#LITERATURA E Ana Júlia Machado, VERSO-UNO DA EXISTÊNCIA# Manoel Ferreira Neto: ENSAIO LITERÁRIO
POST-SCRIPTUM:
Por ocasião
da Poetisa e Escritora enviar sua Antologia Poética, o EU LIVRE - POESIA a ser
publicada, dissera-me que não querida um Prefácio, um Comentário, um Posfácio,
queria eu escrevesse sobre sua obra, para ela o meu pensamento muito
importante. Aliás, a minha Escritura sobre a Antologia figuraria no livro antes
do Prefácio.
Complexa
esta tarefa, ir além de Prefácio, Posfácio, Comentário, são estas as dimensões
críticas por onde deambulo, ainda mais falar de Ana Júlia Machado, para mim,
sem precedentes na Literatura, Poesia da Arte das Letras Contemporâneas em
Portugal, isto o tempo confirmará.
Escrevi
então AFORISMO DE CRÍTICA LITERÁRIA que apresento agora aos leitores
brasileiros, aos internautas do Facebook, presente no livro.
Muchas
gracias, Amiga querida e inestimável, por seu carinho, reconhecimento.
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LITERATURA E
Ana Júlia Machado, VERSO UNO DA EXISTENCIA#
A Literatura
na Con-temporaneidade per-vaga por terrenos baldios procurando um re-canto onde
sitiar-se, mas não encontra as condições onde possa crescer, des-envolver-se,
evolver-se. Per-vaga, per-vaga, per-vaga.
Seu
per-vagar seria um devaneio eterno, se nas sendas e veredas não encontrasse a
escritora e poesia Ana Júlia Machado quem lhe, no instante do encontro, não a
olhasse de soslaio, aquele olhar de que sentia profundo a sua solidão,
tristeza, desconsolo, aceitando fazer-lhe companhia nas suas andanças, uma
amiga solidária, mas sem se entregar, sem lhe dar a mão para a jornada juntos.
Mas algo é in-estimável: quem anda nos sapatos da Literatura não tem escolha,
alternativa senão re-colhê-la, a-colhê-la, entregar-se-lhe de corpo e alma. Se
antes o olhar de soslaio para a solidão e tristeza da Literatura significava
não acreditar trazer em si dons e talentos, insegurança, , quiçá medo de uma
jornada eterna, a Literatura desfez-lhe o olhar, mostrou-lhe além de dons e
talentos que Ana Júlia Machado possuía, mostrou-lhe a ec-sistencialidade de
suas buscas, desejos, sonhos, esperanças. Em princípio, a alegria da escritora parecia
breve, um vislumbramento, alfim uma das dimensões da Literatura é a sedução,
sabe seduzir com perfeição, mas ao longo do tempo o que parecia breve,
momentâneo, revelou-se eterno, e Ana Júlia Machado tomou da pena, colocou as
palavras na mochila, dizendo: "Eis-me aqui, Literatura... Sigamos nossos
caminhos juntos."
O que esta
fábula tem a dizer: não é o homem quem escolhe a Literatura como seu objeto,
utensílio para a vida, é a Literatura que escolhe o homem para a realização dos
anseios e esperanças da humanidade, para o fazimento, feitura do Ser que se faz
continuamente na continuidade do tempo.
E por que a
Literatura escolheu sua companheira de jornada, a amiga inseparável que lhe
devolveu o sorriso na face, a fé de que não pervagaria mais pelos terrenos
baldios do mundo? Porque Ana Júlia Machado não dá voltas no "Cogito"
das experiências adquiridas, das vivências, sim mergulha nos abismos dos
sofrimentos e dores da alma humana, nos subterrâneos do espírito da vontade de
liberdade, de conhecimento, de consciência. Traz dos interstícios da alma a
realidade humana que não pode desgarrar-se do mundo, ela é a pedra de toque dos
desejos, vontades do Ser; traz das profundezas dos subterrâneos do espírito a
consciência-{de{-mundo, a visão-{de}-mundo, que são a luz do Ser.
São caminhos
de questionamentos, indagações, perguntas abissais, abismáticas sobre o que é
isto - a ec-sistência?, sobre o que isto - o Ser?, sobre o que é isto - as
intempéries do estar-no-mundo.
Mas a
escritora e poetisa Ana Júlia Machado, consciente de que a sua companheira de
jornada não dá res-postas, sim coloca em suas mãos mais e mais questionamentos,
entrega-se mais e mais às buscas do Ser, sabendo que a Eternidade é justamente
o Sonho do Verbo Amar, e ela revela em suas Letras o que é isto - amar a
Humanidade.
Literatura e
Ana Júlia Machado fizeram-se Verso-Uno da Ec-sistência, da Vida.
Manoel
Ferreira Neto
(**RIO DE
JANEIRO**, 20 DE ABRIL DE 2017)
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