A MÚSICA POR ENTRE OS SONS GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA @@@@
A música por entre os sons,
Por entre os sons da música,
Ao ouvido, ouvindo-a ouço o ser inaudível,
Como uma porta que ficou aberta
O vento, por ínfimo fosse,
Fê-la mover-se, ouve-se-lhe o rangido,
O que se me revela ao ter ouvido
O ritmo, a melodia, a lírica
Mergulhou em minh´alma,
São sentimentos, emoções
Estiveram envelados,
É o que por essa música encoberta
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Acena em vão no re-verso dela,
Atrás dela,
Como a imagem atrás do espelho
Revela outra face diferente, outros caracteres,
Sinto em mim como a voz que
Respondesse ao meu silêncio
As carências residem-me, o vazio habita-me
Os sonhos rego, as esperanças alimento,
Respondesse ao que em mim não chamou,
Ao rogo que por mim não fora expresso,
A ausência que em mim não existiu,
Nem está nela
Porque é só desejar que aí batesse.
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Jogo todo o meu ser
No sentimento de que abrirá
Todas as dimensões sensíveis,
E no espírito revelará a pureza,
A pureza revelar-se-á no espírito,
Ouvi-la é dar-lhe o que eterniza,
O que pereniza,
O que perdura
É ser-lhe o mais
Que atiça a vida a bailar
Nas vias sinuosas do nada e vazio,
Das contradicções e dialéticas,
Das dores e prazeres,
As performances do bailado
São a feitura dos sonhos,
São o tecimento das paixões,
São o fazimento das esperanças, quimeras,
O corpo de baile do ser nas asas do tempo
Instituindo-se, construindo-se, fazendo-se
Na continuidade das notas.
RIO DE JANEIRO(RJ), 26 DE JANEIRO DE 2021, 14:26 a.m.
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