Ana Júlia Machado ESCRITORA E POETISA COMENTA A CRÍTICA LITERÁRIA /**ITINERANTE DAS ILUSÕES - UMA VIAGEM NA OBRA LITERÁRIA-FILOSÓFICA DO ESCRITOR Manoel Ferreira Neto**/


Esta é a minha réplica e análise a esta bela jornada pela literatura do escritor, Manoel Ferreira Neto, que como sempre um ser ímpar nas suas reflexões…Grata, por fazer-me refletir.


Como era bom facultar transmitir todo o rancor do planeta no papel; toda a tirania, a intransigência, a selvajaria. A peleja, os costumes e desregramento do domínio, que se fundamentam por uma razão alguma, por uma coerência de mando. Afastar do planeta e encarcerar no escrito, causar disso uma fantasia arrogada. Somente a folha suporta o ónus, meramente ela sabe pelejar. Porque não escora aquela lábia, não passa o rancor avante, não peleja o fanatismo com mais insofrimento; ela metamorfoseia a existência áspera em letras.


Esta não permanece para defender o planeta – verbos de redenção, sacralizadas, terminam auxiliando a muitíssimas razões próprias. Não se cuida de compor literatura para libertar o planeta, mas para assimilá-lo, apontar quem somos, encarar oportunidades sem temor. Transmitir pontos de vista sem ingressar na idoneidade da exactidão ou da falsidade, sem criação ou domínio; óbice ao despotismo, habituado ao incongruente. A literatura em que creio não presenteia crenças, e sim a oportunidade de se enxergar independente deles. Um apelo à autonomia. A pobreza emprenha a linguagem. O imperioso do preceito aniquila o ser a fecundação….


Subsistir à inconsciência, à reflexão simples, à aliciação do novo e igualmente ao bem-estar da tradição. Aumentar as ópticas de reprimendas. Sustentar, com postura hodierna, às pujanças que adulteram as intenções…buscas do hoje. Conceber seus inerentes traços de pujança. Suportar pelo feito de ser; sendo.
Costumo delinear jornadas com cautela, atenta a cada minúcia. Contudo as reminiscências que subsistem são aquelas de quando o itinerário foi abandonado e o inesperado implorou permissão para agir.


Ana Júlia Machado


ITINERANTE DAS ILUSÕES - UMA VIAGEM NA OBRA LITERÁRIA-FILOSÓFICA DO ESCRITOR Manoel Ferreira Neto
GRAÇA FONTIS: CRÍTICA LITERÁRIA
PINTURA: Graça Fontis


Do alto a contemplar precipícios,
não temendo a queda no ambicioso voo,
torna-se cúmplice do ar...
itinerante das ilusões,
lançando-se inteiro, íntegro...
perfeito mergulho
ciente das teias e densidade do espaço
no silêncio... solidão.
"Marabalista" ampliando
- determinante -
rasgando fronteiras no flanar escuro...
porvir obscuro,
cerne do interior obscuro em concepção
projéteis
É da rosa de Hiroshima
o exalar chamejante dos projetos
projetados...
projetando no infinito a indissolubilidade inusitada,
profunda de
cores,
luzes,
sons,
na onírica paisagem
transparecendo todos os enigmas
do próprio Ser e Existir.


(**RIO DE JANEIRO**, 06 DE OUTUBRO DE 2017)


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