Ana Júlia Machado ESCRITORA CRÍTICA LITERÁRIA E POETISA ANALISA E INTERPRETA A SÁTIRA POÉTICA #ÂMBITOS DA IRONIA INTERDITA# ***
Neste
poema satírico do escritor Manoel Ferreira Neto - ÂMBITOS DA IRONIA INTERDITA,
exibem o sarcasmo da vida, repleto de indagações sobre a vida, os equívocos, o
vazio , os não sentidos da vida, as constantes interrogações sobre a vida,
mestre que o esgravata prodigamente.
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Com a
finalidade de enxergar de que formato a coloração satírica, ponderada na
análise a uma circunstância de factos sentenciados como condenável pelo
satirista e na hipótese de uma regra que, avista-se, conduziria a um “melhor”,
forma-se na hodiernidade, instante assinalado pela nebulização dos portes e
pelo esmorecimento dos objectivos fantasiosos. A análise que se pode
percepcionar no escrito, apesar de já se alistarem em um cenário de suspeição
em contacto à capacidade de um esboço de revolta sociável para o Brasil, ainda
expõe a decepção originada por essa dúvida. O júbilo satírico, no poema
descreve eventualmente, o auto do posicionamento analítico que carece pelejar
com a inexistência de promessas, com o oco. O texto pode incluir-se em um
entrecho que, astuciosamente, afiança a prática dos cânones populares e,
culturalmente, faculta a profissionalização do escritor por meio de sua
absorção pela destreza cultural. O júbilo satírico, impulsiona uma vulgarização
da análise cuja pujança cáustica é abreviada no teor em que sucede a expansão
de seus , configurando-se tanto como estratégia produtiva de exibição das
incoerências eternizadas na sociedade brasileira e em geral, quão como um
maneirismo que abona o entretenimento sem compromisso do leitor da diligente, a
língua volta-se sobre si mesma, parindo o risco de infinidade e, com isso, o
vazio do significado sempre concedido. Como consequência, o escritor executa
estratagemas (a troça, por exemplo) que diligenciam fintar essa faculdade ao
traçar atitudes de revelar o anseio de mutualidade em relação à conjuntura,
espécie ou distintiva que se desdobra por ligações de disparidade, de
confronto., ou seja, ao factor suprimido, silenciado do indivíduo que vive à
parte da sociedade das dissertações do domínio. Desta forma, delineia-se nas
suas obras uma invocação ao registo beato, quer seja através da menção à
alegoria, quer seja através de contadores enlouquecidos ou em equívoco próprio.
Com isso, as manobras dedutivas apontam para um ditame: arquitectar uma forma
em que a escrita possa realizar um passatempo de ato ou efeito de casamento de
normas e convénios e, por esse meio, aportar o “impensável”, ou seja, o
padecimento, a equidade e a cooperação – o inexplicável na língua. A solidificação
desse método fomenta em uma preferência por um realismo “restabelecido”,
distante dos êxtases metaficcionais que o precede e que se refuta à infinidade
de Auto sensatez quando faz usança da fábula e, por meio dela, converte
exequível o método kenótico (Do grego significa ‘esvaziar-se’. Utilizando o
esquema “humilhação/exaltação” o texto de Filipenses aponta que de esgotamento
das dissertações do domínio e a edificação de algum tipo de relacionamento com
o outro; esse relacionamento intitula caritas. O escritor verbalizou que
começou a escrever este poema satírico sem perceber bem porquê o fazia...pois
eu é que não sei se escrevi algo de jeito, em análise a tão rico poema. Que
muito diz e deve-se refletir...
Ana Júlia
Machado
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RESPOSTA
À ANÁLISE SUPRA
Bom dia,
querida Aninha Júlia
Assim
fora: tomei da pena e o caderno de anotações para escrever alguma cosita. Era
um fluxo de idéias, e quando assim o é, escreve-se à mercê da pena, a pena
escreve, não há qualquer possibilidade de interromper. Só termina, quando a
pena se declina. Lendo a sátira já pronta, disse aos meus botões: "Não
entendi bulhufas desta obra. A que veio?" Quem já viveu isto de não
entender o que fora escrito sabe que não é agradável. Mas é perfeitamente
natural, ainda mais em se tratando de fluxo de idéia.
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A sua
análise, deve-se sublinhar perfeita, esclarece sobremodo a sátira: o sarcasmo
da vida em todas as suas dimensões, até mesmo o auto sarcasmo, a vida
ironizando a si própria por suas condutas e posturas no quotidiano das coisas e
do mundo. Não seria mesmo possível conhecer a obra, não fosse esta exímia
análise. A cada passo, torno-me ainda mais cônscio de que a minha pena é
satírica, a minha especialidade. A crítica me fez sátiro, quem quiser que me
faça outro, se achar que estou sendo muito impertinente. Amo a sátira de
paixão. Benzinha mesma já dissera que na sátira me solto, retiro de mim todas
as fronteiras e obstáculos, deixo a pena pintar o sete, "segura,
peão!". Perfeita a análise, gracias muchas por esclarecer-me o seu sentido.
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Beijos
nossos a você, à nossa netinha amada Aninha Ricardo, à nossa família.
Manoel
Ferreira Neto
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#ÂMBITOS
DA IRONIA INTERDITA#
GRAÇA
FONTIS: PINTURA
Manoel
Ferreira Neto: SÁTIRA POÉTICA
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Nada
assevera restrições, constrições
-
asseverasse, que contradicções apresentariam?
seriam
inteligíveis aos contrasensos? -
Serem o
que traz à baila dúvidas,
Dúvidas
da concepção por des-conhecimento dos
Poderes
da inconsciência,
Serem o
que adverte a presença de medos...
Medos de
todas as naturezas.
Haveria
acaso explicação inda que só plausível,
A pena
cabível de representação menor,
Para
alevantar a lebre de seu significado,
Sentido,
razão in-versa de restringir
As
considerações intempestivas amplia
A visão
das utopias do caráter e personalidade?
Não há
qualquer sentido nisso,
Ao
contrário reduz bastante o dom do olhar
As
incongruências das atitudes
E
instituir os parâmetros indubitáveis da ausência de lógica.
Haveria
algum motivo extra ordinário
Para não
constringir ocasos do destino
Diminuem
com eficiência o talento
De poder
jogar com os ases da impertinência,
Com a
rainha do xadrez por triz sendo ameaçada pelo cavalo,
A força,
a coragem em serem os dardos
De
conquista e glória são quesitos e requisitos indispensáveis?
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Restringindo,
constringindo
Volúpias,
fogo na cauda por entender
Instantes
de idéias estapafúrdias,
Idéias de
fazer o "O" ficar indeciso se a sua melhor
Pose,
performance, se assim desejar ser mais explícito,
É à
esquerda ou à direita,
Declinando
o tridente, deitando-o no chão,
Tal a
surpresa.
Divirto-me,
Espremer
os miolos
À cata de
compreensão dos equívocos da intenção
Desvia os
objetivos de cambiocozar
Os
descaximbos do prazer e da alegria inomináveis
De rir do
mundo...
Res e
cons serem as trições do absurdo e nonsense
De as
razões lógicas da alma em paz consigo própria
Advêm de
suspender a contingência e o divino
Na parede
dos despautérios das coisas subjetivadas.
****
Se nada
assevera a intenção primeva
Fora de
cogitar onde tais instantes
Encontram
fundamentos para
A mostragem
de interditos eivados e seivados
De
sarcasmos, ciniismos, pilhérias, ironias...
Nada
disso traz no bojo algum sentido,
Possui
qualquer valor bem abaixo do exequível
Em termos
de ser aconselhável cogitar-lhe com proeminência,
Mesmo a
criatividade, habilidade,
No
silêncio do delírio reverbero as paixões,
Rutilam
aos linces do olhar as faces ambíguas
Nos
porões da demência...
***
Restrições,
constrições!
Por que
vernáculas intenções enveredei-me
Nisto de
relacionar ambas palavras,
Desejando
patentear
Estados
circunspectos e introspectivos da alma
A
devorarem os avessos reversos
Da Língua
sedenta por ruminar palavras
Que
realizem a carência do Ser que lhes habita?
Vernáculos
da passagem do tempo,
Simplesmente
preencher o vazio de nonsenses,
O nada de
histerias do paradoxo e antinomias
Originadas
dos tantos equívocos consumados,
O abismo
de risos e gargalhadas,
Sentir-me
lerdo e pacato de tanta leveza,
Serenidade,
calmaria,
Nada
tirando-me a risada impertinente
Por
precisar saber me fazer entender
Fora
mister escarafunchar-me profusamente
Nos
âmbitos da ironia interdita...
#RIO DE
JANEIRO(RJ), 01 DE AGOSTO DE 2020, 14:13 p.m.#
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