**Ó CINTILÂNCIA IN-FINITA** - IN "PARTITURAS DO ESPÍRITO" - 01 DE MARÇO DE 2017** - PINTURA: Graça Fontis//PROSA POÉTICA: Manoel Ferreira Neto
Alvorecer de espectros perspectivados de luzes
diáfanas, iluminando de pensamentos da liberdade as idéias, do tempo as utopias
do ser da verdade que perpassa horizontes e uni-versos, finitos e in-finitos,
confins e aléns, arribas e aquéns, cafundós e labirintos solsticiando as
re-vezes das dialéticas, os re-versos das contradições, nada e vazio vagueiam
nos liames da alma e espírito, assim caminha o ser subjuntivo do verbo
literário da gnose, assim flutua o ser in-finitivo do silêncio poiético da
sabedoria.
Peren-itudes, peren-idades
Perenes
Perpetu-itudes, perpetu-idades
Perpétuo
Periceias de Fro Zen...
Mistérios das brincadeiras, da negação
Acompanhada por um vendedor de gelo,
a jovem e destemida princesa Anna
parte em uma jornada
por perigosas montanhas de gelo
na esperança de encontrar sua irmã,
a rainha Elsa,
e acabar com a terrível maldição
de inverno eterno,
que está provocando
o congelamento do reino.
Crepúsculo de contingências da solidão
incondicional entre o sentimento da a-nunciação do desejo e a emoção frígida da
nonada habitando profundo a sorrelfa do paraíso perdido, o sol também acorda,
levanta, brilha, após dormir de conchinha com a lua, pés cruzados com o
uni-verso, soninho gostoso, leve como a pluma da leveza, como a insustentável
leveza do ser.
Ó Cintilância In-finita - Não me deram a conhecer
os homens, não me administraram a lição. Longe o tempo em que, não sabendo
trilhar a estrada viva, voltei-me para vós e, confiante como criança, envolvi-a
nos braços longa e deslumbradamente em minha contente piedade. Um mortal mal
conhece a Pureza, a Inocência, a Ingenuidade. Mas, quando o In-finito se
re-velou em mim, o Espírito em mim floresceu, como você floresce, ilumina,
alumia, brilha, re-conheci-a e gritei: está viva. E porque jornadeia entre os
mortais e, jovial, como o azul celeste, esplende de você a graça de raios
brilhantes sobre cada coisa, a fim de que todas elas tenham a cor de seu ser,
de seu espírito, foi por esta razão que também a vida se fez poesia, o mundo se
fez prosa, o universo e fez filosofia. É que em mim esta seu verbo. E assim
como você, meu coração se entregou livre à terra grávida. E, muitas vezes, na
noite sagrada, na madrugada divina, prometi amá-la fiel e sem tremores, sem
hesitância, sem dúvida, sem insegurança, sem medo até à morte, amar esta terra,
toda carregada de sagas, sinas, destino, e não menosprezar nenhum de seus
enigmas, subestimar nenhum de seus mistérios, negligenciar nenhum de seus
silêncios.
Acima dos Deuses, do alto do éter até às
profundezas do abismo, ressinto de novo o entusiasmo de criar, de artificiar o
sentido, o significado do verbo trazendo em si a luz, Falar em seu ser é falar
em seu silêncio. Falar em seu silêncio é falar em seu ser. In-fin-itivar em seu
espírito é in-fin-itivar em seu ser. In-fin-itivar em seu ser é in-fin-itivar
em seu espírito.
Periceias de Fro Zen...
Mistérios das brincadeiras, da negação...
Agilidade, perspicácia,
arrebiques, ornamentos,
Goeth amava-os com paixão,
E Mefistófeles e Fausto
Se confrontam nos devaneios
do conhecimento, da gnose,
das ciências.
Silêncio re-fletido atrás do espelho da solidão, a
imagem límpida de perspectivas re-velada nos auspícios da luz, ribalta do
absoluto, tablado do vazio, camarim de travessias, cores e arte fazem a face
simples da nobre imortalidade, tecem os mistérios das brincadeiras, da negação.
(**RIO DE JANEIRO**, 04 DE MARÇO DE 2017)
Comentários
Postar um comentário