VERSOS AFIADOS QUE CEIFAM VAIDADES GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA @@@@
Tecerei palavras de sentidos controversos
Com a língua de vazios conspícuos
Com a compreensão e entendimento
De interditos, ausências, sigilos.
Que o mundo gema com sua mole insolência:
Não envela o verde de minha
Vontade inexpressível de rir
À lingüística com irreverência,
À semântica com rebeldia,
À metalingüística com indolência,
Mostrando os dentes amarelados de nicotina,
Na rodovia hei de rolar as rimas veras.
@@@
Não me é dado saber
Se é porque no alvorecer o céu
É de nuvens azuis,
E o mundo, companheiro fidedigno,
Oferece-me as mãos ardentes
Que eu componha versos intrigantes,
Polêmicos, ácidos críticos percorrem-lhes
As entrelinhas
Versos afiados que ceifam as vaidades
Do gênio e espírito malignos.
@@@
Poetas há muitos, são as pencas
Reúnam centenas
Construamos um castelo ao estilo espanhol
Para exílio dos críticos.
Quem pensa ser mole
Deslizar a pena nas linhas de páginas
Brancas à cata da pureza do caos
De todas as formas, estruturas,
Enxaguando os absurdos das inverdades
Do belo, do sublime
Com água da enxurrada que corre
Na rua de chão e poeira,
Retirando as nódoas e manchas que
A tradição deixou?
Quem pensa ser brincadeira infantil
Louvar, glorificar a hipocrisia,
Mostrando os dentes que mastigam
Valores, virtudes,
Moral, ética,
Princípios universais humanos,
Degustando o sabor de saber
Ser porta-voz de tempos gloriosos?
Mister mordiscar com ternura, compaixão
Os tornozelos loucos dos críticos,
Vendo-lhes os nomes suspensos
Nos espinhos de desérticos cactos.
RIO DE JANEIRO(RJ), 03 DE MARÇO DE 2021
Comentários
Postar um comentário