SÔNIA GONÇALVES ESCRITORA E POETISA COMENTA O AFORISMO 227 /**NADA DE CHOCANTE NO ERRO GRAMATICAL**/
Boa noite nobre amigo das letras Manu! Alguém precisava dizer tudo o que
está dizendo, alguns precisando mesmo de um "te situa moleque". Me
parece, tenho a impressão de que não levam a escrita com o coração, apenas
querem ganhar elogios e produzir, produzir, não é bem assim, sabemos para
escrever é preciso amar e respeitar a língua com toda sua sintaxe, ainda que
muitos não queiram fazer uso das normas, como já tive o desprazer de
presenciar, ainda assim, pelo menos erros de ortografia é preciso sanar, não se
pode publicar um texto sem avaliá-lo com olhar de leitor crítico e rigoroso,
por várias vezes ✍️👏👏👏👏👏😘ler e
reler o que se escreve é necessário e ter a humildade para acatar também com
gratidão, quando um erro é de forma polida apontada por um leitor mais sagaz.
Resumindo, aconselho, leiam Manoel Ferreira Neto, linguagem riquíssima com
ortografia perfeita, com conjugações de acordo com os tempos verbais. Muito boa
sua observação crítica sobre tantos escritos sem observância da língua, sem
coerência nenhuma com a poesia que deve ser harmoniosa em todos os sentidos.
Obrigada, parabéns pelo belo texto!
Bjos Manu.✍️👏👏👏👏😘😘
Sonia Gonçalves
Os absurdos da Língua Portuguesa estão um caso de polícia, Sonia
Gonçalves. Nunca vi tantos disparates em todos os níveis. Não existe mais o
Mobral, pelo menos muitos iriam aprender que o Verbo concorda com o sujeito.
É impressionante o descaso, a falta de respeito tanto com a Língua
quanto com o leitor. É inadmissível. Quem conhece um pouco a Língua, lendo um
texto entupigaitado de erros crassos, vai de imediato dizer: "Mas que
escritor é este que não conhece a Língua." Não estão se importando nem com
a própria imagem: nacional e mundialmente conhecido como quem escreve, diz-se
escritor, e não sabe escrever, isto é demais.
Nestas críticas, ouve-se logo a ruminância altissonante: "Ele está
se achando o máximo... Ele está se achando o deus..." Digam o que
disserem, pouco se me dá, na linguagem dos existencialistas "Estou-me nas
tintas para as opiniões..." Nada mais há que me irrite tanto que ler
erros, meu olhar é muito sensível, não admite estas coisas. Quanto mais erro de
ortografia: deve-se escrever as palavras de modo correto, corrigir os erros de
digitação para publicar um texto ou comentário. É preciso a autovalorização, é
preciso o respeito. Aliás, se se autovaloriza na escrita da Língua, se lhe
obedece, o que mais se quer será inda mais reconhecido: os aplausos serão
altissonantes, não haverá lugar para as glórias.
Aproveito aqui para reconhecer a atitude de minha Companheira das Artes,
Graça Fontis: ela nada publica - até mesmo comentários -, se o escrito não passar
pelo crivo de meu copy-desk. Eu próprio quando tenho alguma dúvida, corro atrás
da gramática para esclarecê-la.
Não vou dizer como a música: "Pai, afaste de mim este cálice!"
Direi com todas as letras em riste: "Joguem todas as pedras em mim. Estou
cumprindo a minha obrigação e responsabilidade com a Língua, pois que ela é a
IDENTIDADE DE UM POVO E DOS INDIVÍDUOS".
Muchas gracias, Soninha Son, pelo seu reconhecimento e incentivo. Beijos
nossos.
Manoel Ferreira Neto
#AFORISMO 227/NADA DE CHOCANTE NO ERRO GRAMATICAL#
GRAÇA FONTIS: PINTURA
Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
Cosmos de pretéritos. Forclusions de subjuntivos inspirados no gerúndio,
participando com abstratos do porvir. Cenário. Performance. Teatro do alvorecer
de amanhã à luz de hoje, hoje de cobrir de amor e paixão as poeiras do
uni-verso.
Ter a possibilidade de escolher o que seria, quiçá a liberdade de uma
incredulidade tranquila, chegar a tomar consciência misturada à altivez de uma
solidão já quase perfeita. Não quero formar a vida porque a existência já
existe. Existe como um chão onde avançaste tu, onde avança você, onde todos
avançaremos. A veracidade da consciência não é verossímil. Se descobrirem,
podem obrigá-la a se tornar obtusa. O perigo não é para a consciência, ela não
se tornaria obtusa. A vantagem é que a consciência se refaz a cada instante.
Quantos há que, depois de haver tomado parte da corrida ofegante e desenfreada
da ciência atual, chegarão a conservar o olhar tranquilo e corajoso do homem
civilizado que luta, esse olhar que condena essa corrida como um fator de
barbárie?
Mosaico de palavras sem alma regulamentadas por uma sintaxe; isso para
não dizer nada a respeito do português de quintal - nada de chocante no erro
gramatical, ao contrário, ele o saúda como um oásis repleto de encantos no
deserto ácido do português quotidiano. Quando tudo o que é monótono, gasto, sem
força, vulgar é aceite como regra, o que é mau e corrompido é aceito como
exceção encantadora, então tudo o que é vigoroso, nobre e belo cai em descrédito
Amanhã não houve, houve o hoje de amanhã, amanhã nada é, hoje é o elísio
do mar que sonha a praia de gaivotas ciscando o novo voo para o in-fin-itivo
das miudezas do além.
(**RIO DE JANEIRO**, 02 DE OUTUBRO DE 2017)
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