A BUSCA DE RESPOSTA E O INTELECTO DO PRETÉRITO SOB A LUZ D´O EU LIVRE DA INVESTIGAÇÃO DO MISTÉRIO# GRAÇA FONTIS: ESCULTURA Manoel Ferreira Neto: Ensaio
A
consciência do inter-curso do tempo e do espaço dá ao poeta súbita sensação de
liberdade, inda mais sob os auspícios d´O Eu livre, de Ana Júlia Machado, sob a
sua luz e hegemonia, que, para se realizar plenamente, implica em
comprometer-se com a realidade, esta consciência do Eu Livre gera raízes para
se desenvolver melhor, a liberdade parece per siempre mergulhar nas raízes
profundas na necessidade, organizando-se intimamente com ela.
Tomando em
consideração, intuição, percepção e visualização o início da prosa À Busca de
Resposta, quando o espírito toma das indagações, perquirições, as percepções
que constituem a-nunciações de res-posta, embora que ela ama revelar-se e
ocultar-se, como reza a máxima latina no tangente à natureza, a que se mostra é
pouca para saciar o desejo do conhecimento, no excerto dizendo "A
peregrinação pelo caminho da existência sem rota, sem comando, aventurando
desvendar o meu lugar neste planeta colossal, mas aparenta achar-se tudo
soterrado sem resolução."
Mas a
consciência d´O Eu Livre, da liberdade de desejar a resposta não se exaure no
exercício da liberdade no deslizar no "... interior desse precípicio sem
termo, apinhando de urdiduras longas que enleiam-se cada vez mais por eu não
cogitar expurgar meu intelecto do pretérito.", criando entre o verbo d´O
Eu livre e o sujeito e os que o cercam uma solidariedade existencial,
solidariedade esta fundada e fundamentada no desejo da resposta dos mistérios
que habitam o Ser e o ser-[no]-mundo, levando a mesclar o particular e o
universal, quiçá a intuição da luz de esboços de respostas, miríades do
particular e do universal, uma coisa é a resposta particular, eivada da
subjetividade poética, outra coisa é a resposta uni-versal, bem caracterizada
com o "intelecto do préterito" que intenciona des-cobrir, não por
acaso na poesia arriscar achá-los, (o particular e o universal), para que as
claridades sejam menos ambíguas e mais ditosas", o intelecto do pretérito
é tempo de absoluta depuração, a in-vestigação dos vestígios que ficaram no
tempo, produzindo luz e esperança para criar uma vida "sem
mistificação", patenteando a travessia para o espírito poético do
presente, "apostando des-cobrir as réplicas das análogas questões das
buscas de respostas e as "afins interrogações" dos mistérios do Ser,
a aceitação, con-sentimento alegre da idéia de que a poesia é participação
nisto das ausências,falhas os abismos do mistério, e a poetisa e escritora Ana
Júlia Machado é adepta de uma in-tegração mais ampla que abrange vários níveis,
mas sempre com seu estilo peculiar de sentir-se "peregrinando pelos pisos
da existência", a peregrinação sob um ângulo metafísico, a que não
"... inquieta com o padecimento da existência...", a id-ent-ificação
com os ideais do tempo, "intelecto do pretérito" e intuição do
presente, eivado de apetite sempre renovado em face das coisas, são luzes da
ribalta dos mistérios e das respostas, uma participação ao nível proposto pela
estética, passado e presente delineando a consciência de que esta síntese
concebe o caminho à "... busca da resposta, para que anexas consigamos
deslindar..." as essências que revelam a perquirição metafísica
interessada em desvendar o que habita os mistérios e o que reside nas
respostas, desvendar as aparências dos vestígios intelectuais do tempo na
travessia da inspiração e saber aos verbos de outras perquirições da flor e a
náusea da sabedoria da poesia-logus.
A busca de
respostas é continua, perpassa e pervaga no tempo, eivada da dialéctica do
efêmero e do eterno, estes conflitos que residem nos recônditos da alma, receios
de "... achar-me insidiada, embaída, equivocada com a percepção, intuição
da res extensa das buscas e a res cogitans da resposta, razão de "facultar
tempo ao tempo". Esta é a "exclusiva opção que sobjeja
executar..." na atitude de redigir é a efectu-itude e aguardar.
(#RIO DE
JANEIRO#, 16 DE DEZEMBRO DE 2017)
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