#AFORISMO 241/OUTRA LUZ NA CONTRA-LUZ DO PRETÉRITO IMPERFEITO# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO


Nonada de perspectivas seduzindo pensamentos, idéias, utopias. Raios de sol do amanhecer reluzem nas adjacências do in-finito. Lembranças in-conscientes ascendem versos ideais da beleza do belo. Travessia.


Do além ao in-finito gotículas de imaginação fértil pingam nas folhas primaveris
da poética do espaço à contingência da terra o orvalho ensimesma o inter-dito das quimeras. Convergências. Náuseas do nada, sabores do sublime. Ambíguas imagens re-fletem no espelho do tempo a contra-luz seduzida de silêncios do verbo. Conúbio de Ausências e êxtase.


Amar é plen-ificar re-versas e in-versas anunciações. Anúncios do verso e uno. Ângulos revelam paisagens, alhures confins e in-fin-itivos comungam-se. A mente perscruta o ser.


Travessias. Di-vergentes di-vergências silenciando ágonias pretéritas trans-elevando volúpias da verdade às sin-cronias da in-verdade, às sintonias
Das mentiras, às harmonias de sonhos, esperanças. Estivesse você aqui, nesta rede, deitada ao meu lado, amaria, meditando, pensando, refletindo, imaginando, criando, re-criando no vai-e-vem, nos jogos da mente.


Há alguém aqui? Posso o sibilo do vento, posso ouvir os sons do uni-verso, posso sentir a maresia do mar, posso con-templar a lua, o sol, as estrelas, posso ver a criança destrajada que atravessa a rua, posso amar a amada com ternura, carinho, posso re-criar, criar, inventar. Há alguém aqui? Pensando, cogitando, imaginando? Jogos da mente.


Pontes partidas. Enganado, tripudiado com a cor da chita. Quiçá o alvorecer inspire outras luzes a brilharem, liberdade de ser-me, viver de quem sou. Mãos grandes explorando estratégias, perspectivas, grito do amor perdido. Do presente do vento, fervilha a inspiração, ardem as volúpias. Há alguém aqui?


Silêncios, sons e palavras... Solidão, o orvalho toca as folhas da árvore, pensando, imaginando, elucubrando, sentindo. "O sonho acabou." Jogos da mente, olhos vislumbrando finíssima neblina ao redor da lâmpada que ilumina a rua deserta. Respiração livre, compassadas as batidas do coração. Idéias sarapalhadas de emoções, sentimentos. Subjetivas visões do mundo, da terra. Situações, circunstâncias. Nas vivências, experiências, alegrias breves emolduradas na passagem do tempo. A Estrela Polar esplende míriades de cintilâncias, solidão, eu e eu? O silêncio de mim resgata anunciações primevas.
Olhos fechados. Sensações do infinito imagen-iliteralizadas. Condor voa livre no uni-verso rumo ao horizonte longínguo.
Outro lado da lua
Outra luz na contra-luz do pretérito imperfeito


Jogos da mente...


(**RIO DE JANEIRO**, 07 DE OUTUBRO DE 2017)


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