#FAUNO DO BOSQUE# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA
Sou hoje mais individualista do que nunca. Aos meus
olhos, nada parece ter o menor valor, exceto aquilo que consegui obter por mim
mesmo. Minha índole procura nova forma de real-ização pessoal, novo estilo de
olhar as coisas, objetos e homens. E é a única preocupação. E a primeira coisa
que terei de fazer será libertar-me:
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Fauno do bosque, dá-me as minhas quimeras,
Tomai a vossa alma com a eternidade,
A omnisciência e todo o seu poder divino,
Restituí-me as ilusões que me roubastes,
Conhecer toda a verdade é viver no vazio,
Presenciar o fim de todo o Bem,
O fim de todo o Amor;
É jazer, vivo, vivinho da silva,
Num sepulcro, porque
O nada é a expressão da existência,
As minhas ilusões que roubastes
Eram o azul celeste desse vazio,
O horizonte feliz deste infinito lúgubre.
Dai-me as ilusões,
Tome a vossa alma.
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Real-izai que não tenho preço algum, expondo as
utopias de um homem, de todos vós os homens, da humanidade e sabendo que
conheceis quais serão vossas trilhas, não tenho qualquer preço. Não me sinto
inferior a vós, também não me sinto superior a vós, quem dera pudesse
questionar só para mim, espremer os miolos em busca de uma solução, salvação de
minha vida que trans-corre no mesmo ritmo de todos os séculos e milênios,
desejo felicidade e alegria.
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À sombra da palmeira...
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Peripécia de verbos
Insinuações de utopias re-colhendo, a-colhendo
Da inspiração livre e leve, sêmens do há-de ser
Da intuição frágil e efêmera, as semen-itudes do
tempo
Da percepção volúvel, as a-nunciações do vento
Que movimenta as folhas da palmeira que sombreia
A varanda, ilusões nascem, re-nascem, floram
Na imensidão dos ideais do amor nos interstícios,
Ao ritmo do vai-e-vem da rede,
Re-cônditos, âmagos da poesia estilística e
estética,
Amor estético de poesia do eterno sonho da
espiritualidade
Estesia amante da etern-idade que exala o perfume
suave
Das volições da sabedoria que habita o eidos do
ser,
Steamy Windows,
Dos sentimentos que aspiram, idealizam a perfeição
Tramóias de sorrelfas mescladas às quimeras do
sublime
Volitam a dialética dialética da dialética do belo
e uni-versal
À soleira do perpétuo envelado de in-verdades
Poesia de estesias e sin-estesias in-fin-itivando
paisagens,
Panoramas dos vales do silêncio e da solidão,
Colinas das emoções extasiadas com o silvestre das
esperanças...
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Peripécia de verbos
Taos serem da vida
Ritmo, melodia, musicalidade, acordes
No interior das dimensões sensíveis
Onde reinam, imperam os sons puros da solidão
Das fantasias,
Das quimeras,
Da imaginação fértil que cria a poiésis do sonho
Em sin-tonia, sin-cronia, harmonia com as
travessias
Do instante-limite à liberdade de outras arribas do
pleno
Ornamentadas de temas e temáticas do verso-uno,
Dialética da Iluminação,
Dialética da Numinação,
Dialética da Àguia que voa livre aos confins do
eterno
Onde pousará serena e vislumbrará o pampa do
In-finito
Ovelhas de velos suaves e ternos, níveos de pureza,
resplendor
Pastam à margem do riacho,
O monótono quebrar de ondas do mar inquieto
Harmoniza-se com as sombras móveis e escuras
Das nuvens passageiras,
Dialética de volições do eterno e fugaz,
Chuva que traz em si promessas de outros raios de
sol,
Arco-íris de cores vivas e cintilantes
pre-nunciando
O alvorecer da terra à soleira do mundo...
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Peripécia de verbos...
No fundamento do ser as horas fulguram,
desejo de ainda não desejar,
sonho de ainda não sonhar,
cada sentimento tem o seu cintilar,
cada emoção tem o seu brilho
e cada brilho, o seu pro-jeto para além das
contingências, presença de relógio
insinuada nas palavras
que como carros percorrem as ruas.
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Ponho-me a correr na praia,
venham as ondas a encobrirem-me,
venha o mar, fluxos de sensações,
fluxos de sublimes vontades,
abro-os todos,
mas de todos eu salto,
verbo intransitivo de amar
a liberdade do Uno-Verso.
Oh, mitos que cultuamos, sentidos re-versos do
lúdico e do erótico, falsos, flores incolores, anjos desleais, falsos...
arquejos poéticos eruditos, querubins...
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Suspirar suave, comedido, no silêncio da noite, na
passagem solitária por entre as paisagens do in-finito e confins, palavras e
imagens se invadem, aproximam-se...
#riodejaneiro#, 27 de setembro de 2019#
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