O VAZIO: LUZ DA PLENITUDE DA VIDA GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA @@@@
Sem poder publicar livro algum,
A realidade de mim seja esta,
Sem poder ver a face de meus
Pensamentos refletidos em letra impressa,
Sem poder imaginar o brilho
Nos olhos do leitor,
Sentimentos que floram na flora de sua leitura,
Peço que se quiserem ruminar,
Vociferar em causa minha,
Não ruminem, não vociferem,
Se assim acontece, aconteceu,
Está de bom tamanho,
O destino sabe o que faz:
Ao longo da eternidade
É que teriam valores,
Nestes tempos presentes
Não seriam virtudes,
O que impera de verdade é a ausência do Verbo.
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Mesmo que os meus pensamentos,
Ideais, sonhos, esperanças
Não sejam impressos,
Revelam seus princípios de quimeras
De outras realidades no mundo,
De outras esperanças do homem,
Se são princípios de verdadeiras quimeras,
As raízes podem estar
De por baixo da terra,
Mas os brotos desabrocham,
As flores despetalam,
Ao ar livre e à vista,
Tem que ser assim,
Nada pode mudar.
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Uma vez, inda jovem sonhador,
Julguei que os meus versos
Seriam sêmens de reflexões,
Pensares, cujos frutos
Seriam degustados com prazer
Por despertarem outros universos
Eivados de idílios, devaneios
Do ser delineando a existência,
Mas era desvario
Meus versos não tinham qualquer poder
Senão incompreensão de suas intenções,
Ninguém podia entendê-los,
Herméticos em demasia,
Exigiam conhecimentos a priori,
Fechei os olhos,
Pus-me inda mais a devanear,
Sou o único escritor-poeta a definir,
Conceituar o vazio ser a luz
Da plenitude da Vida,
Ser a amplitude de visão
Do completo além de todas as falhas,
Faltas, ausências do ser,
Além de todas as contradições, dialécticas,
Ser ele o divino Verbo do Espírito,
Compreendo que as coisas reais
Não podem ser impressas
No caos, no absurdo,
Há o tempo para sê-lo.
RIO DE JANEIRO(RJ), 28 DE JANEIRO DE 2021, 11:09 a.m.
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