#VÉU DE MISTÉRIOS E ENIGMAS# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: AFORISMO ###
Prantos de meu pensar
agitam como diamantes
as minhas mãos,
que, elevadas ao céu de toda a terra,
enxugam rindo os pingos que caem,
molhando a poeira ressequida das estradas.
Lágrimas de meus sentires,
Aquando ajuiza-me a necessidade
De criar uma memória,
Fervem-me no rosto por certos ideais
Deverem tornar-se indeléveis, omnipresentes, inaudíveis,
Quiçá por vergonha, timidez,
Que, com todo fervor, despertam a sensibilidade da pele,
A fisionomia, semblante tornando-se visíveis
Aos linces do tempo,
Nos olhos a imagem refletida,
"Expertise" de uma mente que sabe o que faz
com sua técnica apurada..."
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Quando vejo as noites belas, onde voa a poeira das estrelas e das constelações di-versas, fito o abismo que a meus pés se encontra, sem poder esmagar a iniqüidade que tem na língua sempre a liberdade, nada no coração, ausculto sons longínquos de cavernas e grutas, sem poder tornar-lhes silêncio nas cordas do violão.
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Res-ponder por mim mesmo
E res-ponder com orgulho
que prantos agitam-me as mãos,
dizer sim a mim mesmo,
eis um fruto maduro,
eis polpa saborosa,
eis delícia de deuses,
eis sabor tardio;
quanto tempo houve de estar este fruto,
ácido e verde,
pendurado na árvore?
dádiva não lhe haverem jogado pedras!
Ontem pela manhã,
Andei pelo quintal,
catando manga no chão,
Kadu e Paloma ao redor,
Nasci em contacto com a natureza
Convivemos por longos anos,
Dois cães, Bolinha e Museu,
Passarinhos, papagaio, galináceos,
coelhos,
Jovem, homem,
Ausentes por longos anos
E no crepúsculo o retorno à natureza,
Amor no ar,
Amor no tempo,
Amor nos instantes...
Por sempre!
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Com a vista no céu per-corro os astros. Vagueia a minha mente além das nuvens, vagueia o meu pensar. Vadia nostalgia!... Essa re-versão de minha quimera, esta in-versão de minhas fantasias, a liberdade de minha personalidade não constitui aventura prazerosa e confortável, di-vertida, mas, ao contrário, é com freqüência difícil e complicada e, não raro, quase ininteligível, com o sentimento de vagarosa caminhada, sensibilidade solerte, a vida é tropa viajada lentamente... e lentamente segue o tropeiro, no alforje as incompreensões, discriminações, na sela as vaidades, orgulhos pelas tropeirices
Que concebem, originam outras visões da terra ao léu dos espaços.
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Coração de ouro e diamante, o vazio esvaiu-se, esvaeceu-se de por trás das constelações do universo!
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Tempo longo,
instantes, momentos inestimáveis,
nada via deste fruto,
não se lhe intuía
não se lhe imaginava,
não se lhe percebia,
não podia prever-lhe a vinda,
por mais que na árvore
tudo estivesse preparado;
por mais que a própria árvore
não tivesse outra razão de crescer
senão para chegar a este fruto.
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O gesto do despeito,
do olhar de desdém,
do olhar de superioridade
falsifica a imagem, a pintura,
do despeitado
e fica muito além da falsificação
contra a qual o ódio recolhido,
a vingança
do fraco, do incompetente,
do impotente,
apoderar-se-á
do seu adversário,
naturalmente "in effigie".
É inerente à História,
São raízes de árvores
que eventualmente se balançam,
e tudo indo embora...
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Este mistério de viver, de ser homem, de encontrar-me feliz e satisfeito, sente o desejo de conhecer, no curso da jornada, a vagarosa caminhada, sente a pachorra, luxúria, tesão de saborear o néctar do saber que é na dor o auxílio mais poderoso da memória. Que tudo seja atraído pelo mais íntimo desejo, impulsionado por vocação mais íntima, tão simples como no pensamento, tão mágico como o sentimento do verbo amar, pela Natureza e pela Alma, pelo Sonho e pelo Espírito.
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Romper o véu de mistérios e enigmas,
Dissolver nas águas do rio, águas que seguem,
Disseminar nas fontes luminosas de praças públicas
Cores ornamentando as águas no ar,
Medos e irresponsabilidades,
ir buscando eterna e ininterruptamente mutações em nós mesmos, em nós,
- não seria isto de verter lágrimas pujantes, enquanto sentia do conhecimento
verdade de um caminho traçado com os silêncios das aspirações de mistérios,
enigmas, dois corações sonhantes com o que trans-cende isto arte/vida, arte-vida-amor, até abrir caminho para a eternidade das luzes e sons, das cores e das imagens, das idéias e das palavras, uma manifestação verdadeira?, um caminho verdadeiro construído com dignidade? -, partir, ir, conhecer outros caminhos de seguir as orlas do mar de mãos dadas com Vida,
conduzem à eternidade. A luz do sol por entre os vazios das árvores é não ser mais que a luz do sol por entre os vazios das árvores. A manhã esfria no longínquo do mar, o que se deseja mesmo algum dia se realiza, seguimos os passos, sentimo-nos novo dia entrado, uma borboleta branca que se assenta na folha da samambaia, besouro se arrastando no ladrilho da varanda.
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Tem sido
utopia satírica,
digna de sátiro de excelência,
quem, como todo o artista,
para traçar-lhe, descrever-lhe os fingimentos,
só chega ao auge de sua grandeza,
quando aprende a contemplar,
ajoelhado aos pés,
costas viradas para o Alcorão das ressurreições perfeitas,
a própria personalidade,
de nossa própria arte,
quando sabemos rir de nós mesmos,
não sol-risos de lábios eivados de desejos sáficos,
mas risos de desdém por tantos desvarios.
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Mãos dadas!!!... Mãos dadas!!!
Saímos do fundo do fosso,
nas asas da liberdade
e entrega
aos sonhos e esperanças
do que nos trans-cende,
e nos comunga inda mais!.. Devorando lácios de sonhos,
Devorando sonhos de lácios-sentires Devorando ideais, idéias, Devorando pensamentos,
Devorando imagens, perspectivas... Luz, contraluz,
Gaivotas pousadas
na barca à mercê das ondas...
#RIO DE JANEIRO(RJ), 27 DE NOVEMBRO DE 2020, 01:31 a.m.#
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