#AFORISMO 941/ RAÍZES DE VERBOS E VERDADES# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
Deditória:
Dedico a todas as minhas inestimáveis e queridas amigas críticas
literárias, Graça Fontis, Esposa e Companheira das Artes, Ana Júlia Machado,
Sonia Gonçalves, Maria Isabel Cunha, este Aforismo com muito carinho e amizade,
acompanhando-lhes o sensível agradecimento por todas as minhas conquistas e
realizações, quem aproximou os amigos leitores, mostrou-lhes o que há dentro de
cada obra, e contribuiu sobremodo para o seu conhecimento. Muchas gracias,
queridas! (Manoel Ferreira Neto)
Raizes de re-versos sarapalhados na extensão das ruas de terra e
poeiras, controversas opiniões, pontos de vista das coisas e objetos, lazeres
contrários, contradições de juízos, julgamentos, e nas faces a indiferença com
a ec-sistência, dores, sofrimentos, poder-se-ia chamá-la Rua dos Re-versos,
nelas as marcas dos passos, os traços das circunstâncias e situações, olhares
de esguelha, de soslaio, de banda, de lince nelas, com a sabedoria de deixá-las
livres a arvorarem-se, sente-se-lhes o sabor, o paladar da fruta, dizem-me "Faça-te
raízes de reversos... e sarapalhe-se ao longo da sua trilha...", é o
colocar a liberdade em questão, advém a consciência, a verdade dos sentimentos
e emoções, o amor, o saber os passos a serem dados para tornar o destino de si
próprio, a obra res-ponde por ele, os horizontes são amplos, só mesmo uma coisa
pode garantir o destino, a coragem de olhar, vislumbrar a imagem refletida no
espelho dos tempos, a responsabilidade é inestimável.
Raízes de fogo, entrelaçadas nas achas da lareira, de cujas chamas
advirá o calor a perpassar-me o corpo, sensibilizar-me a alma para novos
sentimentos e emoções, para quimeras e sorrelfas outras, tocando-me o ser,
acariciando-me as dimensões do espírito, nascendo em mim inspiração para
sobrevoos pelas florestas, mares, abismos.
Raízes de versos in-versos de re-versas intuições do belo e da beleza,
sensações do belo, entremeadas de desejos do sublime soneto, cuja chave de ouro
tece as linhas dos horizontes de além, a-nunciam o crepúsculo da tarde eivado
de luzes do vir-a-ser da noite iluminada de estrelas e lua, re-velam o
entardecer prenhe de a-nunciações do alvorecer.
Linhas do horizonte de além
Entre-cortadas de contingências de sonhos e verbos do amor
Performam o prelúdio da ópera do silêncio
Ritmos e melodias da música do tempo
Cancionando de etern-itudes da entrega e sedução
O sublime das esperanças do espírito de amar.
Raízes de dialécticas da existência dialéctica, fontes de suprassunção
das contradições do contingente e do eterno, sem lhes perder a fonte dos sonhos
e das esperanças, carecem de ser investigadas sempre e averiguadas, seguindo a
fluição dos tempos, ideais, idéias, o projecto da liberdade em questão há-de se
enraizar a consciência-estética-ética.
Raízes de dialéticas do ser e não-ser, entrecortadas de contingências de
sonhos e verbos do amor, projetando em mim luzes do eterno, alvorecido e
crepusculado de re-velações da verdade, trans-elevam-me às antípodas do
uni-verso onde querubins performam a dança da sedução e entrega,
trans-cendem-me ao longo do oceano onde sereias dedilham a harpa do tempo e do
ser, cantam a canção de etern-itudes das esperanças do sublime espírito de
amar.
Raízes de re-vérberas quimeras do conhecimento e saber refletindo outras
luzes de outros sonhos, utopias, concepção de outras jornadas pelos
questionamentos e ideais, aquela ilusão do brilho tornada em alimento da busca
do destino, há sempre consonância, sin-tonia, sincronia, harmonia entre as
dimensões contrárias, contraditórias, saber as que trazem em si este entre-laçamento
e real-izá-las, duas artes diferentes podem sintetizar-se e ampliar os
horizontes de ambas, se as intenções dos artistas se conciliarem na visão das
coisas, suas cores e imagens, perspectivas, e o tornar das palavras a imagem da
alma diante de todas as suas circunstâncias e situações, dores e sofrimentos,
medos e fugas, este destino fora assim realizado, o testemunho juramentado
histórico, abre perspectivas mais profundas para o mergulho na alma.
Raízes de nonadas e travessias, inter-ditas de ideais do perfeito e do
divino, entre-transliteralizadas de fantasias, utopias dos campos versejados e
vers-ificados de flores a exalarem o perfume inebriante do perene, compõem-me
na alma o prelúdio da ópera do silêncio a embriagar-me de êxtase e volúpias,
avant-premier da sinfonia da solidão a preencher-me de ilusões e vontades do
in-fin-itivo.
Línguística do sono
Seduzindo o sonho a anunciar
A memória das genesis da vida,
Verbo assediando o subjuntivo dos espaços e arribas
Bolinando o particípio dos sentimentos,
Templo-Verbo-Infinito
Estesia do Ser
Con-templando as águas
Do rio dos sentidos plenos
Raízes de ritmos e melodias da música do tempo, em sendo-em-sendo de
encontros e des-encontros, amores e des-amores, paixões e contro-versas paixões
elevam-me o espírito, sensibilizado de razão/vida, ao cume dos paraísos
celestiais onde garbosamente deambulo, perambulo, vislumbrando suas belezas e
esplendores, con-templando as águas do rio dos sentidos plenos, cantarolando o
"lá-lá-rá-la" da felicidade e da paz.
Raízes de palavras, tematizadas da linguística do sono seduzindo o sonho
a anunciar a memória das genesis da vida, da metáfora dos verbos assediando
temas e temáticas a indicarem o presente e o subjuntivo do além de todos os
horizontes e uni-versos, o gerúndio e o particípio de todos os espaços e
arribas.
Raízes do inverno,
Inspirando a alma a recitar o silêncio do frio
A contemplar as flores a desabrocharem na primavera,
Exalarem o perfume dos sentimentos da beleza,
Estesia do Ser e Templo-Verbo-Infinito.
Raízes de verdades, des-imaculando as visões de causas e efeitos,
pecados e castigos, atitudes e consequências, tematizados de vontades do Ser
nas asas e ventos do tempo, verbalizando o pensamento consciente do destino a
ser criado e estabelecido, inventado e concretizado, o testemunho das buscas e
cor-agens de ser livre...
estar dis-posto a morrer pelos ideais.
(**RIO DE JANEIRO**, 09 DE JULHO DE 2018)
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