ESCRITORA E POETISA Maria Isabel Cunha COMENTA O AFORISMO 228 /**CIRCUS´ FIELDS FOREVER**/


Lucy representa um amor não vivido, apenas sonhado na mente, no passado. Um nada que persistiu na efemeridade e assim o efémero torna-se verbo rico de imagens, sentimento que perdurará no pretérito do eterno. Riquíssimo texto, pleno do estilo linguístico e figurativo do mestre na escrita, Manoel Ferreira Neto. Parabéns. Um abraço.


Maria Isabel Cunha


#AFORISMO 228/CIRCUS´ FIELDS FOREVER#
GRAÇA FONTIS: PINTURA
Manoel Ferreira Neto: AFORISMO


POST-SCRIPTUM:


Paixão, amor... que não se esvaeceram, serão presentes na minha vida, e sempre que tenho oportunidade lá vou eu ao circo assistir ao "quadro" dos palhaços. Circus. A todos os artistas do Circo Mambembe do passado, do presente, futuro o meu eterno e sensível sentimento de amor e agradecimento.


EPÍGRAFE:


Nas ad-jacências, bordas do ser
o instante fulgura, o momento esplende,
a cada brilho, cintilância,
o destino
liga ao incognoscível
a solércia
do eterno sorriso.


Volúpias. Êxtases, ínfimos prazeres de saborear morangos simbólicos de idílios do jamais, olhares que brilham de desejos lúdicos do que não se a-nunciará nem mesmo no longínquo do além, degustar parnasianos sonhos de seren-itude e leveza do ser, onde o mais distante do éden de querubins, sininhos, sereias, é o mais próximo, bem perto, do abismo de ventos tocando as sublim-itudes do horizonte.
Inolvidável sentimento de vazio re-colhendo, a-colhendo o re-verso in-verso das esperanças de síntese do nada e efêmero, nascendo então o absurdo nonsense da con-ting-ência sem paradigmas do inaudito, em cujos silêncios do mistério habitam os sons líricos do pretérito iluminando o presente com o ritmo e melodia medievos do pleno, res-plendendo o aqui-e-agora com a música lúcida de verbos defectivos numinando o aqui-e-agora de angústias, des-ilusões, frustrações dos desejos que não são o húmus para realizações, sementes para as sensações ad-vindas das solenes con-templações eivadas de inspirações do tempo no eidos de seu ser o contínuo da vida, inda que o nada lhe seja a roda-viva do sem-sentido que eleva os interstícios do amanhã que gerundiam as ondas marítimas no encontro com as docas, com as areias causticantes, verdadeira soda cáustica mistura com o cloro para des-infectar as sujeiras que o vazio deixou nas bordas do perpétuo, nas chamas da lenha que o fogo de amanhã ascenderá a liberdade e consciência à travessia de mais um passo, a Arte se esvaece nas brumas, crepúsculos, entardeceres, re-nasce nas neblinas e neves do futuro passado de indicativos, de particípios do imperfeito trans-tornado de/por haver perdido o élan entre o éden e as éresis, da Comédia Divina das volúpias pers-volatéis do "Sou" in-completo de id-ent-ifcarem o sensível do espírito para ent-ersejar o absoluto de miudezas do espírito que enviam à alma as luzes-miríades do sempre que se realiza com as pers das pectivas da verdade, verdade aberta às dimensões con-ting-{entes} do nada e vazio.


Momento de loucura. Quem sabe seduzindo a Lucy no céu com diamantes. Instante de capricho e de delírio. Indizível da inocência. Quem sabe Lucy bolinando a mim nas areias da estrada com olhares ímpios e sagazes, fácil o convite, pois que amo de paixão olhares ímpios e sagazes, ainda de viés uma luzinha de sarcasmo. Quem Lucy e eu sentados e abraçados no calçadão da praia, dia chuvoso, con-templando a neblina que esconde o mar distante..., entabulando trocas de palavras de sentimentos, idéias e ideais, utopias da imagem, lindo, não, a neblina escondendo o mar distante, e nos deixamos levados pelos mistérios e enigmas, o sonho criar do verbo, re-presentar o quotidiano.


Nas ad-jacências, bordas do ser
o instante fulgura, o momento esplende,
a cada brilho, cintilância,
o destino
liga ao incognoscível
a solércia
do eterno sorriso.


A tristeza ilumina de pensamentos passageiros os recônditos da alma que per-vaga pelos campos, o nada não é efêmero; a desilusão numina de idéias passageiras sonhos de fantasias, quimeras que circun-vagam pelo deserto, o efêmero é o verbo que seiva de imagens do vir-a-ser, pers e pectivas do além-silêncio, prefigurado de horizontes em cujas bordas e frontispícios deambula eterna esperança, pretéritos do eterno, subjuntivo das ipseidades do absurdo, asas do sentimento do desejo de alegrias e felicidades arfando no peito, sensibilidade, sensíveis as emoções pressentidas de dimensões estéticas do belo, a beleza imagina os interstícios do uni-verso, retinas e linces do olhar "tremblam-de-retros" as pers do presente que indicam os volos das conquistas e realizações.


O alvorecer se re-vela na luz primeva das esperanças do aqui-e-agora que a concepção de outros confins e arribas de plen-itude, mesmo que imagísticas da solidão que buscam nos terrenos baldios da eternidade o arco-íris da cintilância de brilhos trans-lúdicos, idílicos, o nada é verbo que efemeriza sorrelfas e quimera do futuro, o futuro é termo essencial do im-previsto, as nonadas são aquele olhar enviesado e perspicaz, a risada é inevitável, às misérias da alma humana, aliás o imprevisível fascina-me por seus mistérios clarividentes, cristalinos, límpidos do vazio que se estiola nas incongruências do tempo, élan de cores e luzes que arco-irisam os raios perpétuos e perenidades com pretéritos ad-jacentes ao pastoreio das ovelhas nos pampas parnasianos do simples, ingênuo, inocente.


Desejo de novo versar, vers-ejar, vers-ificar a semântica de palavras que concebem o bíblico, espiritual do ser que verbaliza o eidos do efêmero, seduzindo os rituais e lendas da vida que esplende "crash-bang booms" do além, winters day, springs instants of love and passion.


Fumaças de nicotina "bangam" o deserto de sóis concebendo as páginas passadas de arts-sonho que hoje é realidade, é som de silêncio, murmúrio de solidão que trans-cende os instantes-limites do ritmo da travessia do nada ao efêmero, do mata-burro enviesado ao eterno, não é este o olhar do palhaço, aquando vai aprontar com o seu companheiro?


Ribaltas da esperança. Picadeiros de riso à mercê dos sonhos. Camarim de maquiagens para glória da imagem, da poesia de gestos do que fascina o recôndito do amor e cáritas do thelos divino.


CIRCUS FIELDS FOREVER.


CIRCUS...


(**RIO DE JANEIRO**, 03 DE OUTUBRO DE 2017)


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