#HÁLITO DA ETERNIDADE NOS LÁBIOS# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: PROSA
Retalhos dos tempos alinhavados de perquirições.
Nada reside os âmbitos do inconcebível.
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Quantos versos serão necessários para as estrofes
da liberdade, cujos sons e sentidos são chamas de verbos do nada e volos de
ventos sibilantes a passarem entre serras, poemarem inter-ditos, re-velarem
sonhos da verdade? Quantos?
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A semente brota e se mostra ávida de crescimento,
frutos a amadurarem, serem sabores suaves e dóceis a saciarem os prazeres. Nada
é belo no reino das contingências humanas, toda a estética se fundamenta nessa
inocência, ela é a sua verdade primeva. Tudo é esplêndido e maravilhoso no seio
da natureza, toda a poesia se funda neste saber, nesta consciência, ela é a
inspiração de na continuidade do tempo a floração do ser interpretar a
exuberância da existência. O que habita o mais profundo e enigmático da alma
tropeça com a ladeira de singelas brumas dos sentidos, caminho e me arrasto
sobre as planícies de sentimentos que sensibilizam as correntes de a-nunciações
do conhecimento, sabedoria, um re-torno, uma re-versão às virtudes que
artificiam o ser.
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Quantas fogueiras serão suficientes para que suas
chamas iluminem as densas trevas a impedirem a visão das veredas que levam aos
auspícios da colina de onde vislumbrar a paisagem dos campos, a solidão do mar
no crepúsculo, a claridade diáfana das nuvens celestes sobre as montanhas distantes?
Quantas?
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Para a sina de um povo, da humanidade, mister as
utopias, sonhos do verbo no sítio certo, não na alma, o sítio certo são o
corpo, os gestos, os toques, quando tudo se redime e afirma-se no todo. Ouso
permitir-me, con-sentir-me todo o âmbito e riqueza do que é natural, que é
forte e suficiente para a vivência maior do que é conhecer a essência da vida,
as formas da eternidade. A palavra bela, o belo sentimento em cada instante,
como som do silêncio, como lugar, como conceito, energia dos signos. Para haver
arte é mister a embriaguez pós con-templação dos ventos a balançarem as folhas
das árvores bosqueanas, as primeiras ondas a esparramarem-se na orla.
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Ocasos espirituais. O essencial é querer o hálito
da eternidade nos lábios, fechar os olhos, esperar o paraíso dos sentidos e do
espírito, um outro alvorecer, outra chama a despertar visões do invisível,
sensações do in-audito, a intensificar outros sonhos.
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Procuro a paz re-flectida nos linces da retina,
procuro a paz nas línguas que emitem as a-nunciações da verdade.
#riodejaneiro#, 13 de setembro de 2019#
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