ANA JÚLIA MACHADO ESCRITORA E POETISA ANALISA O AFORISMO 237 /**DIALÉCTICA DA EC-SISTÊNCIA QUE EC-SISTE NO EC-SISTIR**/
Ao aforismo de Manoel Ferreira Neto DIALÉCTICA DA EC-SISTÊNCIA QUE
EC-SISTE NO EC-SISTIR o Infinito de cegueiras enrolando protótipos breves,
apraz-me dizer que no meio do alarido dos verbos, da solicitação, dos bramidos
ou odes, existirá sempre uma insaciada indiscrição, questões sem refutações ou
formas dolosas de verbalizar a realidade; realidade que nem sempre reconhecemos
coerência ou tocante nem sempre meritória de ser transportada à severidade ou
ao lume da autenticidade porque, meramente nós não somos capangas nem usamos
ingerir da iniquidade no flúmen da existência.
Verbalizamos negação quando verbalizamos aprovação em refrão unânime.
Pretendemos deslindar e declarar o cariz sombrio, aquela que foi afugentado das
sínteses de Anais por ignóbil e desonroso; pretendemos baixar ao desprezado
início, experimentar a densidade da argila amachucada com limo e seiva,
apropriado de encarar e dominar a fogosidade, a pretensão, a sovinice, as
normas do homem cortês. Pretendemos enumerar do bem-querer sujo, quando ainda
não se alteara um culto para a santidade. Verbalizamos recusa quando
verbalizamos anuência, não possuo outro acordo.
E estaremos sempre questionando durante a nossa existência e
constantemente à vigia de transformações em certos seres, que muitas vezes nos
provocam vómitos com os seus ludos do intelecto…
Ana Júlia Machado
#AFORISMO 237/DIALÉCTICA DA EC-SISTÊNCIA QUE EC-SISTE NO EC-SISTIR#
GRAÇA FONTIS: PINTURA
Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
In-fin-itivo de ilusões serpenteando ideais efêmeros, sarapalhando volos
perpétuos, salpicando náuseas voláteis, voluptuosas, solerciando verbos e
utopias, sentimentos perpassando uni-versos.
Desejos de sonhos solsticiando o além - raios de sol numinam campos de
algodão, nos interstícios da alma per-vagam emoções solitárias, carências de
verdades no peito, idílios pretéritos pro-jetando vãs esperanças, fugazes
vontades do Ser pensamentos, idéias dando voltas no tempo de nuvens brancas
deslizando no espaço, quiçá lágrimas ardentes desçam no rosto do há-de ser.
Sinto distantes as linguísticas e semânticas da imperfeição,
instantes-limites per-fazendo vernáculos regenciais de verbos oníricos
preenchendo forclusions, lacunas, manque-d´êtres, ilusões de óptica, lapsos de
memória, mov-entes luzes iluminam o subconsciente de éritos de sonhos
impossíveis, irrealizáveis, de passadas visões-do-eterno, de primevas
imaginações da beleza do belo...
Jogos da mente. Encontros des-encontrados re-versando o tempo que gira o
catavento, o vento que paira no espaço
redemoinhando continuamente, infelizes infelicidades in-versando de
ipseidades e facticidades a roda-vida do ser e não-ser, dialéctica da
ec-sistência que ec-siste no ec-sistir de decisões e consequências, contra-dicção
que consuma o silêncio da solidão, veneziana que se abre aos confins e arribas,
solidão do silêncio, ad-versidade ad-versa, ad-versando razões e
subjetividades.
Tirem-me deste inferno da metafísica. Salvem-me desta psicanálise do
inferno. Socorram-me desta náusea que me invade a alma.
Jogos da mente
Imperfeições,
Vazios,
Nadas,
Absurdos
Êxtases de outros átimos de momentos à espreita de mudanças,
trans-formações.
(**RIO DE JANEIRO**, 06 DE OUTUBRO DE 2017)
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