**EVIDÊNCIAS DO OUTRO** - PINTURA: Graça Fontis/POEMA: Manoel Ferreira Neto


Nas mãos do desígnio sensível,
AMOR,
Golpeado por signos de ausência,
símbolos de forclusions, manque-d´êtres,
metáforas de gravidade,
Vivo este inédito, inusitado, novo capítulo
entre a reflexão dos pretéritos,
entre a meditação do passado,
entre os questionamentos do genesis,
E a veloz, rápida presença do futuro,
do há-de vir,
do há-de ser,
do porvir.



Operam-se enigmáticas,
silenciosas,
misteriosas,
inauditas,
imutáveis trans-formações, mudanças,
Sinto-me fecundado, febundado.
Dilata-se-me um horizonte
Onde já não sou o único habitante,
apesar de não dis-sociado, des-ligado
de minha solidão,
Assumo esta consciência dinamizada,
ativada,
polarizada,
Do amor sou parte constituinte,
Do sensível sou parte verbalizada,
Sub-stância resignada,
Sigo, levando na mochila às costas
evidências do Outro.



(**RIO DE JANEIRO**, 13 DE MARÇO DE 2017)


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