PARTÍCIPE DO CREPUSCULO DO AQUÉM GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA @@@@
Estou tão amplo, tão aberto, tão pleno
Explicar-me, justificar-me,
Seria de egrégio valor?
Sou cônscio, sou coerente
Meu cântico de existir no mundo
É profundo,
Mais profundo ainda é o fosso
Das dúvidas, medos, inseguranças
De verdades que desconheço.
Amaria sabê-las com precisão,
Perguntas artifício, respostas não as tenho.
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Há melodia de amor
E eu nada posso senão nascer,
Des-cobrir o que é ser nascido
E estar disponível para as contingências
Até compor a lírica da verdade Amor.
Em todas as suas dimensões
Estou tão completo, tão imortal,
Tão eterno,
Na completude de mim,
Busco, por vezes, os vazios incolores,
Gélidos, frios,
Para contrastarem com as múltiplas solidões,
Dar-lhes substância,
Consistência, percuciência.
Arrimo a brilhança da lua,
Assino com todo esmero
Na Estrela Vésper
A única razão de meu existir:
Encantar-me com a utopia de verbos
Que revelam os tempos de minh´alma,
Regenciam as raízes das diretrizes, ideais,
Gerenciam desejos profusos do Ser.
Arrimo na placa do Mercadinho da esquina
A categoria dos bons ventos
Que sopram de leste e oeste
As metafísicas da liberdade e saber,
Metáforas da fé e esperança,
Coragem de sonhar.
Tudo atrás do ser,
Tudo atrás do pensamento e idéias,
Tudo atrás das intuições, percepções,
Inspirações.
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Inestimável o interdito da palavra
Que anuncia, enuncia
No ser do verbo de ampliar a Inspiração
Aos limites de arribas,
Quando as estrelas velam
Sentimentos, emoções a evangelizarem a alma,
Torná-la vernáculo de estesias, êxtases
Das perenitudes do além,
Partícipe do crepúsculo de aquém,
Alibi da coruja que canta solitária
Na galha da Árvore Proibida,
A sabedoria do Eterno, saber do Perpétuo,
Cúmplice da águia que esvoaça
No espaço a omnisciência
Das imortal-itudes,
A omnipresença das verb-itudes
Da memória e do esquecimento.
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Se tudo isto ec-siste
Então, eu sou,
Sou-me.
RIO DE JANEIRO(RJ), 18 DE MARÇO DE 2021, 18:55 a.m.
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