Maria Isabel Cunha ESCRITORA E POETISA COMENTA O AFORISMO 234 /**TUDO ACABA ONDE COMEÇOU**/
Tudo é efémero nesta vida e o que não é efémero é nada. Então tudo é
nada a não ser o efémero. Surge a fé que encontra na linguística o efémero como
única salvação do Ser, perante o nada do eterno. Um abraço, meu amigo, Manoel
Ferreira Neto.
Maria Isabel Cunha
#AFORISMO 234/TUDO ACABA ONDE COMEÇOU#
GRAÇA FONTIS: ESCULTURA
Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
Retalhos de liberdade, colchas de esperanças e sonhos elaborando as
linhas de escolhas entre o pret-érito das volúpias da glória nascida de
conquistas das querências de as virtudes serem a luz do ser, o in-fin-itivo dos
êxtases da cor-agem de des-envelar, des-vendar o oculto do que trans-cende das
intempéries da con-ting-ência do bem e do mal, do inaudito e o clarividente, a
neblina que cobre a montanha e os raios de sol que in-cidem nas margens do
terreno baldio da alameda que leva ao pampa de orquídeas e lírios, de rosas e
samambaias, a gnose do saber a sabedoria que vela a omnisciência do absurdo,
omnipotência do vácuo, é que tudo acaba onde começou, a contradição do nada que
não é o efêmero e o efêmero que não é o nada, a dialética do não ser o que se é
e se ser o que não se é... Como sem a rosa não ec-siste o espínho e sem o
espinho não ec-siste a rosa, sem a liberdade de sentir os subjuntivos pret-éritos,
gerúndios futurais do desconhecido, não ec-siste a liberdade de pensar e
questionar o apocalipse que é interstício recôndito, que é âmago íntimo do
genesis, o genesis que é estrutura profética do apocalipse, companheiros que
não des-entre-laçam as mãos na jornada do efêmero que concebe o nada, na
peregrinação do vazio que concebe outra dimensão da esperança para a intuição
da vida que floreia, rebusca, burila, delineia os princípios do há-de
re-presentar o eidético do além séculos e milênios, a fé se me a-nuncia,
re-vela que na travessia da liberdade para a egrégia dimensão da
espiritualidade encontrarei a linguística e semântica que mostram a
palavra-verdade do "Ser-In-fin-itivo" do verbo Espírito, a
sin-estesia e o vernáculo que de-monstram a letra-travessia do
"Verbo-Particípio" à regência da Alma, mas enquanto isto não se
real-iza, efetiva, crio sons, ritmos, melodias, acordes de música aquática que
trans-eleva os seres profundos do mar - mar de ondas leves tocando as docas -
aos desejos e querência do entendimento e compreensão do eidos do ser de ser
imperfeito e o cerne da imperfeição de ser sudário que re-colhe e a-colhe as
carências e solidões dos uni-versos con-ting-entes da perfeição imperfeita, que
se nutre do trigo da fé os valores platônicos da verdade estética nas
sin-estesias da caverna, gruta, abismo dos desejos de plen-itude, mesmo no
picadeiro de luzes simples, esplendendo e raiando nos horizontes da
sempre-busca do riso que simboliza, impressioniza, expressioniza, romantiza,
parnasianiza e con-temporaliza a liberdade de ser o imperfeito nas
idiossincrasias do pleno plen-ificado de saber do corpo bailando o fado da
história de salvar a obra no naufrágio dos efêmeros e nada, elevar a vida de
querências e desejâncias, num pret-érito de lendas e mitos que olhar-ersejam as
carícias e ternuras do que não há-de vir como símbolo e signo do efêmero que
nadifica o eterno, o eterno que esvazia as trans-cendências de seus ab-solutos,
preenche as con-ting-ências de sons sublimes do nada.
(**RIO DE JANEIRO**, 05 DE OUTUBRO DE 2017)
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