OUTRAS CLAVES E NOTAS PARA O SOM# GRAÇA FONTIS: PINTURA INTERTEXTUALIZAÇÃO: Manoel Ferreira Neto: AFORISMO/Sonia Gonçalves: Poema $$$
POST-SCRIPTUM:
Graça Fontis defendeu a Tese Poética sobre o meu Pensamento Literário-Filosófico-Poético, AZ-VIANDO CAMINHOS. Intertextualizo SONS DE ZARANZA e LETRAS DE ZARANZA, de Sonia Gonçalves, em busca da musicalidade poética e o ritmo do tempo e da existência, sem pretensões de tese poética, apenas uma reflexão.
Manoel Ferreira Neto
***
Colóquios. Monólogos. Falácias.
***
Letras de zaranza e brumas,
Quando a neblina da madrugada
Entrelaça-se aos devaneios e desvarios,
Quando a cerração do alvorecer,
Esvoaça-se na mente com o vento das utopias...
Quando as primeiras luzes incidem
no bosque,
Acordam os sons das palavras, sons poiéticos,
Po-éticos, po-emáticos...
***
Cronias de palavras.
Tonias de vernáculas metáforas
De cujos interstícios abissais
Re-colheram e a-colheram sêmens do verbo,
Colheram ações regenciais do intelecto
Que tece sentidos de vazios e nada em síntese,
No tempo - o tempo tem passos largos
e leva nos ombros tantos agostos de ventos fortes
que não sobram horas
para caminhar na orla marítima,
à mercê dos sons das ondas -,
Continuidade de esperanças,
Sonhos, ideais da perfeição e verdade,
Movendo desejos, vontade, volúpias,
Re-fazem os idílios e fantasias,
Segredos da terra escura,
Mistérios do mundo obscurecido,
Ventre de orvalho,
Útero de garoas,
Redonda rosa de água,
Realizam o eidos da vida,
Enquanto o junco, abaixando-se,
Espera passar o vento forte da intempérie,
Ultrapassam os pretéritos sentidos da morte,
Infantilices do nada no além,
Criancices do vazio aquém de quaisquer aquéns,
Larguei de mão as parábolas sagradas,
Deixei as hipóteses devotas,
Exilei-me no canto de silêncio,
O canto é um refúgio
Que me assegura um primeiro valor do ser:
A imobilidade,
Ponho em foco visões de olhos fechados,
De fazer brotar cores e formas
De uns alinhamentos de
Caracteres alfabéticos negros
Sobre uma página branca,
Alfas reverberados de quimeras esquecidas,
Betas corroboram vistas do invisível visível,
Gamas endossam o que ontem significou de saber,
O que hoje possui sentido para cegueiras culturais,
De pensar por imagens,
De discernir diferenças de audição
Entre um som e outro.
***
"Quando os sentidos disparatados
Mantém um diálogo com o vento frio
Por horas a fio os sons desconexos
Nota por notar o tempo corrente
O cio dos quereres o desejo de escrever
Os sentires d’ensejos descomplexos
A criatividade que move o sempre
O amor que se alimenta de amor e sexo
Toda criação dentro desse complexo
Há poesia contornando os impasses
É como se o tempo com a poesia parasse
Com pensar compensasse
Navegasse...
Com m’eu Comodoro num iate
Ah!...Como adoro àquele Vate..."
***
A vida é eterna e efêmera,
A vida são verbos perfeitos e defectivos,
Minha sina mais perfeita
Espalhou-se no bosque,
A morte é nada,
A morte é imbecilidade,
Lei do menor esforço para não mergulhar
Nas prefundas do ser,
Nos recônditos do tempo-verbo.
***
Perfeitos sudários que velam as carências,
Angústias e náuseas,
E no amanhecer os raios de sol
Abrindo as venezianas, concebendo
Outras sendas e veredas para a imagem,
- espécie de emulação nas surpresas
Que excitam a consciência
E a impedem de cair no sono,
Sonar canyons desertos -
Ainda que embaciada de momento,
Reflita-se no espelho po-emático
Son-emático, son-estético
Dos horizontes e uni-versos,
O além des-velando os capuzes
Do desconhecido e mistérios,
Arte pela arte,
Re-velando a face límpida e trans-parente do
Inner e telos do eterno depois de quaisquer
Perpétuos da eternidade contingente.
***
A alma refestela-se
Na solidão do uni-verso de
Noctívagas inspirações e
Volúpias voláteis e volúveis
Aspirando o cheiro pequeno do orvalho
Que cobre a natureza com o espírito do sensível...
É espalhando a tinta
Que se descobre
O fascinante mundo da abstração,
O real invisível,
O irreal inconcebível,
Venho do leste com o sol nos olhos.
#RIO DE JANEIRO(RJ), 16 DE AGOSTO DE 2020, 09:54 a.m.#
Comentários
Postar um comentário