#AFORISMO 240/POR ENIGMA E MISTÉRIO DAS TRAVESSIAS DO VAZIO# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
E se ouvirdes afirmar que o artista, sejam quais for e forem as suas
linguagens e estilos, não amadurece jamais, nunca madura, nada lhe sacia a
sede, nonadas lhe satisfazem a fome, sempre inocente, ingênuo, fantasista,
insolente, irreverente, em tempo algum pode dizer ser experiente, pode sim
mostrar as suas vivências com dignidade e verdade, está ele na sua eregrinação
de pés em pés à busca da ilha do porto onde se sentar, no pôr do sol,
vislumbrar o que há além de quando não mais há o sol, sim vida das estrelas,
vida da lua, não cogitai vós estar trans-elevando as dores e sofrimentos,
trans-mudando angústias e tristezas, con-tingenciando outros passos e trilhas,
mas sim artificiando o artista que se artificia na ampulheta do tempo. Pobre da
ARTE, se o artista disser "CHEGUEI LÁ", pois a criatividade é
infinita.
E se nos "éritos", dimensões sensíveis do efêmero, do tempo,
onde as miudezas do in-fin-itivo se foram perdendo na arte de bailar no espaço
habitado de luzes, arco-íris, raios numinosos do sol, brilhos da lua,
cintilâncias das estrelas, re-velando a poiésis da cáritas com que o nada se
nutria, alimentava-se para gerundiar a liberdade de perspectivas do sonho e
esperança das divin-itudes, para subjuntivar os desejos e vontades da estesia,
para participiar as sorrelfas e fissuras da sabedoria, aliás pres-ent-ificadas
nas bordas e frontispícios do vento, que anunciava a vida do espírito do amor
entre-laçada na alma vazia de éresis e iríadas do in-finito, nela unicamente as
melancolias do genesis, que a inspirava a con-templar o romantismo da lua
seduzindo o espaço com os eclipses, as estrelas enamoradas pelas ondas do mar
tocando a areia da praia.
Brilhos da lua,
Cintilâncias das estrelas.
Gerundiar a liberdade
De perspectivas do sonho e esperança
Das divin-itudes...
Raios numinosos do sol a refletirem-se
No espelho invisível das amuradas
Subjuntivar
Desejos e vontades da estesia
Do Ser: Tempo e Vento.
Se nos "éritos" do tempo residem inda vestígios da ilusão do
eterno, quimera dos idílios do absoluto, que, por enigma e mistério das
travessias do vazio ao pleno da alma, que saltitava de felicidade com a chuva
que rega o solo para a florificação, o orvalho que umedece as folhas viçosas
das árvores, floração da primavera, o efêmero nas dimensões das dia-lécticas da
verdade, in-verdade, da vacuidade e ab-soluto, do silêncio e algazarra da
solidão do "eu", compl-etude do "eu" e "tu", o
"nós" do encontro entre o verbo in-trans-itivo das ventanias do
finito, trans-itivo in-direto dos ventos perpassando os cataventos, reversos e
inversos aos seus movimentos, entre os verbos do verbo que se pedem recíprocos,
mútuos, seres-unos e as circuns-pecções do tempo e da liberdade, então confins
e arribas recebem os sibilos do vento como semente e húmus para o nada re-nascer
de suas ipseidades e solipsismos do perpétuo, água cristalina que sacia a sede
para a jornada à busca das pectivas da leveza do ser, embora a presença do
não-ser, partícipe dos absurdos que res-ificam a náusea das con-ting-ências,
elevando-as ao cume dos limites das regências verbais da alma, des-cende aos
precipícios das semânticas do insensível frente à superfície da sabedoria que
rega a vida de espiritualidade, jogo lúdico metafórico para não esvaecer no
efêmero a presença do "it" da fé, esperança, sonho, aleluia o nada
esplende risos e sorrisos, um instante de plena alegria, por, na sua jornada à
busca das eret-idades do além, entre-laçar seus idílios da esperança com os
cataventos nos auspícios das montanhas, seguindo as alamedas dos volos da verdade,
inda que ar-zinho gostoso tempório, mas aquela intuição de que o lácio último
da linguística do espírito e da alma, comungados, aderidos, é a poética do nada
que, de versejos e versificações, vai tecendo com as linhas das páginas, antes
de quaisquer outras, os ipsis da poesia, o litteris das estrofes efemerizadas
no tempo, plen-ificadas no ser.
Se nos "éritos do verbo passado de modos e estilos, linguagem e
nonadas e nonsenses que verbalizam o passo adiante do nada para o sublime das
con-ting-ências que se fazem nas angústias e prazeres, tristezas e êxtases,
medos e cor-agens, mas sempre os braços abertos para os in-fin-itivos verbais
do ser-verbo-do-verbo..
(**RIO DE JANEIRO**, 07 DE OUTUBRO DE 2017)
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