FOGÃO DE LENHA GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA-SÁTIRA @@@
Toque magliclic – assim considero -, é muito tranqüilo
Parecer de pensamentos modernos,
Trazem na algibeira as investigações pretéritas e hodiernas,
Instituiram-se outros prismas de visão,
Ideais contemporâneos
O que é mister realizar para a concepção de outras línguas,
Enquanto se é o inestimável viperino jamais nascido.
Se eu o sei?
Estou cônscio disso como nunca estive sobre coisas outras.
Queimei no fogão de lenha, crepitando as achas,
Muitas obras sem quaisquer valores,
Até mesmo acordar a curiosidade da leitura,
Não tão insípidas e vulgares,
Imagino em que águas turvas se banharam, banham-se
No
As nódoas e manchas estão evidentes,
Como o que leio nas revistas, pasquins, livros, tablóides.
@@@
Carrego nos ombros, nas costas, n´alma
Sinceridade dentro em mim,
Concebidas de messalinas e vilões
Que não me deixará blefar
Ser uma coisa que não sou,
O que seria dupla ruína,
Múltiplo fracasso:
Ruína de um indivíduo nos versos,
Ruína de um homem na vida,
Fracasso nos sonhos, esperanças,
Múltiplos, sem a exclusão dos interesses, ideologias
“Mea culpa”
Falhar na poesia
É equivocar a existência,
Sem destino,
Falhar na vida
É nunca, jamais haver nascido.
São verbos alimentados com esmero, acuidade,
As regências seguem as transições, travessias,
Intransitivas, transitivas diretas e indiretas,
Transitivas indiretas-indiretas(vice-versa),
Quero o que penso-sinto, sinto o que penso e quero.
Tal como no poema,
Se os versos estão mortos,
O que re-colher e a-colher de fruto para a alma, o espírito,
Podem ser queimados no fogão de lenha,
Posso ser enterrado,
Jogar fora a máquina de escrever,
A agenda de anotações,
No abismo ou no lixão público,
E parar de trafulhar
Com poemas insípidos os solitários do mundo,
Que desejam, são-lhes o grande sonho:
A visão do mundo,
A língua dos homens.
Não desisti das poucas preciosas páginas,
Aprazem-me nas vias do saber e sabedoria,
Alimentam-me, saciam-me a sede e a fome do EXISTIR,
Páginas que condizem com o poeta e sua existência.
RIO DE JANEIRO(RJ), 04 DE MARÇO DE 2021, 06:25 a.m.
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