**RAÍZES DA CASTANHEIRA** - PINTURA: Graça Fontis/POEMA: Manoel Ferreira Neto


In-contido ser em mim
Rebelde ser de mim,
Insolente, e por mais barroco,
De meiguice inestimável,
Polêmico ser-para mim
Deram-se às águas.
Ventos inesperados,
Indomáveis,
Furiosos,
Deram-se ao nada.
Levaram-nos canoa branca,
Levaram-nos raizes da castanheira,
Aos braços
Daqueles que con-jugam
Tempestade e porto,
Avalanches e grutas,
Solidão mon-[ástica],
Solidão pl-[ástica],
Solidão eclesi-[ástica],
E leito,
por mais isto re-presente
inércia, inépcia,
Onde o prazer possui
Todos os cânticos,
Em cujos interstícios, âmagos
Residem todas as baladas,
E cores do alvorecer


Há uma canção
No meu silêncio,
Há um blues
Na minha solidão,
E um ninho de pétalas
Nas minhas palavras,
Enigmas que proferem enlevos.


(**RIO DE JANEIRO**, 14 DE MARÇO DE 2017)


Comentários