#BREJAÚBA: EFLÚVIOS DO VAZIO# Manoel Ferreira Neto: DESENHO/GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA
Ao Amigo
Maurilio Guimaraes, com os nossos votos, Graça Fontis e eu, de muitas
conquistas políticas, alegrias, realizações junto aos seus familiares. Feliz
Ano Novo! Abraços nossos!
Sabor de
pecado,
Pecado sem
venialidade,
Pecado sem
capital,
Sabor de mazela,
Sabor de
culpa, remorso,
Sabor das
angústias, ansiedades
Sabor do
nada.
Na compota
de cristal, sobre a mesa,
O efêmero
néctar do orgulho e da vaidade,
Deserto o
campo de brisas gélidas,
No alpendre,
a luz acesa,
Biribas
entrando e saindo dos buracos
Redondos no
topo da parede,
Encostados
ao teto,
Os canteiros
do jardim floridos
O quintal
arborizado, a janela do quarto aberta,
Silêncio e
pensamentos
Choupana de
sonhos, utopias
Choupana de
idéias, ideais.
Choupana de
desejos e verdades,
Choupana de
tristezas e misérias.
Passos
lentos deixados no caminho.
Sem o verso,
o ser humano nada é, por meio do verso ele se torna quase um deus. Sentimento
profundo como este não pode ser totalmente extirpado.
Deserto da
língua ao sabor da sabedoria
A sabedoria
sabe do domus do saber
O saber
tornou-se parte da vida em si.
A sabedoria
conhece o templo da gnose
Sinto muita
sede de um mestre da arte do som
Para que
tome conhecimento dos meus pensamentos,
Expresse-os
em sua língua,
Alguns
acordes, estribilho de músicas traziam-me
À memória
tempos e silêncios,
A pergunta
de surpresa, o que res-ponder
A "O
que é o abstrato?", olhava perdido
A estrutura
de uma casa sendo construída,
Areia e
cimento na calçada,
A professora
explicando a lição,
"O
abstrato é o que não pode ser visto,
Invisível,
mas o que desperta o sonho..."
Uma casa e
uma vida sobremodo isolada,
Ao mesmo
tempo o sentimento com o qual
Vivia nas
madrugadas de idéias e utopias,
O mais
reconfortante de uma vitória
É que ela
tira do vencedor
O medo de
uma derrota
Sê-lo-ia, se
o sonho da liberdade e consciência
Não
despertasse o sabor de saber a sabedoria,
Indagá-la,
Perquiri-la,
In-vestigá-la,
A sabedoria
sacia a sede do perene,
O pensador
agora é aquele ser no qual
O impulso à
verdade,
Aqueles
enganos que sustentam a vida
Lutam sua
primeira luta,
Depois que o
impulso à verdade se revelou
Como um
poder de sustentação da vida...
Pérolas,
cristais e diamantes
Que riscam
as contingências com traços
Das
querenças e desejanças,
Após o alento
às in-verdades, são imagens
Refletidas
no espelho, a imagem além da imagem
É o sêmen de
procuras e utopias da liberdade,
Castanhas da
consciência e do conhecimento,
Calor, às
bessas do lúdico seduzindo a carne dos êxtases,
Luxúria
Amor, às
luzes de sonhos e esperanças seduzindo a alma
Prazeres
Lúdicas
sensações do eterno, absoluto, não esquecendo
As
pretéritas mazelas do pecado,
Os
subjuntivos pitis libidinosos acalentando os instintos
Libertinagens.
Os
particípios da nostalgia sorumbática primeva alentando
Ausências.
Passar a mão
no toco de Brejaúba...
Eflúvios do
vazio esplendendo metáforas
Linguísticas
do perene nas solstícias bordas,
Semânticas
da morte que é, na verdade,
A finalidade
da existência,
Do ritmo
subjuntivo de melodias do ser
Do gerúndio
de cânticos trans-cendentes do não-ser
Nonadas de
sintese de pretéritos do alvorecer
De baladas
do caos
Pre-figurados
de luzes e palavras,
Con-figurados
de sombras,
Lácios
eidéticos do imperfeito...
Olhos de
lince ou simplesmente retinados... Re-conhecer sublimes e esplendorosas as
luzes plenas que há para além do bem e do mal, para aquém do in-cogit-ável e do
in-express-ível mistério.
Da fé e
esperança, inspirando a humanidade para a simplis-{c}-ência de caminhar livre e
espontâneo nos campos de algodão, trigo, milho, nas pequenas vias dos caminhos
de serra, orquídeas à soleira.
O vazio é
indescritível... marinheiros mareados abandonam o mar, alcoólatras embriagados
deixam o botequim, bohêmios deixam a noite, à mercê das cigarras e pirilampos,
no inconsciente coletivo a lição da cigarra e da formiga, para fechar com chave
de ouro o poema da solidão.
A manhã na
primeva anunciação
No núncio do
ser de sui generis
Luminosidades
de flúmens raios
Resplandecendo
no cerne efemérico
Das versículas
poesias do poema
Da
espiritualidade do amor
Verso de
amar o amor, amando
A
divin-itude do ser ad-verso,
Ad-versos
são os pensamentos e as intuições
Que aspiram
a regenciar as ausências do ser,
Gerenciar as
presenças das con-tingências
E das
identidades solitárias da alegria e da angústia, às metalinguísticas
subjetivas, desejo do uno, versitude de inspirações límpidas nas águas
trans-versais.
Na passagem
secreta de alameda a outra, vela ao vento, o abismo é in-imaginável,
Na travessia
à mercê serena de sonhos,
De tempo a
tempo, o novo se esplendendo aos horizontes,
A sede de
outras conquistas, realizações, outros
Manjares
utópicos,
O
buraco-negro, in-descritível, o solipsismo do poder e do patrimônio,
in-inteligível
A res
extensa do parasitismo in-concebível, in-om-inável, a res cogitans do roubo e
exploração, in-dizível. Ser o que habita a essência do ser, raízes abstratas do
que há de se a-nunciar, espertar para a busca de esclarecer mistérios e
esperanças.
O sentido da
vida se eleve, alçando vôos profundos no tempo, passagens de pers e pectivas do
nada ao vazio.
Solidão,
silêncio,
Desérticos
desejos da voz sem palavras
De palavras
sem sons, apenas pronúncia
Sendeiro da
luz, a liberdade des-algemada
Vivificando
a dialética da esperança
Amor livre,
navego na sombra
Solipsista,
brumas do ego.
Ontem,
enclausurado
Ontem,
escravo
Ontem, sem
horizontes, infinitos,
Ontem, sem
regras, exceções,
Quem sabe o
amor límpido, verdade
Quem sabe a
felicidade da alma
As buscas do
verbo são infinitas...
Horizontes
sem fim, uni-versos sem morte...
Sabor, fruto
pleno, viçoso, convida confins a participar, invita a entregar aos devaneios e
desvarios o deguste. .
Compartilhar,
curtir arribas no universo além de todas as perspectivas, além de todas as
prospectivas
Aquém do
infinito.
Tocar dedos
no toco de Brejaúba...
In-verno de
metafísicas, metafísicas do inverno
Na lareira,
lenha de angico, dando a luz às chamas,
Lá fora, a
brisa fria, gélida,
Desertas as
ruas e avenidas, mendigos nas calçadas,
O beco das
caveiras iluminado com as luzes das casas,
Desértico,
nenhuma vivalma à janela de guilhotina,
No Largo dos
Alcoviteiros, a presença incólume da cruz
Ornamento e
arrebique para as casas ao redor,
Homens
reunidos na esquina, tagarelando
As mazelas
humanas dos transeuntes, amigos, íntimos,
No
seminário, os seminaristas se aperfeiçoam na
Arte da
Metafísica e da Exegese Bíblica,
Solidão,
silêncio, vazio
Chamas de melancolias,
nostalgias,
Pretéritas
sorrelfas, fantasias, ilusões
Síntese de
desejos, prazeres, volúpias
Na calada da
madrugada de idílios e dialéticas,
Devaneios
poéticos de deixar a pena,
Sem
quaisquer condições, não me pertenço
A plen-itude
da sensibilidade
Não
participa da efêmera eternidade...
In-verno de
re-fazendas, inverno de re-verso calor
Sentimentos
e emoções, solstícios do sabor do amor,
Do sonho, da
esperança,
Do in-verno,
as metafísicas,
Das
metafísicas, o in-verso...
Do verão, as
metáforas do novo tempo
Que se
a-nuncia,
Das
metalinguísticas,
O reverso
para atingir, alcançar
O cântico da
coruja.
Alisar a
palma da mão no toco de Brejaúba...
#RIODEJANEIRO#,
28 DE DEZEMBRO DE 2018)
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