#DA SERPENTE E OS VENENOS DA LÍNGUA# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: AFORISMO SATÍRICO $$$
Vívida linear-idade
Geo-metriza a noite,
Trigono-metriza o alvorecer,
Logaritima os instantes da madrugada,
Cristal-iza a passagem
De seu tempo
que germina,
gera outras perspectivas,
Eivadas de traços e cores,
da aurora, da continuidade do dia,
da quotidianidade da vida,
diante das situações e circunstâncias
de todas as contingências,
árduas labutas, cansaços e problemas,
Absurdos do destino,
ao crepúsculo, ao entardecer, ao anoitecer,
grávidas de sorrelfas e in-verdades,
de idílios e fantasias,
de quimeras,
sonhos do verbo
“EUMANIZAR”...
***
Utopias de realizações e prazeres,
Nas lojas de câmbio e estações de ônibus,
Vagões de metrôs,
Nos aeroportos, esperando o horário de voo,
As pessoas falam de situações
Leem livros, declamam poemas,
Repetem citações,
Pixadores desenham conclusões na amurada
De residências, nas paredes
Desejos do pleno e sublime,
Da Verdade e da Vida,
Quimeras do pensamento e do mundo aderidos,
Fantasias da alma livre, adejando pela imensidão da floresta,
Concebem outras imagens,
por vezes nítidas do in-finito
das querências nas ad-jacências
dos limites e trans-cendências
dos contingentes liames entre
o lícito e o ilícito, entre a máxima latina e o adágio,
lendas da serpente e os venenos da língua,
causos de Zé Mingote e Zefina Galo,
piadas de Diu Almeida e Zé Muié,
frases feitas do profeta das ruas, Amador Bibi,
princípios gregos e as lácias expressões do idioma,
a verdade e suas in-verdades
de percepção e análise,
das utopias que habitam o espírito,
por vezes en-veladas do uni-verso
de equívocos, clar-itude de silêncios,
de enganos, níveas solidões,
nas linhas ilimitadas de idílios e devaneios,
na vers-ificação espontânea e livre
de outros amanhãs, de outras veredas,
nos traços das imagens coloridos de cores di-versas
para serem contemplados ao sol,
despontando trás as montanhas,
na música do espírito, os sons de sonhos, sonos,
na razão in-versa que suplementa as quimeras,
literaliza sofrimentos, angústias, náuseas,
filosofa liberdades, utopias do asno no Bosque das Estrelas...
***
Adjaço as linhas do papiro e as páginas brancas do dia-a-dia
existencial e paradoxos sociais.
#RIO DE JANEIRO(RJ), 19 DE AGOSTO DE 2020, 09:44#
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