#RESQUÍCIO DESFOLHADO DE ADEREÇOS# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto/GRAÇA FONTIS: POEMA ====
As horas semeiam cactus e orquídeas
Por sítios e vales
Por montanhas, bosques na orla marítima!...
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Que enigma reside,
Que verdade ou fábula
Habita o tempo, passando os ventos?
Os sibilos de entre serras concebem lendas,
Causos, mentiras que inversam as passagens
Serenas, tempestuosas
Des-folhado de adereços,
Olho para trás - que olhar indiferente!
É-me desconhecido o porquê de tamanha indiferença,
Jogos da mente tergiversam as nuances dos linces,
Tenha deixado para trás as perquirições da existência,
Distintos nós insofismavelmente atados, nada de resposta
O bem acabará por vir,
A felicidade está atrás da montanha,
O sentido, significado da vida
Vão aparecer,
Só perceber o des-envolvimento desta.
Tão simples ou tão fácil assim?!
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Con-templando o passado,
Aprendo a desejar o futuro com maior pujança
O que receber dos resquícios,
Vestígios da vida?
O que a contente etapa não pôde
Con-ceder, legar, dar, doar,
O sentido deste ensinamento,
Simples ao olhar primevo,
É a felicidade ou resignação,
Virtude ou penitência?
Nada vive que seja digno,
Traga em si o retrato do destino,
Da honra,
De seus ímpetos, de suas compulsividades,
O mundo não merece louvor,
A terra não merece o mais silencioso suspiro,
Dor e aborrecimento,
Náusea e sofrimento,
Esse é o ser,
O MUNDO É MANGUE
- Nada mais que isso!
A TERRA SÃO ABISMOS, VULCÕES....
- Há profundas dissenções; são as visões
Di-versas e ad-versas.
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Serenidade, boa consciência,
Atividade alegre, cônscios gestos sérios,
Atitude ambígua, a dúvida da intenção do prazer
Ou insegurança dos desejos de quietude?
A ciência dos valores, virtudes,
As religiões das ilicitudes,
Seitas de evangelhos das maledicências,
A existência haveria de depender
De linha de demarcação
Separando o que é claro, veras da veracidade,
Pode-se abranger com o olhar,
Daquilo que é obscuro, fora de alcance,
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As linhas do horizonte são instáveis,
Olhá-las através da percuciência dos linces,
Deslocam-se sempre e de novo,
Não chegam a desvencilhar, des-agrilhoar-se
Nas finas redes que o espírito de equidade,
De veracidade
Estende em torno dele,
Raio de luz intensa a-nuncia-se,
Surge,
Aparece,
Adquire a força, vitalidade
Para transformar os acontecimentos em História,
As vaidades do íntimo em
Sabedoria do Sublime....
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Não me exonarei as reflexões
Tidas como receptáculos de
minhas perquirições, holísticas e generalizadas
Aquando meu cérebro palpita
E ascende explicitamente eloquente
Agrilhoado ao carrossel de palavras
nascidas da ficção
Ao solfejo inda que inibido
Até que o urrar broncado das ondas
Ríspidas e pesadas sobre as pedras cordatas
E o interagir de Beethoven firme e leve
Na silenciosa tarde
Estando intrínseco a este corpo
No aguarde desanuviado
A espera que o rosto de sua memória resplandeça
Às portas do tempo das coisas antes sabidas
Vívidas em cálidos momentos
E quando o silêncio se quebra
Com o desalinhado estardalhaço
De um aparelho intruso e dissemelhante
Ao que a boca pensante capta e averigua
Por conta do repouso das mãos
E meu espírito emudecido no descanso
Mumifica-se à espreita de novas meditações
Com as portas receptivas abertas
Auridando futuristicamente novos acontecimentos
Completude dos desejos hoje neblinados
E as inúmeras idéias que, contraditoriamente,
Dentro da contemporaneidade,
Serão julgadas, quiçá com riqueza ornamentária
Graças ao fantástico realismo
Entre o verdadeiro e o imaginário
Sob os traços múltiplos e complexos das ações
Orquestradoras do risco linhado do destino imprevisível
A cavalgar pela brandura ou asperezas do tempo
E neste protagoniza-se!
#RIO DE JANEIRO(RJ), 09 DE DEZEMBRO DE 2020, 01:10 a.m.#
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