
clímaces da carne
Voli-sussurrando
ósseas volúpias
De etéreos
desejos do corpo
Voli-cochichando
estéticas nonadas
Do
instintivo primevo
Voli-murmurando
libidos éticos do amor,
Voli-ruminando
totens e tabus
Dos
princípios,
Dogmas,
Preceitos.
A natureza, que em
coisas in-estimáveis,
é mais
madrasta do que mãe,
imprimiu
nos homens,
sobretudo
nos mais sensatos,
honrados,
uma fatal
inclinação no sentido de
cada
qual não se contentar
com o que tem,
Admirando e
almejando o que não possui:
daí
o fato de todos os bens,
todos os prazeres,
todas as belezas da vida
se
corromperem e reduzirem a nada.
O
cúmulo do orgulho
é
negligenciar-me
a
mim mesmo.
Além-mares,
Aquém-desertos,
Além-florestas,
Aquém abismos
Além-grutas
Aquém-cavernas
Ficais encantados pela excelência do vosso mérito,
Senhores
e senhoras,
e vos apaixonais por vossas
exímias qualidades,
o que vos proporciona a
vantagem
de alcançardes o supremo
grau de loucura;
se vos desgostais de vós
mesmos,
persuadi-vos de que
nada
podereis fazer de belo, de
gracioso, de decente,
roubada à vida essa alma, languesce o orador em sua declamação, inspira
piedade o músico com suas notas e seu compasso, ver-se-á o cômico vaiado em seu
papel, provocarão o riso o poeta e as suas musas, o escritor e as suas corujas,
águias, o melhor pintor não conquistará senão críticas e desprezo, morrerá de
fome o médico com todas as suas receitas.
Do nada faço a vida
De dores, sofrimentos
À luz do amor
Que se esplende nos uni-versos
Con-tingenciais da ec-sistencial esperança
Templo da gnose,
Tabernáculo da cáritas,
Olimpo do "ser"
Há um espectáculo
mais solene
do que o mar,
é o céu;
e há outro mais solene do que o céu,
é o
interior da alma.
Nalguns instantes, através da face lívida
de um ser humano,
olho por trás dela,
olho nessa alma,
olho nessa obscuridade.
Amar?!
- Amo
O
ser-[do]-outro,
O verbo
temático do espírito...
(**RIO DE JANEIRO**, 30 DE JANEIRO DE 2018)
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