#AFORISMO 244/LÁ FORA, ESTÁ MUITO FRIO PARA ANJOS VOAREM# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO


De sendas, a verdade. Da verdade, sendas.


Oh sábio do eterno, tudo o que se possa averiguar, tudo o que se possa in-vestigar, e o que deve permanecer sob mistério, sendo o mistério a luz que haverá de sempre despertar o mergulho nos sonhos e utopias, sob os enigmas envelados de rituais e lendas, sob o in-cognoscível do efêmero e ab-soluto, os signos do céu e os da terra.


Vívida linear-idade geo-metriza a noite, sin-tax-iza insônia e sono, quando os minutos e segundos regencia sentimentos de angústia e vontades das luzes do dia, cristal-iza a passagem de seu tempo que germina, gera outras pers-pectivas da aurora, da continuidade do dia, pectivas do crepúsculo, diante das situações e circunstâncias de todas as contingências, árduas labutas, cansaços e problemas, ao entardecer, grávidas de sorrelfas e in-verdades, de idílios e fantasias, de quimeras, sonhos do verbo “PERPETUAR”, utopias de realizações e prazeres, desejos do pleno e sublime, da Verdade e da Vida, concebe outras imagens, por vezes nítidas do in-finito das querências nas ad-jacências dos limites e trans-cendências dos contingentes liames entre o lícito e o ilícito, a verdade e suas in-verdades de percepção e análise, das utopias que habitam o espírito, por vezes en-veladas do uni-verso de equívocos, clar-itude de silêncios, nas linhas ilimitadas de confins e arribas, na vers-ificação espontânea e livre de outros amanhãs, de outras veredas.


Seren-itude de papéis... Folhas brancas de palavras, palavras semânticas, eivadas de in-fin-itivos, palavras linguísticas, alimentadas de buscas e questionamentos da verdade do ser.


Páginas de orvalho...
Linhas de neblina...
Garatujar letras para metaforizar o "ser", sin-estesiar os interstícios da alma, sem sentido, sem significação, melhor o silêncio, con-templar o inaudito, nada a dizer, nada a expressar, olhar perdido na frincha do horizonte.
Margens esquerdas de neve
Margens direitas de garoa...
Folhas de góticos vernáculos...
Escrever poemas até nas asas do vento, prescrever filosofias até no éter, no etéreo efêmero das con-ting-ências. Grito antigo é altissonar a voz da solidão, fluí-la livremente, re-velar a verdade de solidar o verbo, florá-la na floração da eterna linguística da palavra "entrega".


Vão desejo, inútil vontade de entender os tempos infinitivos, indicativos, subjuntivos, gerundiais, imperativos da a-nunciação do egrégio genesis do absoluto, da paisagem campesina da divina esperança da estesia, panorama desértico do chapadão.


Manusear a palavra, re-versá-la de semânticas e linguísticas do desejo, semiologias do sonho, com ela levar-nos por todos os universos, é justo considerar íntegra a palavra que semeia os grãos do verbo e do in-fin-itivo que são dádivas para o encontro e a vivência do ser.


Oh sábio do eterno, uma lâmpada acesa atrás da janela do templo vigia no coração secreto da noite a estrela prisioneira vista no gelo do instante. Dizei-me uma palavra ao sabor das in-versões entre o devaneio e a realidade, entre o desvario e o real. A casa distante e sua luz que ambos con-templamos é para mim, diante de mim, a casa que olha para fora - bem a seu modo, estilo e linguagem!, com um irrepreensível pormenor, os raios in-fin-itivos das constelações atrás da lua nova. Essa é a poesia da casa na noite. Dizei-me o espírito do alvorecer na manhã do ser e da verdade.


Lá fora, está muito frio para anjos voarem!...


(**RIO DE JANEIRO**, 08 DE OUTUBRO DE 2017)


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