Lucia Helena Lima Medeiros COMENTA O AFORISMO 231 /**O INTELECTO AFASTA GÉLIDOS PRIVILÉGIOS**/


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Minha frágil filosofia de raíz inculta nem ousa...
Nem vocabulário à altura alcanço...
Sua dialética poética passeia caminhos que não atinjo nem ouso...
Me permita adejar
por eles e senti-los
na beleza anímica que me toca.
Não mais me é possivel além.
Me permita a admiração imensa por tudo que constroi em versos imersos em uma magia que enternece e inebria.
E receba todo o meu respeito com carinho. Um abraço à Graça e obrigada por ter me dado essa oportunidade
de estar aqui agora. Boa noite ao casal tão querido!


Lucia Helena Lima Medeiros


Creio ser, Lúcia Helena, a primeva vez que comentário seu torna-se post. Merece-o pela sua visão dos "versos imersos em uma magia", passeando caminhos na dialéctica poética, uma outra leitura de minha obra, e também confirmando mais uma vez o que me admira a mim nas críticas, comentários, análises, interpretações de Ana Júlia Machado, Graça Fontis, Maria Isabel Cunha, Sonia Gonçalves, é a dignidade na interpretação de minha obra. Este seu comentário assim merece figurar nos Posts Críticos.
Abraços.


Manoel Ferreira Neto


#AFORISMO 231/O INTELECTO AFASTA GÉLIDOS PRIVILÉGIOS#
GRAÇA FONTIS: ESCULTURA
Manoel Ferreira Neto: AFORISMO


Perscrutando folhas e flores primaveris, orvalhadas da alma, pressinto em mim miudezas de sensações que de pers em pers, iríadas em iriadas, éresis em éresis do não-ser nasce o in-verso precedendo o verso, re-nasce as revezes postergando os re-versos, é concebida de gerúndios, particípios, in-finitivos das ilusões e idílios a-temporais a perfeita leveza do ser. Quê sujeiras o vazio deixou nas bordas do perpétuo! Inimaginável!... Indescritível!... Inconcebível!!! Vento algum vindo de algures leste digna-se a soprá-las aos confins.dos horizontes. É entregar-me solene e solícito nos braços parnasianos das insolências de saberem-se desprovidos, destituídos de essências. Entrega que não tem fin-itude.


O coração esteja aberto para sentir nas entrelinhas o meditar diante da vida, o efêmero que con-ting-encia o vir-a-ser do nada, e este eleva o porvir ao cume dos alhures do tempo, augures do vento, à busca da refinada beleza do ser, do querer desejar ser, do expressar o verbo do espírito que retrata a vida no per-curso das estrelas à margem do uni-verso esplendendo o lado outro da lua.


Seria que a imperfeição perfeita alucinasse, fascinasse, extasiasse por a perfeição ser mera quimera, imaginação fértil?


Mistérios do mar com transparência de rio, enigmas de matagais. Coisas preciosas de con-templar. Os olhos são profundos e a boca vem de longe. Uma folha baila indecisa e pousa. Então caminho no bosque e rondo o grito. De morte, que sepulcro ostenta a lápide branca, cinza, preta, sem quaisquer modos e estilos de epitáfio, apenas nome, data de nascimento e fenecimento? Oh mitos de sopro e de inocência cultuo, falsos, arquejos poéticos acadêmicos, o pé errante, a estrada fugida. Oh palavras desmoralizadas, entretanto salvas, ditas de novo, a voz inventando novos vocábulos, só o intelecto afasta gélidos privilégios, sopram as angústias e tristezas por serem bálsamos, sopram o ser por serem singelas.


Seja imitação da realidade que chegue até o simiesco, em idílios ou em sátiras docemente humorísticas, aquele ácido crítico acridoce. Aprecio apenas a cópia minuciosa ou a fidelidade fotográfica na re-pres-ent-ação do presente.Conclamo as virtudes sem defesa para tapar os olhos.


Vão-se os dedos, ficam os anéis - mas colocar anéis onde? Prazer de saborear um cálice de Martini seco!


(**RIO DE JANEIRO**, 04 DE OUTUBRO DE 2017)


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