*CRISTALINO PICO DO RADIANTE ALVORECER* - IN "PARTITURAS DO ESPÍRITO - 01 DE MARÇO DE 2017** - PINTURA: Graça Fontis/PROSA: Manoel Ferreira Neto


Danúbio de sentimentos à luz de re-{n}-[ov]-ações de projetos e ideais que transcendam e espiritualizem a alma sedenta de felicidades, emoções à mercê das pectivas do bem e eterno no limiar límpido dos raios do sol, que figuram os picos de montanhas distantes, presentes além dos abismos das pedras, do efêmero e passageiro na soleira de sombras e luzes das estrelas que inspiram os românticos e boêmios a negarem e negligenciarem os orgulhos e vaidades do historial, histórico, historialidade dos valores sensíveis, das virtudes éticas e morais à luz da razão que se in-versa para con-templar a verdade que se mostrará nítida, límpida e plena a partir da trombeta no Apocalipse - no nítido patamar do pálido crepúsculo, no cristalino pico da radiante aurora, os pensamentos voltados às compreensões e entendimentos dos sofrimentos e dores da alma, dos questionamentos e indagações dos enigmas e lendas das origens e princípios do ser na continuidade do tempo, do olhar à distância, empreender a viagem desde que possa ver a Vida, possa vislumbrar, alumbrar a semente paradisíaca da serpente e da sedução, des-lumbrar os mitos da gênese da vida e do mundo, a verdade divina desde David a Salomão -, que nesse instante faz brilhar o cimento das calçadas largas, sombras das árvores, transeuntes passando, indo às compras do sábado, encontrarem com os amigos no restaurante do centro da cidade, das periferias, descreverem as conquistas da semana, as glórias dos lucros e satisfações, descrevendo com distinção os benefícios que as tradições e conservadorismos lhes legaram, os solitários, enquanto andam às voltas com suas lembranças e recordações de momentos alegres, rogam a Deus a iluminação para prosseguirem a trajetória solitária, os casais inspirados debulhando o terço das gentilezas, carinhos, ternuras, prometendo e jurando amor eterno, diá-logos eivados de compreensão e entendimento, a esperança de amanhã, domingo, refestelem-se apaixonados e carinhosos à sombra do flamboyant ou do ipê amarelo, num piquenique, sentados ambos na cadeira de balanço no alpendre, dialogando sobre os tempos que hão de vir na plen-itude da entrega verdadeira, no pleno da vivência autêntica, no sublime dos comportamentos, ações e atitudes dignas e honradas, do sentimento do Uno e Unidade, do Verso e Poiésis, da Chave de Ouro e Soneto do Uno e Po-{é}-mático, do Verso-Uno profético, no encontro do espírito pleno de doações, aberto a todos os estilos e linguagens do amor verdadeiro, da amizade sincera e pura, da razão que busca a in-versão para se re-velar dentro da estesia das buscas e dos sonhos.
Longínquos olhares faiscantes de volúpia por encontros outros que lhes manifestem no sorriso gentil a alegria de sentir terno o amor, singela a paz, sentindo a lírica e a canção das palavras escritas com giz branco na lousa verde dos desejos, no quadro-negro dos versos da alegria em comunhão com as tristezas, angústias, vivenciando a estesia das vontades e razão, desejos e versões, trans-versões dos ideais e utopias transbordando o coração de volos e belezas dos verbos sob as pers dos temas temporais e in-temporais, mesmo das temáticas defectivas, os lídimos desejos de outro ser em todas as ad-jacências e re-ticências do “eu”, do ser outro que se abre à luz da verdade do espírito e das in-verdades do quotidiano vivenciário e vivencial, à esguelha das re-pré-[s]-{ent}-ações, por vezes teatrais, cinematográficas, literárias, poéticas-poiéticas, por vezes reais, verdadeiras e autênticas de quem está traçando os seus rastros de conhecimento e buscas, o último lídimo re-presentante da sinceridade, seriedade, integridade, verdade, o último bravo...
Nada há, sei lá se há algo a ser sabido, conhecido, se assim não fosse, o que seria, se assim fosse, o que não seria? Nas palavras, na vertente espiritual de ser o que sou perante a vida, este milésimo de segundo que dedico e homenageio, tributo a travessia da contingência à trans-cendência do que foi olvidado ao que será inesquecível. Exijo aroma de liberdade, requeiro perfume de amor e solidariedade, compaixão e entendimento – de quem exijo? Não vou tecer an-álise percuciente das pré-fundas e profund-idades, pró-fundezas do que movimenta as idéias e os sentimentos, as imagens e perspectivas da memória, ângulos e bordas das re-cordações, lembranças, para dizer de mim próprio, das mesmidades ao longo dos séculos e milênios e projetos do eu, no pré-{s}-ente, passado e futuro, das pectivas das pers do outro que em mim per-cursa, in-cursa, de-cursa, imploro não re-viver mais o pó de um vulto, a cinza de um fantasma, a poeira de uma pers do espelho olhado de esguelha, de uma pectiva do convexo re-fletida no tempo do olhar, suplico a quebra dessa almusa não possuída e só.


Coração de êxtases e belezas dos verbos,
Aroma de liberdade, perfume de amor e solidariedade,
Sob as pers dos tempos dos temas temporais e intemporais,
O ser outro à luz da verdade do espírito.


Travessia da con-tingência à trans-cendência
Do olvidado ao que será inesquecível
Das pers do outro que em mim per-cursa, in-cursa, de-cursa,
Da pectiva do convexo re-fletida no tempo do olhar.


No nítido patamar do pálido crepúsculo,
No cristalino pico da radiante aurora,
Os pensamentos voltados às compreensões e entendimentos


Dos sofrimentos e dores da alma, do olhar à distância,
empreender a viagem desde que possa ver a Vida,
des-lumbrar os mitos da gênese e do mundo.


(**RIO DE JANEIRO**, 10 DE MARÇO DE 2017)


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