ANA JÚLIA MACHADO CRÍTICA LITERÁRIA ESCRITORA E POETISA ENSAIA O AFORISMO 819 /**BARÍTONO DO TEMPO E DOS VENTOS**/ - PROJECTO /**INTERCÂMBIO CULTURAL E INTELECTUAL**/




No aforismo de Manoel Ferreira neto, BARÍTONO DO TEMPO E DOS VENTOS, cujo instrumento de sopro cujos sons são um pouco graves da idade e dos vendavais, apraz-me verbalizar que a nossa literatura de hoje, é tão-somente intermediária à sisudez das agitações que conduzem os valores e ética da sagacidade da erudição que labuta isolada óbice às eras pela sofreguidão de existir, que incute pelo vaticínio das beatitudes. O Escritor desfecha os retenhas da imensidão que o transborda e expurga-o de lágrimas, e coloca o seu intelecto aos entendimentos que o arremessam para longe e que representam a agitação das atividades da existência à investigação da realidade que de suas profundidades ausentam-se os deleites para onde dimanam os lances do jogo do solo da harmonia essencial do pleno, desfecha o coração à sensação das comoções e sensibilidades que são guias para calcar os eternos do deleite e auge, são extensões para a quimera interdependente e condoída da eloquência querer de quimeras e ilusões.


Começo a cogitar em tudo que li e início a peregrinar por entre quimeras e suposições bombásticas e extraordinárias, dei por mim a chalacear-me de mim inerente, a galhofar comigo e de mim. Assim se identifica a camelice humana, o auto -riso; assim se assevera o intelecto humano, o auto- riso.


A agonia constante por aquilo que é recente e hodierno somente patenteia a circunstância de inanidade que o consumismo veloz do dia-a-dia reproduz nas nossas existências. É um oco que se transfigura numa pobreza por executar, numa agonia, numas voracidades de qualquer facto sem a qual a incompletude é um julgamento ininterrupto. E para abalar de tamanha punição capital, ao paladar de entoos de sirena com juras tão infrutíferas quão falsas e ingénuas, perfilham os humanos hodiernos e novos essas resoluções repentinas que de tão repentinas se convertem efémeras e obscuras. E de aquisição em aquisição, de dispêndio em dispêndio se súplica na religião da modernidade resgatadora, aquela que encontrando-se incessantemente ao volver do ângulo quando se encontra se compreende que finalmente é incessantemente no ângulo imediato. São raízes, bronco. São raízes. É assim a literatura e cultura de hoje, o fútil e o sensacional são que interessam, o importante e de valor ficam num canto à poeira até que venha um erudito e diga que aquilo é que é bom...mas sentem-se tão sós e desolados que por vezes apetece-lhes desistir de observar tanta ignorância…É como se, o cantor cujo timbre está entre o baixo e o tenor com alma do infinito verbo de poesias repercute-se no revérbero da idade e dos tufões, do ser e da era o fanático da Querença.


Sinceramente, o texto do escritor é tão bom e complexo que nem mais que dizer…talvez esteja igualmente com minhas ideias ocas…Mas, uma coisa tenho a certeza, como diz o autor que quem possui a sabedoria é perene, nem o tempo é competente de aniquilá-la.


Ana Júlia Machado
(10 DE JUNHO DE 2018)


Só há uma coisa a ser dita, inestimável crítica literária e Amiga, Ana Júlia Machado: #IMPRESSIONANTES" a sua análise e interpretação.
Beijos nossos!


#AFORISMO 819/


BARÍTONO DO TEMPO E DOS VENTOS**
Graça Fontis: PINTURA
Manoel Ferreira Neto: AFORISMO


Sons, silêncios, solidão. Ritmos, melodias, plen-itudes.


Retalhos de ex-tases no tempo
De in-finitas sublim-itudes,
In-audita verve de infin-itivos e unos-versos,
Sentindo todo equilíbrio e toda leveza,
Voando como pássaro
Alongado com linhas infindáveis.


Liberto as palavras e a voz suave como violino, sensualidade de expressão, concisão surpreendente, força e variação rítmica, riqueza notável de palavras vigorosas e expressivas, simplificação da estrutura da frase, inventividade quase única na linguagem das emoções flutuantes e do pressentimento...


Abro as comportas do rio que me inunda e banha-me de águas, abro a mente aos pensamentos que me projetam além e performam a dança dos movimentos da vida à busca da verdade que de minhas entranhas partem as delícias para onde nascem os volos da sinfonia vital do absoluto, abro o coração à sensibilidade das emoções e sentimentos que são bússolas para trilhar os infinitos do prazer e clímax, são dimensões para a visão solidária e compassiva do verbo amar de sonhos e utopias.


Com versos ad-jacentes às lumin-itudes do eterno, re-fletidos na imagem paisagística que re-vela a face trans-lúdica do tempo, ritma-se a verdade em conúbio de êxtases e prazeres os mais gloriosos com as utopias do absoluto, melodia-se o uni-versal das erudições em instantes de glória e celebridade os mais divinos e plenos,
acordam-se as iríasis do vento que sopra de leste
a neblina que cobre o horizonte e os picos longínquos, musicaliza-se o silêncio da lírica que epigrafa as dimensões da alma com a linguística e semântica dos volos da esperança, mas se con-vexa a travessia do verbo ao ser,
pois o som estrídulo do in-finito não verbaliza
a plen-itude do espírito,
são versos de sons e não de luzes,
antes dos sons as luzes se plen-ificaram
no barítono do tempo,
sons dos versos plen-ificam-se no inter-dito
das luzes do ser a incidirem no in-fin-itivo
dos caminhos do campo e cócitos
da terceira margem do rio de águas
sem destino, sem sagas,
do lado das montanhas, nuvens maciças avolumam-se,
ínfimos pontos brancos movem-se no mar,
nova ilusão nasceu,
nova utopia foi concebida,
tudo desnudo na areia, no vento...


Con-templar o mar ondulante, re-fletindo raios de sol, resplandecendo cintilâncias das estrelas, brilhos da lua.
Ouvir os pintassilgos em voos apaixonados inspirar o perfume da orquídea branca despetalando-se no alvorecer . Ouvir música serena, suave, bailar no in-finito de paisagens oníricas...


Vai-e-vem de estrela cadente ora cintila como diamante, ora esvaece no enigma do in-audito. Música e melodia bem cadenciados enchem minh´alma de ex-tases calando-se no junco brandas flautas de outono. No morro finda o vento do fim do dia.


Na floresta, há caminhos que, cerrados de vegetação, quase sempre se perdem de chofre no in-trans-itado, lenhadores e guardas da floresta conhecem os caminhos. A floresta é a fluência do verdor, estendendo-se de verde até não-verde através de articulações inesperadas de sempre mais e sempre novas cores. Na gênese, o verde se abisma em si mesmo e neste abismar-se gera um coração que, desaparecendo no mistério do verdor, deixa aparecer todas as cores da realidade.


Com versos re-fletidos na superfície lisa do espelho do sublime, metrificados de ex-tases das ilusões e fantasias do verbo do perpétuo edenizado de alegrias e felicidade in-auditas, metaforiza-se a alma sedenta de clímax e gozo, sin-estesia-se a memória ansiosa por trans-literalizar os éritos e éresis do tempo em sêmens da beleza do belo, em sementes da erudição do uni-versal, em húmus da espiritualidade do ser e dos ventos, semantiza-se os ipsis poiéticos da liberdade de criar, artificiar, os litteris poéticos do talento de inspirar a trans-cendência eivada e seivada de raios diáfanos do absoluto, literaliza-se a vida na continuidade dos sonhos e esperanças que se faz continuamente de desejos e vontades, mas se con-cava as entre-linhas e inter-ditos no silêncio da imagem que não re-flete suas pers-pectivas, que não in-cide as pers das pectivas no orvalho do uni-verso.


Com espírito do in-fin-itivo verbo de versos re-flete-se no espelho do tempo e dos ventos, do ser e do tempo a mística do Amor.


(#RIODEJANEIRO#, 05 DE JUNHO DE 2018)


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