#SENÕES DE SONS SEM FRISOS# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA $$$
Olhares frios do místico, visões lisas de transfigurações,
alucinados diante
às hipotéticas idéias do eterno,
do que sublima as contingências,
do que transcende o porvir
de perspectivas do além
ver-sificado de origens,
compl-etude de verbos re-versos
in-versos aos gerúndios e particípios metaforizando
a espiritualidade,
renovando-se nas bordas do desconhecido,
desconhecido das coisas primeiras
por serem fonte de geração,
as mãos cheias do místico,
inicializando um som de lado similar à guitarra
que parece tocar de lado,
som elevadíssimo e sem frisos,
manifestos de enigmas à percepção ininteligíveis,
re-fazendo-se nos limiares do imemorável Cócito..
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Senões de margens nas sendas do lá-jamais,
senões de poeiras nas veredas de "tudo passa",
sendas de "nada perdura para sempre",
senões de pontes emoldurados no porta-retrato
de infinitos desfacelados, incongruentes,
ornamentados de vazio,
senões de nonadas despersonalizando travessias,
Senões de vozes que soam não como a voz primeva,
mas em eco de voz primeira que não se ouviu,
voz vinda de outro espaço, voz canhestra.
Senões... Senões... Senões...
Senão senões, só mesmo pensamentos dispersos
E cogitá-los não preenche as carências armazenadas,
Diga-se de passagem são intensificadas,
Crescem a insegurança, a inquietude,
Não responde aos desejos de saber mistérios insondáveis.
Nada pensar - eis a questão.
Deixar a mente livre explicitar a úmida intimidade.
Tese,
anti
tese,
sin
tese.
Anti-sin
tese
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Acendo um cigarro ao pensar em revelar as teses, antíteses, sínteses, e saboreio no tragar e expelir a fumaça a libertação de todos os pensamentos e idéias, tristezas, desolações, sigo o fumo como um destino próprio, a libertação de todas as especulações e perquirições, e a consciência de que a metafísica é uma consequência de estar inquieto.
#RIO DE JANEIRO(RJ), 14 DE NOVEMBRO DE 2020, 06:54 a.m.#
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