#EXISTÊNCIA CATILINÁRIA# GRAÇA FONTIS: PROSA Manoel Ferreira Neto: POEMA


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Centelhas
Raízes profundas entre-laçadas
Ventos sopram folhas secas
Princípios, preâmbulos, o mundo e os ecos
Que ser há-de anunciar sons sublimes?
Que ser há-de re-velar visões transparentes?
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Nada, vazio, absurdo
A face, refletida no tempo, circunstâncias
Vistas sob uma sombra de fogueiras no anoitecer,
Olvidadas, negligenciadas, não se lhes reconhece os traços.
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Elos indecifráveis eclipsados nas tristezas
Indizíveis, talvez não verbalizadas, con-sentidas,
Deixadas aos ventos, aos silêncios
Que vagueiam, vagabundam, perambulam selvas
Que atordoamento vazio me esfalfa na mente?
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Chamejantes artitícios de idéias
Perquirem dentro em mim:
"Que intenções perpassam-lhe?",
Estilhaços de possibilidades de resposta,
Ilusões por demais insondáveis,
Mistério que toca os Mistérios do Mundo,
Inefável chama do inaudito na alma
Inovadores do espírito, coisas íntimas da alma
Tem na fronte,
Por átimo de tempo, a nítida e nula,
Fatídica marca da chândala,
Não por desejar mostrarem-se assim,
Sentem sabiamente o abismo terrível, o vazio inestimável
Separa-os de tudo o que é tradicional e venerado.
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O gênio, genialmente, conhece
Como residência, estágio no seu desenvolvimento,
A "Existência Catilinária",
Sentimento de vingança, insolência, rebeldia,
Revolta contra tudo que já é, o famosíssimo
Poste de cimento armado, o Em-si categórico,
Que não mais se torna,
As trevas da morte...
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A sabedoria ilumina os passos nesta treva,
Adquirida, assimilada nas sendas do mundo,
Contingências,
Outro estilo e linguagem de sonhar, desejar,
A eternidade, o eterno...
#riodejaneiro#, 10 de setembro de 2019#

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