ESCRITORA E POETISA Ana Júlia Machado INTERPRETA O AFORISMO 232 /**OH, GRAÇA**/


Este aforismo de Manoel Ferreira Neto é belíssimo, pois fala na mudança da sua vida…um panorama avistado com muita luz que alterou sua vida…


Seu fulgor, seu amor, que promete amor eterno.
Não existe urgência de eras para nos inovarmos. Tem reais instantes na existência que por si próprios são efectivos apontadores que assinalam o encerramento de uma etapa, quer reconheçamos ou não.


Carecemos expandir nossa "espia privada" e através da nossa aptidão de percepção, havermos claridade e sensação para admitirmos que algo já se adulterou. A partir desta percepção, é exequível a transferência e nos reajustarmos para facultarmos boas vindas ao "diferente", com suas infindas faculdades. Muitas vezes, a vida não convoca, mas avisa o amoldarmos a situações imprescindíveis para nosso próprio bem, enviando-nos indícios que muitas ocasiões rejeitamos aprovar e que tem um intento superior: passar para um estádio seguinte.


Quando a existência nos assinala que uma etapa está se cerrando, toma o acontecimento e usufrui para reavivar suas confianças, existindo a faculdade a façanhas novos intentos e planos de existência. Este é igualmente um instante abastado para inaugurar o valiosíssimo movimento de retroinspecção e para corroborar o lugar e com quem desejamos repartir a vida…assim aconteceu com o grande escritor Manoel Ferreira Neto ao descobrir o que viria a ser a sua luz a sua vida, a artista Plástica Graça Fontis.


Previamente a amar-te minha Graça, amor, ninharia era meu
Cambaleei pelas artérias e os factos:
Ninharia datava nem possuía graça
O planeta era do ambiente que aguardava.
E enxerguei recintos pardacentos,
Galerias povoados pelo satélite,
Barracões atrozes que se exoneravam,
Interrogações que perseveravam no pó.
Tudo encontrava-se despojado, extinto e silenciado, pois não existia ainda uma Graça
Prostrado, desamparado e estragado,
Tudo era intransferível indiferente,
Tudo era dos distintos e de nenhum,
Até que tua formosura de graça e tua precisão de mimos,
minha mada Graça atestaram o tombar das folha
Graça minha eterna Graça e minha vida.


Ana Júlia Machado


#AFORISMO 232/OH, GRAÇA#
GRAÇA FONTIS: PINTURA
Manoel Ferreira Neto: AFORISMO


Pers de amor pectivam verbos de luz, numinando com trans-parência as sendas por onde versejar os sentimentos e emoções, re-cônditos da alma em cujos sítios habitam desejos e vontades da felicidade, ers-ificando as paisagens do eterno que se a-nunciam no tempo.


Pectivas da entrega ao verbo de amar pers-ificam a fé, a cor-agem, dis-posição e sabedoria, assim o cor-ação sedento de revelar os volos da plen-itude espiritualiza esperanças e sonhos do Ser.


Ec-sistindo toques, carícias, ternuras, carinhos que são indícios, princípios do verso-uno, encontro con-tingente, trans-cendente, comunhão dos entes, tapeteia-se as veredas por onde trilhar, pers-ejando a alma com as etern-itudes regenciais das mãos entre-laçadas, dos óculos do pleno que a todo instante se a-nuncia.


No alvorecer,
Vento soprando de leve,
Pássaros trinando,
Desejo versos e estrofes,
Prosa
Que declamem, recitem
Oh, Graça,
Meu amor ers-ejará sua vida.


Caindo chuvinha fina,
Deitado na rede do alpendre,
Sonho nossos desejos, esperanças
De nossas vidas juntos
Versar nossa eternidade
Oh, Graça,
Meu amor recitará as paisagens
Do infinito.


Ouvindo músicas,
Inspirado no ritmo, melodia, acorde
Da lírica do espírito,
Verbalizo sentimentos, emoções
Que me perpassam
Oh, Graça,
Meu amor epigrafará o verbo
De nossa felicidade.


No mais íntimo,
Traço o seu rosto,
Os olhos perscrutando a luz
Do universo, do horizonte,
Com as cores de sua felicidade,
Vontades essenciais da vida
Repleta de realizações
Oh, Graça,
Meu amor fá-la-á plena, eterna, absoluta.


No nosso leito,
Entregamo-nos ao encontro de nós,
Carícias, toques, carinhos, ternura,
Sonamos abraçados o novo amanhecer
De nossas vidas
Oh, Graça,
Meu amor será perene por você.


(**RIO DE JANEIRO**, 05 DE OUTUBRO DE 2017)


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