#AFORISMO 239/OPÚSCULO DO EMA DO PÓ DE VIVER# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO


Com muito Carinho, Afeição, Ternura, Amizade, Amor, este AFORISMO de "Presente", "Mimo", à minha querida, inestimável, amada amiga Ana Júlia Machado, a companheira ESTRANGEIRA-INTELECTUAL-ESPIRITUAL. Seja muito feliz na sua vida, querida!!!


E se me olhardes na rede, no seu vai-e-vem, uma de minhas cadelas, Jana ou Paloma, no colo, acariciando-lhe(s), tomaram hoje a primeira vacina anti-rábica, e até ganharam sobrenome, agora filhas, agora uma família, uma taça de vinho sobre a cadeira encostada à parede, ao lado da rede, fumando um, cigarro, não tergi-versai a retina de vossos olhos, enxergando estar eu pondo no quotidiano das coisas e objetos, dos homens, o testemunho de um indivíduo quem no crepúsculo está a curtir o tempo, por que, em verdade, estou buscando neste instante de intimidade comigo, a companheira de todos os instantes e momentos, as companheiras cadelas, buscando outros verbos além da consumação dos tempos, e comemorando com elas a cor-agem de abrir-me, escancarar-me, e, ao mesmo tempo, e para isto rompi com os dogmas e preceitos e as verdades da ciência, curvar-me diante de mim, encolher-me, re-inscrever nos ventos da alma outras querenças e desejanças, e tudo tecer para a realização no quotidiano da interação do corpo e a realidade a si exterior, comunhão da alma e as esperanças da liberdade... - e se me olhardes e ouvirdes assobiando, não pensai estar eu vangloriando e jubilando os deuses pagãos e/ou cristãos, mas, apenas riscando o etéreo com o diamante do tão ridículo eterno.


E se me ouvir con-versando no vento, precisa compreender temos de aprender-lhe as sabedorias adquiridas no tempo, os saberes nas horas de dúvidas e ignorâncias, na sua jornada do espaço. São sábias experiências para o entendimento dos horizontes longínquos onde habita o que trans-cende sonhos e fantasias.


Se me presenciardes contestando dizerem as linhas das páginas de livros aceitam tudo, mister saber não levam elas palavras, mas os mais abissais desejos, mais abismáticas querências do belo e verdade, mais percucientes desejâncias da plen-itude do verbo, eivar-se dele para se inspirar, quando o efêmero se torna nada, e prosseguir a viagem da vida que são sempre buscas no aqui-e-agora, amanhã, se em verdade existe, serão meras sorrelfas de um instante-limite.


E se me vir re-fletindo sobre o vento levar as coisas do presente e pret-érito para bem distante do que pode ser visto, sentido, idealizado, intuído, até um favor faz, pois as coisas no seu alforje não serviriam para nada na vida, seriam estorvos para a continuidade dos idílios da perfeição e absoluto, é que conforme o que penso e sinto, não é o vento que distancia tudo isto de mim, sim eu próprio quem não tenho cor-agem de con-sentir com as minhas fugas das vacuidades da con-tingência a pres-ença do vento e do espírito subterrâneo.


E se me virdes rindo, sorrindo de orelha a orelha, quando ouço se ventar a chuva é levada para outro lugar, sine qua non perceber e entender o projeto da chuva era cair noutro solo, o vento estendeu suas mãos para isto realizar com perfeição, ele é o verbo que esplende o tempo em suas dimensões, assim o desejo da tranquilidade, serenidade que a chuva lenta, a leveza do espírito, a intimidade do amor realizada com mais carinho, ternura, afeto, afeição, após o sono dos anjos, é lançado a outro lugar, a outro sítio, a outro alhures, onde o real da vida é o presente do imperfeito. No outro lugar, para onde a chuva fora levada, por haver ventado, o finissímo dos pingos constantes por segundos e minutos regou a vida de outras sensibilidades e espiritualidades da semântica de estar-no-mundo, efêmero em busca da etern-idade do nada, perpetuidade do vazio, peren-itude das ipseidades.


E se ad-mitir, permitir que a resposta ao questionamento, sempre presente dentro dos alforjes e algibeiras, quando o verbo do ser e o ser do verbo, quiçá imaginariamente o verbo do verbo... INDA NÃO HAVIA PRES-SENTIDO, PRES-ENT-IFICADO, APRES-ENT-ADO ISTO D´O VERBO DO VERBO... - O QUE É ISTO?, em síntese, irão iluminar a alma para suprassumir o destino da mente habitar em seus eidos, ser o vento estar levando para os longínquos uni-versos distantes horizontes, e, lá, se alimentarão da fé do nada tecendo o vir-a-ser do perpétuo re-vestido de silêncios e solidão, síntese que re-vela o sublime do ser-no-mundo, sublime que eiva e seiva a luz da verdade à mercê da sede de conhecimento, fome de saber, carência de idéias e pensamentos, manque-d´être do espírito e sonho de divin-ização, falta de visão do além da vida à vida que consuma os tempos...


O tempo sempre letras e imperfeições para o Opúsculo do Ema do Pó de Viver.


(**RIO DE JANEIRO**, 07 DE OUTUBRO DE 2017)


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