PROSCRIÇÃO DE UMA DOENÇA GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA @@@
Hipócrita,
Palmilho uma vida de aparências, a face oculta
Um mundo de verborréias, a mentira das verdades
Malquisto pelos humanos e por mim,
Para os doutos, um monstro.
Nesta senda inglória do pecado – todos sem exceção
Cada vez mais culpado por
Ações e atitudes in totum censuráveis,
Excusas e obtusas
No êxtase da satisfação,
Pleno de conquistas e glórias,
A tiara o símbolo do exímio,
Ou da proscrição de minha doença de caráter.
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Não coleciono fracassos
Para enxugar as lágrimas na fronha do travesseiro;
Na sombra da amargura,
Não quero morrer de tédio,
Acumulando compaixão, solidariedade,
Amor, generosidade, amizade, consideração.
Prefiro a hipocrisia
Não me aconchego nas dobras do vento,
Onde a sombra crocheteia interrogações,
Começo o dia
alegre, contente e tranquilo,
Álibis seguem-me, continuamos nossas andanças,
Rodeados de coleções de imagens,
A aplaudirem-nos pelos encantos do poder
Que nos felicita.
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Não me é sabido,
Se me quedei vencido por obra da covardia
- É preciso ter coragem para compor valores, virtudes;
A coragem não enfrenta a Serpente -,
Recém-saído da galeria do mestre arrependido.
Percebo que fiz e desfiz muitos laços,
Nós de família, relações íntimas.
No entretanto, encontrei a humanidade
Que me deu as mãos para a jornada juntos,
O Éden prometido seria a nossa conquista inconteste.
Os artífices das letras homenagearam-me
Com versos suntuosos,
Minhas contribuições para o caos do espírito e artes
São inestimáveis:
Dissipam os rastros,
Dispensam os astros...
Tudo o que está
à nossa espera
Terá o mais o puro brilho dos tempos
Prometem-me sonetos, odes, tributos, epopéias,
Cantigas d´Amor, Cantigas d´Amigo,
Para perpetuarem-nos os descaminhos.
RIO DE JANEIRO(RJ), 10 DE FEVEREIRO DE 2021, 05:33 a.m.
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