Maria Isabel Cunha CRÍTICA LITERÁRIA ESCRITORA E POETISA ENSAIA O AFORISMO 537 /**LAIRE-BAUDE DE PECTIVOS RETROS**/
Uma homenagem a Baudelaire, o poeta que se insurge contra as normas da
sociedade da época e apresenta o homem com suas fraquezas e vicissitudes da
vida. Ele não segue regras, ele nega-as.
Manoel Ferreira Neto, o escritor revolucionário que também não segue
regras pode assemelhar-se a Beaudelaire na sua negação à estrutura das ideias.
Manoel Ferreira Neto nega-se a seguir normas, ele deixa as suas ideias
desdobrarem-se livremente, de modo a ser impenetrável a sua mensagem ao leitor
comum.
Aqui o paralelismo perfeito entre os dois escritores.
Manoel Ferreira Neto na sua homenagem ressalta essa característica “
outras descobertas, renovação, refazenda, renascimento. O Ser Livre, o Homem na
sua liberdade, assumindo as “ flores do mal”, isto é, assumindo as suas
fraquezas e inclinações humanas como humanas e não como pecaminosas ou
animalescas. Baudelaire eleva o belo do considerado inferior, ao considerar
essa inferioridade ou a parte humana não divinizada como “ flores do mal” .
Como refere Manoel Ferreira Neto “ Flores exalando o perfume do Ser. “ Aqui
Manoel Ferreira Neto aponta para a dualidade do Homem em cuja essência reside o
bem e o mal, os dois para se aceitarem com a mesma elevação e aceitação.
Um apelo final aos escritores da época atual que se insurjam, tal
Baudelaire e Manoel Ferreira Neto às imposições do capitalismo e assumam o belo
como essência do Ser Livre. Parabéns aos dois escritores.
Maria Isabel Cunha
#AFORISMO 537/LAIRE-BAUDE DE PECTIVO RETROS#
GRAÇA FONTIS: PINTURA/ARTE ILUSTRATIVA
Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
IN MEMORIAM: Charles Baudelaire (Escritor e poeta francês), uma flor do
mal, dependendo de como se intui, percebe, verbaliza o que é isto - o mal, o
meu carinho e amor e reconhecimento, além do agradecimento!
Pectivo retros de quimeras ins-crevendo no tempo aquém da eternamente
eternidade as linguísticas e semânticas do sublime, da leveza a iluminarem as
sendas ao longo da campesina estrada para os sonhos mais percucientes,
esperanças vívidas da solene colina dos ventos in-auditos de onde a paisagem do
In-finito res-plandece de iríasis do Amor eivado de estesias e belezas, de onde
o amor se projeta de miríades de raios de luz branca, simbolizando o
além-divino. Quem con-templa o Amor da colina é numinado, inspirado de
sentimentos e emoções sensíveis e trans-cendentes.
Góticas razões por esmiuçar limites do instante, os sóis orvalhados dos
céus nublados sobre as águas serenas, ondas leves do mar guardam o encanto
misterioso e cruel de um olhar infiel, adúltero, barcos de humor vagabundo
vindos do fim do mundo.
Pectivo retros de sonhos pres-crevendo no Verbo Ser do pretérito
mais-que-perfeito as dimensões trans-cendentais da entrega plena de ternura,
carinho, carícias, entrega aos ex-tases da verdade que circun-vaga os tempos,
per-vaga os éritos in-conscientes, re-novando-se, in-ovando-se, re-criando-se e
as veredas da jornada pela vida a fora se re-vestem de poiéticas peren-itudes
das paisagens do uni-verso, de onde se sente profunda e percu-cientemente o
orvalho suave a tocar os inters-tícios da alma, po-iésis das dores e
sofrimentos, angústias e tristezas, melancolias e nostalgias sin-estesiando
desejos e vontade do outro outro de ser-no-mundo.
Con-sinto bem o escurecer, o anoitecer, mas tenho palavras de luz e, por
fim, não entro na noite pra me render; antes que a alma tenha em ruínas, meu
êxtase reaviva à glória e à luz divinas; esta é a volúpia dos encantos do
mundo, da terra-mãe!
Pectivo retros de ideais pers-crevendo no Verbo "Esperançar"
de gerúndios, partícipios e in-fin-itivos sin-estésicos as miríades
dimensionais do belo e da beleza, sob as cintilâncias e brilhos das estrelas e
lua incidindo-se nas águas do Lago Éden à margem da colina dos ventos
in-auditos, em cujas luzes que se esplendem por todo o vale o In-finito
performa o baile das alegrias e prazeres, as iríasis futurais encenam as
etern-idades re-vestidas das cáritas do evangelho da Verdade ser o genesis da
poética Vida-Vida.
Pectivo retros de esperanças vers-ejando e vers-ificando as érisis do
tempo e dos ventos que pers-crevem o absoluto à luz do apocalipse, a po-esia se
re-nova, in-[ov]-a-se, re-cria-se, re-faz-se de dentro dos abismos in-auditos,
dos vazios indescrítiveis, dos nadas extasiantes, esplende-se a todos os
espaços do In-finito, alimentando de espiritualidades as querências e
desejâncias dos volos dos dons e talentos.
Esperanças vers-ejando
e vers-ificando as érisis do tempo
Corramos sem mais delonga ao po
en
te,
é tarde,
para abraçar
um raio oblíquo no
hori
zonte
uma luz obtusa
no
IN-FIN-ITIVO
do
IN-FINITO!;
para saudar
o ocaso
mais glorioso do que um
so
nho!
Pectiva de retros tecendo de experiências e vivências éritos do tempo,
trans-literalizado pela memória, trans-poetizado pela sensibilidade,
trans-litterisado pelo húmus e semente da etern-idade, trans-proseado pelo
perpétuo de outras visões profundas do tempo que prossegue a sua jornada, as
contingências seguem as decisões e consequências, liberdade, responsabilidade,
compromisso, a cada travessia outras des-cobertas, re-novação, re-fazenda,
re-nascimento, o tempo in-ventou a morte, não conhece a vida, a vida
re-inventou a etern-idade, nela a verdade se vela e des-vela nas suas
travessias, nonadas, nada, vazio, na esteira do SER LIVRE.
Pectiva de retros exalando das flores do jardim em uníssono o perfume da
poesia que verseja e versifica no tempo a eternidade, de sin-estesias e
metáforas tecendo o ad-vir do "ser". Poesia: jardim de pectivas
retros da etern-idade. Etern-idade: flores de laire-baude exalando o perfume do
ser, a verdade a cada passo se desvelando.
Flores de pectivas
retros
exalando o perfume do
ser;
som de um órgão
e de um
sino na lonjura,
exalando um suspiro involuntário.
(**RIO DE JANEIRO**,14 DE JANEIRO DE 2018)
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