**POETA E ESCRITOR Paulo Ursine Krettli ANALISA A PROSA "FRO ZEN"


Saboreei as periceias de Fro zen pelo Deus/deuses palavras/jogos nos mistérios das brincadeiras e da negação do que seja atributos do escritor, esse escritor que propositalmente se perde para encontrar, na arena ou templo oculto de Olimpo.



Paulo Ursine Krettli



Mistérios das brincadeiras e da negação são pedras angulares da arte poética, da arte literária, até mesmo da filosofia, se você considerar a obra nietzscheana. Você mesmo nos nossos tempos de outrora falava muito de brincar com as palavras, negá-las, para atingir a poesia, os efeitos da beleza do belo. DIANTE DO TÚMULO DE UM HOMEM CHAMADO P.P. BRASIL, conto, as brincadeiras e as negações são mais que evidentes, por isto este conto é eterno, imortal. Daí, a gênese do "perder-se para encontrar-se", "começar no in-verso para atingir o verso verdadeiro. O Tempo Oculto de Olimpo é o símbolo, metáfora, signo da Estética em toda a obra.



Manoel Ferreira Neto



**FRO ZEN - IN "PARTITURAS DO ESPÍRITO - 01 DE MARÇO DE 2017**
PINTURA: Graça Fontis
PROSA: Manoel Ferreira Neto



Sou um estranho perdido.
Não sou de aventuras escalafobéticas ou simples, sinto-me entristecido com as minhas desventuras. Não sou de grandes pensamentos, pensamentos que enaltecem, pensamentos gloriosos, mas no alvorecer de novo dia estar sem pingo ou vírgula de pensamento é tão desolador. Já fiz tantas coisas erradas que me deixaram orgulhoso, sentindo-me grandioso, e hoje só quero realizar coisas certas, ser santo, fazer milagres. Os invejosos riem, quando o digo: "Uai, deixou de ser Deus, agora quer ser santo, fazer milagres?" As idéias filosóficas desde sempre me deixaram fascinado, sentindo-me no sétimo céu, agora o "Fro Zen" está a extasiar-me. Sinto-me exausto e profundamente feliz pelo que vivi e pelo que viverei.
Extremamente, no auge do paradoxo, determinado a ocupar uma cadeira no Olimpo dos Deuses, mas aqui no rés-do-chão, sujando os sapatos de poeira, andando em pedras, cascalhos, perambulando nos campos, é tão mais prazeroso. Não é delicioso tomar um vinho em taça de cristal, pois sentiria o seu sabor pleno bebendo-o num copo francês, de preferência com nódoas no fundo, o famoso "copo sujo". Escrevo, escrevo, escrevo, e não quero parar, se algum dia fui escritor, poeta, não sei, se brinquei com as palavras, se fiz jogos com elas, não sei, contudo de uma coisa eu sei: quero com elas criar a vida, e quando digo "vida" quero dizer simplesmente vida de final de tarde sentado numa tora de madeira, con-templando os trabalhadores retornando a casa.
Sempre quis des-vendar mistérios da empatia entre os amigos e eu, sinto que viver este mistério de empatia é pura magia, curtimos mais um ao outro. Chorar na tristeza, as pulsações do coração lentas, comedidas no momento das angústias é um alívio sem medidas, quero hoje rir ao léu nestes instantes, e chorar a cântaros nas alegrias e felicidade.
Não sei se estou perdido no presente ou nalgum lugar do futuro. Há quem já com todas as letras em riste quer inda mais afirmá-las, concretizá-las, pois quero negá-las, não preciso mais de afirmá-las, afirmar-me, quero construir outra vida com elas, ser de mim o que sou, Quanta vez me senti estupidificado, surpreso com as coisas da vida e do mundo, quero me sentir hoje ainda mais estupidificado, surpreso, de queixo caído com elas.
A diferença faz a diferença: a diferença não é ser diferente, a diferença é viver a vida como ela é.



(**RIO DE JANEIRO**, 04 DE MARÇO DE 2017)


Comentários