**COCORICANDO DE SILÊNCIOS AS COISAS DO MUNDO** GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: AFORISMO ###
Nós de nada. Ou de nada os "nós"?
Trovões, relâmpagos, ventania. A chuva fora forte, passageira.
Ruas alagadas, a enxurrada levava tudo à frente.
Travessias de vazio.
O clima está ameno. Madrugada. Silêncio.
Na madrugada, sono profundo e sonhos dentro,
Por vezes, a fala a identificar o mistério, enigma,
Ou a vigília de pretéritos mais-que-presentes,
Mister ter asas quando se ama o abismo,
Mister ter penas quando a expectativa é descrevê-lo,
Engenhosidade, habilidade com os ares,
Mister ter lembranças, quando se re-veste
Os verbos de utopias do tempo,
Mister os baldios da alma, quando se peregrina
No deserto do in-audito, in-visível,
Mister os terrenos dos medos e inseguranças,
Quando se transita na fragilidade da casa-do-ser, o corpo;
Palavras brotando na fonte límpida do há-de ser as primícias,
Pre-liminares dos cânticos da vida sendo o espírito do eterno,
Re-cord-ações de momento só instantes,
Memórias de instantes só faíscas de luz
Iluminando imperfeições mais-que-pretéritas
Do genesis ao lá-e-naquele tempo,
Em luzes verdes o pardo abismo
Lança brincando felicidade para cima..
====
Sentimentos, emoções, em cujas semânticas e linguísticas orvalhos futurais sublimes respingam no tempo dos sonhos, no ser das querências. Respingos serenos, suaves. Sublim-itudes, sublim-idades.
Vazio de nonadas.. Nada de travessias.
Nada de vedas inspirando veredas,
Sensações, a-nunciações, re-presentações, re-velações.
Melancolias, nostalgias, saudades,
Hipocrisias, ausências, cinismos.
====
Re-gências da plen-itude. Estilísticas da efemer-itude.
Linguísticas per-vagam os vernáculos eivados de
Similar-idades do
Ser-que-se-esvaiu-ao-longo-do-tempo e do
Não-ser-que-renasce-no-percurso-e-decurso-das-con-tingências,
Dores, prazeres, sofrimentos e alucinações,
A última chama do coração arde furtivamente,
Mas, de súbito, um relâmpago, claro, terrível,
Um golpe do abismo em direção ao céu,
Ataque do vulcão direcionado ao inferno,
Ameaça do mar revolto acenando o purgatório
Circun-vagam o erudito in-finito mais-que-in-fin-itivo
Sentindo-lhe as entranhas das metáforas, sin-estesias,
Disperso, olhar entre o esvaecido e a neve límpida do silêncio,
Sentindo-lhe as quimeras e fantasias verbiais das
Imagens e figuras da estesia estética,
Perdido, idéias e pensamentos - angus de caroços,
O belo em cuja profundidade a glória da exultação,
A fascinação do ex-tase do sublime e meigo,
Sobre as coisas grandes deve-se calar ou falar com grandeza,
Grandeza de sábio, profeta,
Clímax da beleza,
Lácio gozo das concordâncias nominais do
Ser-que-vola-o-in-audito-do-espírito,
Do ser-que-vela-o-indizível do inconsciente,
Das felicidades
Da oração plena de abstrações do eu,
Das subjetividades, gerúndios e particípios,
De longínquas distâncias desce lenta, cintilante
Uma constelação sobre mim,
Circundam o clássico particípio mais-que-verbal das meiguices Marginais do paraíso edênico de métricas, ritmos, melodias dos Versos e estrofes das epopeias soníferas da solidão,
Sons do espírito compondo a música da identidade,
Sensibilidade, subjetividade,
Poesia do longínquo in-finito.
In-finito longínquo da poesia,
Eterno Sim do ser, eternamente sou teu sim
No teu som, notas e ritmos, o eternamente...
====
Clássicos, eruditos, editando os sonhos juvenis dentro do sono eterno de
"rosas-que-des-abrocham-na-fonte-originária-da floração-do-alvorecer-de-todas-as-esperanças,
do olhar à distância e sentir o pleno das plen-itudes",
minha própria alma é esta chama: insaciável de distâncias novas, lança ela para o alto... " Sou as palavras que me procuram, sou os verbos que me desejam, sou as metáforas e pleonasmos das náuseas que me esperam para o vôo sob o abismo, de por cima das cavernas e grutas de estalactites, sobre as luzes que plen-ificam a floresta, etern-izam os mares, peren-izam os desertos...E, quando sou tudo isso, feito, per-feito, pro-feito, pos-fazido pelos in-fin-itivos mais-que-indicativos, sinto em mim, em plena efervescência, eivado de todas as chamas da lareira, crepitando as achas, é preciso interiorizar o ser do abismo para trans-elevar os baldios das desejâncias aos picos do SIMPLESMENTE SIMPLES DAS SUBLIM-ITUDES.
====
Sonhar a poesia, sonhar a poiésis do poeta...
Passeio em todas as esperanças do homem, da humanidade...
A POESIA ESTÁ MORTA.
Poetas são farsas, mentiras,
Orgulhos, vaidades
Com a poesia fogem à realidade de suas próprias incapacidades,
O poeta deve conhecer a si próprio, identificar suas fraquezas,
Passeio circunspecto, introspectivo,
Sapio em todo sentimento de liberdade
A utopia da iluminação
Entre o medo do Sonho do Verbo Amar
E o vazio do
Silêncio Velando a Solidão.
#RIO DE JANEIRO(RJ), 20 DE DEZEMBRO DE 2020, 08:08 a.m.#
Comentários
Postar um comentário